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Mostrando postagens de junho, 2011

Destaques Diversos (28 de junho de 1959)

Em entrevista coletiva concedida a vários deputados federais da legenda do P.S.D., o Ministro da Guerra, Marechal Teixeira Lott, declarou que “qualquer que seja o candidato eleito tomará posse”. O Marechal-Ministro fez empenho em frizar a legalidade da luta sucessória, com o manifesto desejo de que esta ocorra em têrmos elevados, tanto no campo ideológico como no pessoal, respeitando-se mutuamente os adversários. Disse que uma disputa fora desses termos só poderá prejudicar o país, que precisa de um ambiente de tranquilidade e confiança para superar sua crise. --:-:-- Segundo um jornalista chinês, atualmente visitando São Paulo, “a corrupção foi uma das causas que precipitaram a queda de Chang-Kai-Chek, engrossando as aguas revoltas do rio da revolução”. --:-:-- O cardeal Dom Jaime de Barros Camara abençoará a estátua de São Pedro do Mar, que será erguida, no “Dia do Pescador”, na enseada da Urca, pela Associação Brasileira dos Caçadores Submarinos. --:-:-- O sr. John Cabot, novo embai

Notícias Várias (26 de junho de 1959)

Há poucos dias, em plena Capital da República e já perto do anoitecer, diversas pessoas observaram, nos céus de Copacabana três fócos luminosos. O fenômeno vario de intensidade, cortando o céu lentamente, em direção norte-sul, tendo sido observado por muito gente, pelo espaço de 15 minutos, quando desapareceu no horizonte. --:-:-- O Serviço de Meteorologia, do Ministério da Agricultura, anunciou uma onda de ar frio para terça feira última. A massa gelada, entretanto, não se apresentou. Pergunta: Será que vem pela Central do Brasil? --:-:-- E por falar na Estrada de Ferro Central do Brasil, esta aconteceu de fato, aqui em Marília e não é piada: O deputado federal Raineri Mazzili, ofertou, como de conhecimento público, uma viagem pedagógica ao Centro Acadêmico “Roberto Simonsen”, da Faculdade de Ciências Econômicas. Os alunos deverão visitar a Usina de Volta Redonda. Sucede que a condução, de São Paulo até a “Cidade do Aço”, deverá ser feita pela Central. Assustada com os últimos desastr

Tratamento visual de crianças (25 de junho de 1959)

O “Lions Club” de Marília, entidade que se tornou realmente simpática em nosso meio, mercê de suas altruísticas e efetivas campanhas em pról dos desfavorecidos, ensaia agora nova iniciativa beneficente de grande alcance. A exemplo do que foi feito pelo clube congênere de São Paulo, os “leões” de Marília promoverão entre nós, uma campanha de fundo eminentemente útil. Trata-se de campanha de exames visuais das crianças póbres, matriculadas nos grupos escolares da cidade. Na Capital, dita iniciativa, redundou no conhecimento de centenas de casos graves, que estavam ocultos e que prejudicavam a saúde e os estudos da infância escolar da paulicéia. Assim ficaram conhecidos diversos defeitos visuais, casos de miopia e até de tracoma, mercê da realização em aprêço, levada a efeito pelos “leões” e “domadoras” paulistanos. Todos os casos dêsse jaez, foram devidamente corrigidos e os alunos necessitados de óculos, foram dotados dêsse auxílio, através do próprio “Lions”. Conclui-se que muitos estu

A pena de morte (24 de junho de 1959)

Empolga hoje em dia a sensibilidade brasileira, os motivos focalizados no Rio de Janeiro, objetivando implantar-se entre nós, a pena de morte. Assunto complexo, de vários prismas, sem sombra de dúvidas. As opiniões divergem, de acôrdo com a formação religiosa e de conformidade com o quilate de interpretação de direito jurídico de cada um. Presentemente, a revista “O Cruzeiro”, está realizado uma “enquete” a respeito, ouvindo as mais renomadas autoridades, auscultando individualmente, diversos pontos de vista. Psicanalistas, professores, magistrados, catedráticos, advogados e sacerdotes, foram as primeiras pessoas a expender opiniões sôbre o palpitante assunto. Divergiram, entre sí, os conceitos emitidos. Todos explendidamente fundamentados, deixando transparecer, não só o gráu de interpretação de cada autoridade ouvida, como também, acima de tudo, o índice de pensamento pessoal da pessoa entrevistada. Se da discussão nasce a luz, de todo êsse movimento deverá surgir, certamente, alguma

