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Mostrando postagens de maio, 2011

PARABÉNS, COPEBAN! (28 de maio de 1959)

Os leitores já perceberam, certamente, que temos imensa satisfação em abordar assuntos relacionados direta ou indiretamente com o dinamismo dos marilienses ou o progresso de nossa cidade. Desde que iniciamos a publicação desta coluna diária, sempre tivemos essa preocupação e só na ausência de um motivo plausível para ocupar o espaço que nos é reservado pela direção do jornal, é que abordamos outros temas ou outros assuntos, preferencialmente considerados de oportunidade, de momento. Porisso, nos ocupamos hoje, em tecer uma palavra elogiosa a um organismo que está perfeitamente consolidado no próprio patrimônio moral e econômico de Marília. Referimo-nos ao Cooperativa Banco de Marília Ltda., estabelecimento de crédito genuinamente mariliense que amanhã, 29, completará dezessete anos de profícua existência. Se, de um lado, podem os marilienses, ligados ou não ao citado órgão, analisar uma vida verdadeiramente elogiável, de um estabelecimento bancário que teve e tem trajetória ímpar, just

Pão & Circo (27 de maio de 1959)

Em nossa cidade, ultimamente, o preço do pão subiu por um meio indireto, apesar de não ter passado despercebido a ninguém. Não subiu a cotação do tabelamento, tendo, em compensação, diminuído sensivelmente o tamanho do produto, o que deu na mesma para o consumidor; deu na mesma, não; piorou muito, porque o pão “encolheu” admiravelmente entre nós. Os panificadores justificam as razões dêsse aumento indiréto, que atingiu diretamente o público consumidor, em face da alta do custo da farinha e em decorrência de dificuldades na aquisição dessa matéria prima. Percebe-se no caso, dois motivos distintos; ou a margem de lucros não obedece a um limite fixo e razoável, ou existe um erro de origem, no que tange a um melhor disciplinamento de distribuição de cótas pelas moageiras ou firmas distribuidoras. Consta-nos até que alguns distribuidores, para a venda da farinha de trigo, estão exigindo um “tanto por fóra”, não computado nas competentes notas fiscais. Se verdadeira é a versão aludida, além

Produção & Lucros (24 de maio de 1959)

Não foram poucos os govêrnos, que, em suas plataformas políticas, focalizaram de maneira entusiástica, o trinômio “produção, transportes, alimentação”. Igualmente não foram poucas as explorações que em tôrno dêsse verdadeiro conjunto étnico giraram, dando “cartaz” a alguns e “acabando com a saúde” de outros. Pelo que vimos até aqui, desde que nos conhecemos por gente, nesse particular, foi exatamente algo de abjeto, algo de descontrolado, muito de condenável. No Brasil, desgraçadamente, mercê do desapôio à lavoura e em virtude da falta de amparo oficial no que tange ao financiamento, fornecimento de sementes, adubos e inseticidas, sem contar-se com as dificuldades de obtenção e os preços proibitivos de máquinas e implementos, as coisas caminham para traz, como os caranguejos. Quando maior é a safra anual de determinados cereais, mais caro se torna o produto e mais ricos ficam os intermediários, empobrecendo-se mais ainda os produtores, principalmente os pequenos. Quando o problema se a

Após o Pôsto, o Ambulatório (22 de maio de 1959)

Comentamos em nosso escrito de ante ontem, a rápida palestra que travamos há pouco, com o Sr. Zoroastro Francisco da Silva, Inspetor Regional do Sesi na cidade de Baurú. E, ao ensejo, delineamos o pensamento daquele funcionário para com a campanha que ultimamente vimos promovendo, objetivando dotar Marília de mais um Pôsto de Abastecimento do Sesi e de um moderno e eficiente Ambulatório Médico-Odontológico do mencionado organismo. Após termos focalizado a questão de mais um Pôsto de Abastecimento, cujas perspectivas presentes são as mais otimistas (tanto que deram razão à vinda daquele cidadão à Marília, com o fim especial de estudar o assunto), abordamos o Sr. Zoroastro, com referência ao Ambulatório, lacuna há muito reclamada entre os industriários marilienses. A respeito, assim se manifestou o mesmo: “Vamos conseguir tudo isso, pelo sistema de etapas, primeiro o Pôsto de Abastecimento, depois o Ambulatório Médico”. Indagamos, então, sôbre as possibilidades positivas dêsse segundo at

Ainda o Pôsto de Abastecimento do Sesi (20 de maio de 1959)

Nossos escritos acêrca da indiscutível necessidade, em ser instalado em Marília mais um Pôsto de Abastecimento do Sesi, continua a encontrar repercussão favorável. Abordamos o assunto em referência, após termos observado que o estabelecimento dêsse pórte, já existente entre nós, vem prestando serviços inestimáveis aos industriários marilienses, colaborando, diretamente, com os orçamentos domésticos daqueles que trabalham nas indústrias locais. Por outro lado, constatando também que os benefícios usufruídos pela citada classe, não apresentam compensação total em comparação às cifras aquí arrecadadas, tivemos no caso, mais uma razão e uma nova fôrça para continuar a reivindicar o citado melhoramento. Divulgamos e demos ciência, aos nossos leitores, das manifestação de aprêço e apôio que a respeito tivemos o ensejo de receber, inclusíve os aplausos do dinâmico delegado do CIESP local, Sr. José Lourezetti. Ontem (19/5/1959), fomos procurados pelo Sr. Lorenzatti, que nos apresentou a pessoa

