Desta vez, gostamos de fato! (8 de abril de 1959)

Sim; desta vez, gostamos de fato de tudo aquilo que vimos, pertinente ao desenrolar dos festejos comemorativos do 30º aniversário de nossa cidade.

Tiveram os marilienses o ensejo de presenciar uma festa popular, sem precedentes na história de Marília. Todo o público teve as atenções voltadas para o extenso e bem cumprido programa oficial, que proporcionou ao público em geral a oportunidade de vibrar com a data magna de Marília, participando integralmente das variadas solenidades levadas a efeito, em regosijo pelo auspicioso evento.

As providências tomadas pelo Sr. Prefeito, Sr. Presidente da Câmara e Srs. Membros da Comissão de Festejos, foram completas em todos os pontos, nada tendo deixado a desejar. Realizou-se, este ano em Marília, uma festa de aniversário da cidade, da qual participaram todos os marilienses, indistintamente; grandes e pequenos, ricos e póbres, pretos e brancos.

Para sermos francos, chegamos mesmo a quebrar uma “tradição” neste sentido. No passado, quasi todas as efemérides desse porte, resumiram-se em dois pontos básicos, dos quais a maioria da população não participava: lautos banquetes para as autoridades e visitantes ilustres e sessão solene na Câmara Municipal. O povo, ou ficava “chupando o dedo”, ou tinha que contentar com a apreciação de uma parada cívica e alguma peleja de futeból. Nada mais.

No ano em curso, a questão metamorfoseou-se. A feste tornou-se popular, atingiu as suas mais variadas camadas sociais de Marília, abriu os braços ao povo em geral, propiciou esse ensejo de participar, todos os momentos, das festas que lhe pertence de fato e direito, pois na construção da grandeza de Marília, tanto trabalham os intelectuais e os administradores, como o “zé povinho” que constrói, sob qualquer fórma de trabalho ou ocupação, o dinamismo do progresso de nossa “urbe”.

Estão de parabéns todos os responsáveis pelo transcorrer dessas festividades do 30º aniversário de Marília. Está de parabéns a própria população, que teve o ensejo de participar das solenidades da data tão cara para nós, tão bonita e tão significante dentro do setor da própria existência de Marília e sua laboriosa gente.

Os membros incumbidos de concatenarem o transcorrer dos festejos, devem encontrar-se satisfeitos, pois cumpriram bem e fielmente a árdua tarefa. Os marilienses em geral, devem, por todos os prismas, mostrar-se gratos pelo que puderam presenciar, pelo que viram e do que participaram.

Atrativos sem conta tivemos, porque fizemos uma festa sem discriminação, da qual todos se irmanaram – povo e autoridades –, participando com idêntico entusiasmo, com igual alegria, com justos e identificados motivos de satisfação.

Programa longo, porém bem coordenado, variado, completo: desfile magnífico, esplêndido mesmo; exposições variadas, conclave cientifico; presença de um espetáculo inédito em Marília, propiciado pela Banda dos Fuzileiros Navais; futeból; competições esportivas belíssimas no Yara Clube; espetáculo pirotécnico maravilhoso, inteiramente popular; e tudo o que foi possível imaginar e realizar, tudo completo, tudo perfeito, tudo elogiável.

Desta vez, gostamos de fato do transcorrer dos festejos de 4 de abril. E confessamo-lo sem favor algum, porque não estamos traduzindo apenas e tão somente, um ponto de vista pessoal. Marília apresentou a mais completa e a mais perfeita e harmoniosa festa de aniversário de caráter popular de toda a sua história.

Parabéns, senhores que nos deram essa oportunidade!

Marília sempre foi digna dessas homenagens e seu povo merecedor desses acontecimentos!

Extraído do Correio de Marília de 8 de abril de 1959

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