Brasil, país deficitário (20 de junho de 1959)

Não, pelo amor de Deus, não nos chamem de maus brasileiros. Em verdade, somos muito patriotas e por êsse motivo é que nos preocupamos em demais pelas causas nacionais. Preocupamo-nos mais intimamente, porque as razões de nossa apreensão, nenhum efeito conseguiriam encontrar nas altas esferas administrativas do país. Sucede, que, desfrutamos dêste desabafo, que é o rabiscar umas linhas diariamente e divulgá-las através desta coluna. Já é alguma coisa, porque conforme provou certa ocasião renomado psicanalista, “aquele que escreve, interpreta ou representa, exterioriza um pouco do próprio Ego, deixando transparecer a índole oculta”. Daí o não ser, algumas vezes, compreendido o jornalista. Daí o confundir-se o profissional de imprensa, com algum fuxiqueiro ou alcoviteiro contumaz, desmerecendo-lhe o devido valor. Ainda outro dia, em plena Avenida do Fundador, um amigo comum, no intervalo de um cafezinho, após demonstrar ter “analisado” uma série de artigos que escrevemos sôbre a nova Capi

Mais “uma” contra os “pracinhas” (19 de junho de 1959)

Problema melindroso êsse dos “pracinhas” brasileiros. Sua análise é feita como o aço de uma faca de dois gumes; uns interpretam-na de u’a maneira, outros de modo diverso. É necessário que o crítico conheça a condição dêsse atropêlo de idéias e de muitos ex-combatentes, para não incorrer no erro de uma dedução precipitada ou ilógica, além de injusta. O que é, afinal de contas, um “pracinha”? Claro, para os que são patriotas de fachada, para os que não têm a suficiente capacidade de aquilatar a crueza e a realidade de uma guerra armada, um “pracinha” é apenas um cidadão que cumpriu seu dever para com a Pátria. Mas que a cumpriu. Nada mais, porque os que assim pensam, já pensam em demasia, sendo incapazes de qualquer outro raciocínio mais lógico, mais plausível, mais humano. Para a mãe e para a esposa do “pracinha”, a situação é diferente. Para o médico analista, o “pracinha”, regra geral, visto sob o ponto de vista clínico, é um desditoso, um sêr que jamais voltará a ser, biologicamente,

Uma virtude como poucas (18 de junho de 1959)

A caridade é uma virtude como poucas. Deixada pelo exemplo do próprio Filho de Deus, continua a demarcar átos dos que pódem e são possuidores de corações bem formados, dignos daquilo que se chama solidariedade humano. É praticada sob diversos aspectos e fórmas entre nós. Existem até os que tiram proveito dessa condições, para fazer uma caridade de fachada, ocultando interesses terceiros, que chega a ser até ostensiva à quem a recebe. Claro é que nem todos assim praticam o aludido expediente, pois existem incontáveis proporções de pessoas que praticam o gesto da caridade humano, da maneira piedosa e verdadeiramente cristã como deve ser executada. O povo brasileiro é caridoso por excelência, demonstrando sempre seu espirito de solidariedade humana. Basta chama-lo a colaborar com qualquer iniciativa de interesse social e beneficente, basta convoca-lo a solidarizar-se com a miséria do próximo e ele se fará presente incontinenti. É uma graça divina essa que possuímos nós, os brasileiros. E

Estão explorando os bois? (17 de junho de 1959)