Centro Cultural 4 de Abril (19 de maio de 1959)

Acompanhado de atenciosa e desvanecedora missiva, recebemos dos responsáveis pelo Centro Cultural Quatro de Abril, a comunicação de fundação da citada entidade, bem como cópia dos estatutos sociais dessa novel organização. Pediram os missivistas, que o responsável por esta secção diária, procurasse se inteirar e conhecer das finalidades do organismo referido, divulgando também os seus propósitos. Agradecendo a distinção com que fomos honrados e os têrmos excessivamente gentís que nos foram dispensados, aquí estamos para reafirmar aquilo que dissemos muitas vezes: em se tratando de escolas (mesmo que seja uma escola de samba), dispensaremos nossa despretensiosa colaboração. E o caso em aprêço é uma autêntica escola; escola de patriotismo, civismo e propagação cristã dos Direitos do Homem. O aprimoramento da formação moral, cívica, física e cultura de uma juventude, se faz, logicamente, pelo ministração de bons exemplos, pela propugnação da união de idéias e pela concentração daqueles qu

Sucessão Municipal (16 de maio de 1959)

Já o dissemos e tornamos a repetí-lo: embora para muita gente o assunto passe despercebido, a questão da sucessão municipal principia a preocupar a maior parte dos marilienses. De uma outra forma, sob um ou outro aspecto, raro é o local onde se mantenha qualquer conversa, que não surja, direta ou indiretamente, um parecer ou um ponto de vista sôbre um nome para suceder o prefeito Argollo Ferrão no próximo 4 de outubro. Os nomes conhecidos e os nomes em evidência prováveis, são focalizados de qualquer maneira, deixando-se antever a simpatia em maior ou menor quilate em favor dêste ou daquele. Isso é um bom sinal, fora de dúvidas; significa que os marilienses não estão de todo alheiros ao importante movimento, que redundará na indicação por sufrágios, do futuro prefeito da cidade. Por outro lado, traduz uma certa naturalidade política dos marilienses, numa demonstração de que o eleitorado caminha para a perfeita e completa educação eleitoral, se é que se pode utilizar semelhante têrmo. O

Notícias esparsas (15 de maio de 1959)

Um jornal do Rio noticiou há pouco dias, que o Presidente da República iria renunciar dentro em pouco tempo, a fim de disputar a governança de Minas Gerais. A notícia alarmou os círculos políticos da Capital do país e movimentou inclusive os correspondentes da imprensa estrangeira. Entretanto, porta-voz autorizado do Palácio do Catete, desmentiu formalmente a aludida notícia. --:-- A COFAP deve importar, com urgência, banha da Argentina e dos Estados Unidos para vende-las ao consumidor por Cr$ 40,00 a Cr$ 50,00 o quilo, no máximo. Falando à imprensa, o coronel Mindelo acrescentou que, antes do fim do mês, o produto deverá no Rio, para ser vendido diretamente à população. O presidente da COFAP disse que vem notando, realmente, a “exploração que é praticada por comerciantes, que procuram sempre bom preço”, em face da carência do produto. A importação – informou – será de 3 a 4 mil toneladas, um bom “stock” como garantiu para impedir a ação dos especuladores. --:-- Cecilia Cooper, jovem d

Desculpa Esfarrapada (14 de maio de 1959)

No plenário da Câmara Municipal, foi lido um ofício da Fundação da Casa Popular, em que o sr. Marcial Lago apresentou as razões do porque não foram construídas as casas populares em Marília. O teor do ofício e as justificativas esplanadas, causaram espécie entre os marilienses, como não poderia deixar de ser, mercê da desculpa esfarrapada que apresentou. O sr. Marcial Lago teve a desfaçatez de afiançar aos marilienses, que o núcleo das casas populares prometido à cidade, só poderá ser construído após o Govêrno do Estado saldar uma dívida de 265 milhões de cruzeiros para com a Fundação. “Desculpa de aleijado é muleta” – afirma velho adágio. O que existe de fato, é expressa má vontade ou indisfarçável prevenção contra Marília, uma vez que nossa cidade atendeu, de imediato, as exigências da F. C. P., apresentando-lhe o terreno em doação pura e simples, dotado de água e luz, condições mínimas determinadas pelo citado órgão. É que as providências tomadas pela Prefeitura de Marília talvez fo

Ambulatório e Pôsto de Abastecimento do Sesi (13 de maio de 1959)

