Após o Pôsto, o Ambulatório (22 de maio de 1959)

Comentamos em nosso escrito de ante ontem, a rápida palestra que travamos há pouco, com o Sr. Zoroastro Francisco da Silva, Inspetor Regional do Sesi na cidade de Baurú. E, ao ensejo, delineamos o pensamento daquele funcionário para com a campanha que ultimamente vimos promovendo, objetivando dotar Marília de mais um Pôsto de Abastecimento do Sesi e de um moderno e eficiente Ambulatório Médico-Odontológico do mencionado organismo.

Após termos focalizado a questão de mais um Pôsto de Abastecimento, cujas perspectivas presentes são as mais otimistas (tanto que deram razão à vinda daquele cidadão à Marília, com o fim especial de estudar o assunto), abordamos o Sr. Zoroastro, com referência ao Ambulatório, lacuna há muito reclamada entre os industriários marilienses. A respeito, assim se manifestou o mesmo:

“Vamos conseguir tudo isso, pelo sistema de etapas, primeiro o Pôsto de Abastecimento, depois o Ambulatório Médico”.

Indagamos, então, sôbre as possibilidades positivas dêsse segundo atendimento. Nosso amigo nos asseverou que são as mais palpáveis possíveis. Tanto assim que ele próprio havia realizado um levantamento estatístico de Marília, com respeito à sua densidade demográfica, porque industrial e número de operários, para aquilatar e provar com cifras, as razões de um parecer favorável.

Não conversamos, é bom que se esclareça, com um político em véspera de eleições. Nosso colóquio foi com um funcionário público que aquí aportou para desincumbir-se de u’a missão especifica. Embora não venha a ser ele próprio o responsável único para essa nossa reivindicação, justo é que confiemos em suas palavras manifestamente bem intencionadas para conosco e que tenhamos uma certa confiança nas declarações daquele cidadão, que nos foi apresentado pelo delegado local do Ciesp, Sr. José Lorenzetti. De qualquer maneira, o referido servidor assumiu para conosco, mesmo oficialmente, um certo compromisso moral e é bom que deixemos isso claro, à guisa de lembrança e com uma prova de que acreditamos e confiamos no mesmo.

Sôbre o Ambulatório, declarou-nos ainda o Sr. Zoroastro Francisco da Silva, ser necessidade premente para Marília e sua classe industriária. Na ocasião, nosso amigo teve até palavras elogiosas para com a cidade e seu progresso, o que nos desvaneceu, porque nós, quando ouvimos falar do dinamismo de nossa cidade e do espírito empreendedor de nossa gente, ficamos satisfeito, assim como pai do primeiro filho, ao ver um estranho acariciar e brincar com o rebento.

Acontece, no caso, que embora tenhamos depositado confiança nas declarações do Sr. Zoroastro, reconhecemos que ele sosinho não deverá ser a pessoa que aquinhoará Marília com êsses melhoramentos pleiteados e referidos. Sal parte, nos garantiu, será feita com todo o carinho e consideração devidos aos industriários marilienses. Assim, pois, mistér se faz que os marilienses continuem a nos auxiliar nessa caminhada, empenhando apêlos à alta diretoria do Serviço Social da Indústria, para que a promessa citada não venha a “ficar no tinteiro” ou não venha a permanecer em “banho maria” por muito tempo.

Em face dos dados numéricos e irrefutáveis que ontem divulgamos e que foram constatados “in loco” pelo Zoroastro Francisco da Silva, além das necessidades de uma grande classe, mais forças teremos agora para continuar clamando por tais atendimentos. E isso faremos.

Extraído do Correio de Marília de 22 de maio de 1959

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