O caso parece anedota, mas não é. Sob certo aspecto, está a merecer atenções do próprio Governador Carvalho Pinto, uma vez que tem sua parcela de responsabilidade, frente aos preços elevadíssimos de importante alimento comum. E em se tratando de questões inerentes à economia popular, justo é que o maior magistrado do Estado líder da Federação, encare o assunto com cuidado e interesse. Trata-se do seguinte: O custo do transporte de cada cabeça de gado vacum, pela Estrada de Ferro Sorocabana (que é ferrovia estatal), equivale-se, de qualquer distância, ao preço de uma passagem de primeira classe, considerada do mesmo ponto de embarque de gado. Óra, parece-nos que a cotação desse transporte está assaz elevadíssima, pois equiparando-se ao custo de uma passagem de primeira classe, já se vê que deverá custar uma pequena fortuna. Pode parecer, à primeira vista, que está explorando os bois e as vacas, justo no momento extremo; isto é, quando são conduzidos para o matadouro. Sucede, entretanto,

Algumas respostas (16 de junho de 1959)

Habitualmente, recebemos de nossos leitores, cartas de conteúdos múltiplos, de sentidos poliformes. Gostaríamos de atender a todos os que nos procuram ou que apresentam sugestões das mais variadas. Nem sempre, entretanto, possível é o aproveitamento das idéias que nos são transmitidas; uma vezez, escapam ao objetivo do jornal ou a ética profissional; outras, embora pareçam importante para os missivistas, destituem-se de interesse geral. De qualquer maneira, resta-nos agradecer a todos os que, de uma ou outra fórma, nos prestigiam e tentam ofertar-nos algum motivo com intenções de fácil aproveitamento. Recebemos recentemente três cartas. Iremos aborda-las, para que os leitores póssam melhor aquilatar aquilo que dissemos anteriormente e vejam que temos nossas razões em não atender, muitas vezes, as correspondências que nos endereçam alguns leitores. Vejamos! J. A. F., A. A. Santos e Darcily, são os signatários das cartas em fóco. Nenhuma trouxe endereço identificador. Olhem como se manif

Pontos de vista divergentes (13 de junho de 1959)

Positivamente, o mundo “não teria graça”, se os homens todos, entre sí, pensassem de idêntica maneira e concordassem mutuamente em todos os pontos e sôbre todos os sentidos. É mesmo necessária a divergência de pontos de vista entre os homens, para que do acompanhamento dessas duplas ou múltiplas idéias, uma parte (que deve representar a maioria), possa melhor concluir sôbre um aspecto, uma idéia ou uma providência. Faz isso parte da própria natureza humana e, no caso de nossa gente, tem as suas razões de maior e melhor acentuação, mercê do democrático clima em que vivemos. Sucedem, entretanto, com frequência aliás, motivos de caracterizada insensatez, por parte de muita gente. São as pessoas que adotam a caturrice crônica, a teimosia desenfreada, os eternos “do contra”. Vejamos um caso recente, por exemplo: a contratação do jogador Zizinho, para as cores do futebol profissional da cidade. Alguns “técnicos de botequim”, sem a menor cerimônia, “meteram a colher torta” no assunto, fazendo

Tempinho, “chato”, sim senhor! (12 de junho de 1959)

O homem nunca está satisfeito plenamente. Se vivendo modestamente de um ordenado mensal, aspira, é certo, uma chance de melhorar pecuniariamente, cogitando trabalhar por sua própria conta em qualquer futura ocasião. Se tal consegue, principia lógo a descortinar idéias mais avantajadas, objetivando progresso e projeção. Nunca está de todo contente e poucos são os que se habituam a aceitar como dificuldades e tropeços de uma atividade, os chamados “ossos do ofício”. Se é sapateiro, queixa-se da vida, comparando seu amigo alfaiate como pessoa de mais sorte e de maiores possibilidades de bem viver. Este, por sua vez, pensa o contrário com relação ao mecânico, o mecânico faz uma idéia diversa do prático de farmácia, êste do médico, o facultativo do advogado, e assim por diante. Isso prova que o homem é um eterno descontente. Se for perguntado ao próprio Conde Matarazzo se ele está satisfeito com a vida, é provável que o mesmo apresente uma série de razões de insatisfação; poderá alegar a en

Precisamos de um Hotel grande e moderno (11 de junho de 1959)