Continua esta secção a receber manifestações favoráveis, em tôrno de nossos escritos alusivos à necessidade urgente de ser Marília dotada com mais um Pôsto de Abastecimento e um Ambulatório Médico-Odontológico do SESI. Inúmeras pessoas já cerraram fileiras em pról da idéia, idéia que é necessidade indiscutível. Muitas solicitações tivemos para que continuemos a apelar nesse sentido, concitando, ao mesmo tempo, todas as forças de Marília, através de suas autoridades constituídas e entidades de classe. Recebemos agora u’a missiva assinada pelo Dr. Jayro Ferraz de Almeida, competente cirurgião-dentista de nossa cidade e moço eternamente enamorado de Marília e preocupado com o seu progresso. Trata-se de uma carta apôio-sugestão, que, dada a oportunidade de seu conteúdo, vamos transcreve-la na íntegra, para conhecimento de todos os marilienses. É o seguinte o seu teôr: “Marília, 10 de maio de 1959. Ilmo. Snr. José Arnaldo Cordiais Saudações Primeiramente, os meus cumprimentos pelas campanha

Uma história (12 de maio de 1959)

ÉPOCA: presente. LOCAL: Marília. O menino, quartanista primário, chegou eufórico em casa, após a aula. E anunciou que sua escola iria fundar um jornalzinho e que ele, como os demais colegas, deveria “escrever um artigo”. O pai, homem atarefado, eterno escravo do relógio, pouca importância ligou ao fato. Dias depois, o menino solicitou ao pai, a orientação “de como escrever um artigo”. Mesmo sendo jornalista, o homem viu-se em dificuldade em esplicar a um garoto mal entrada no quarto ano primário, o processo de “como escrever um artigo”. Disse-lhe apenas: “Pense num motivo e escreva-o com naturalidade, sem plágio ou sem utilização de terceiros mais competentes ou mais competentes ou mais enfronhados no assunto”. O garoto não se deu por vencido; quiz a corrigenda do escrito, quiz a orientação-base da idéia. O pai foi intransigente. Justificou que a medida seria desonesta, pois artigo considerado “bom”, de filho de jornalista, daria, inevitavelmente, motivos a pensar que “o dedo do pai” a

Ambulatório e Pôsto de Abastecimento do Sesi (10 de maio de 1959)

Escrevemos alguns artiguetes sôbre a necessidade do Serviço Social da Indústria instalar em Marília, mais um Pôsto de Abastecimento do Sesi. Justificamos nossas assertivas, em face dos excelentes serviços prestados pelo estabelecimento dêsse porte, já existente entre nós, que proporciona aos industriários, a faculdade da obtenção de gêneros de primeira necessidade, por preços inferiores aos do mercado normal. Sucede, conforme asseveramos, que a densidade demográfica de Marília e o nível de sua expansão territorial e urbanística, estão a exigir outro desses Postos, numa localização diferente, de maneiras a proporcionar vantagens e facilidades aos industriários residentes em outras partes da “urbe”. Um de nossos comentários a respeito desse assunto, mereceu espontaneamente, interesses do deputado Luciano Nogueira Filho, que, tendo-o recortado, encaminhou-o juntamente com um pedido, a autoridade do Sesi, para que a pretensão de Marília, por nós delineada, seja atendida com a máxima urgênc

Um intercâmbio interessante (6 de maio de 1959)

Não há muito, folheávamos, por simples curiosidade, um adento à uma edição de importante matutino paulistano. Um suplemento feminino. Sabido é que os homens, ao manterem contacto com coisas de mulheres, o fazem mais por curiosidade do que por uma coincidência qualquer. Foi o que sucedeu conosco. Manuseando o aludido periódico há vários anos ininterruptos, jamais demos a menor importância ao citado caderno, objeto êsse que sempre se nos pareceu destituído de qualquer atração. Detivemo-nos cuidadosamente e com tempo, à leitura de tal compêndio e percebemos, dêsse nosso observar, que o aludido objeto, sem nenhum atração para nós, “barbados”, está eivado de utilidades e interêsse para o sexo fraco. Receitas de forno, fogão e outras, além de instruções e conselho diversos, são ali inscritos com clareza e simplicidade. O assunto que nos chamou a atenção, entretanto, não foi êsse; foi uma secção de correspondência pública, em letras de fôrma. Foi o espírito de sinceridade e o desejo de presta

Marília e os Ambulatórios do SESI (5 de maio de 1959)

Na secção domingueira dêste jornal, intitulada “Flashes da Semana”, está inserta uma piadinha que tem lá o seu fundo de realidade palpável. Dia a aludida brincadeira, que os institutos de previdência social foram criados, no Brasil, para amparar os trabalhadores, quando, na verdade, os trabalhadores é que amparam os institutos. Sob certos aspectos de u’a análise neutra, em comparação aos feitos e realizações de fato e de direito de certos institutos, não há negar que procedem as queixas que constantemente se verificam, por aí, à miude, contra as providências de amparo social de alguns institutos aos seus contribuintes. Vejamos, por exemplo, em nossa cidade, os descasos de certos dêsses organismos, para com seus assegurados (!). Quais são os institutos que possuem em Marília, ambulatórios médicos completos, capazes, eficientes e perfeitamente à altura do número de filiados em Marília e correspondente ao nível das arrecadações aqui verificadas? Não que os funcionários e ou os médicos e m