De há muito luta-se em Marília, para que a cidade seja dotada de um hotel grande e moderno em todos os sentidos, um estabelecimento que condignamente represente o progresso da “urbe” em circunstâncias especiais. Não quer dizer isso que Marília esteja desservida de casas de pasto e pouso; apenas que o numero de estabelecimentos dêsse gênero não corresponda às necessidades do dinamismo de nossa cidade e nós, que labutamos na imprensa sabemos por ciência própria a existência dessa lacuna, pois um órgão de divulgação é, por sua natureza específica, um receptáculo onde convergem queixas ou encômios e um lugar onde repercutem falhas ou motivos de descontentamento comum. Os próprios poderes municipais já perceberam isso, existindo mesmo lei pela Câmara, que consigna uma verba-auxiliar à quem se designar construir um prédio amplo e moderno, destinado a acomodar um hotel e ostentar diversas casas congêneres, cujos proprietários se interessam e se esforçam para bem desincumbirem-se desses serviç

Salada de Notícias (10 de junho de 1959)

Amanhã (11/6/1959) à tarde, uma comissão de marilienses, capitaneada pelo prefeito Argollo Ferrão, deverá avistar-se com o Governador Carvalho Pinto e com o Secretário da Saúde, Dr. Fauze Carlos. O motivo dêsse colóquio prende-se ao momentoso assunto do pretendido desvirtuamento do plano original, referente ao Hospital das Clínicas em Marília. É de esperar-se, que, após a conversa entre o Governador e o Secretário da Saúde com os marilienses, seja encontrada uma formula capaz de superar o “impasse” referido. Esses são os nossos votos, confiando na comissão mariliense e na manifesta boa vontade do Governador Carvalho Pinto para com nossa cidade e nossa gente. --:-- Repercute ainda na cidade, o extraordinário feito do ciclista colombiano Célimo Zuluaga, batendo em Marília, o “record” internacional de resistência sôbre uma bicicleta. Zuluaga fez 155 horas consecutivas, superando a marca anterior que se encontrava em poder do brasileiro Josa e que éra de 150 horas e 35 minutos. Falando à n

Hospital Regional das Clínicas (9 de junho de 1959)

Justifica-se perfeitamente o movimento de revolta, de caráter pacífico e eminentemente democrático óra surgido na cidade, com vistas ao descontentamento criado entre os marilienses, em face do pretendido disvirtuamento do projeto original do prédio do Hospital das Clínicas de Marília. Como todos sabem, o anelo referido, foi acalentado durante vários anos pelos marilienses e representa a vitória parcial de muitas lutas. Justificamos perfeitamente as razões dessa pretensão, em todos os sentidos. Quer no que tange a situação demográfica de Marília, quer no que se refere ao ponto geográfico da cidade, em relação à vasta região da Alta Paulista. Tão lógico foram os pontos dessa contenda, que o ex-Governador Jânio Quadros, reconheceu os motivos dessa luta verdadeiramente necessária aos marilienses e ao próprio povo da região, dando-nos o importante nosocômio. A colaboração de Marília, não se fez esperar igualmente. A Câmara e Prefeitura, em harmonia e com a máxima rapidez, desapropriaram a r

Futebol feminino (7 de junho de 1959)

Consta ser proibida no Brasil, a prática do futeból pelo elemento feminino. Não sabemos se a proibição obedece lei específica ou é consequência de regulamentação apenas, emanada por autoridade desportivas. O cérto é que o citado esporte, bem como o “hockey” e o “baseball” não podem ser praticadas entre nós pelo sexo fraco. Mesmo assim, na cidade de Araguarí, em Minas Gerais, fundou-se um clube de futebol feminino. Onze moças dispuzeram-se a praticar o aludido esporte e não se preocuparam muito com a necessidade de usarem pesadas chuteiras. Após os primeiros ensaios coletivos do esquadrão que foi batizado com o nome de “Araguarí”, surgiu uma equipe adversária, na mesma cidade: o “Fluminense”. Aí o assunto “pegou fogo”. As duas representações principiaram a exibir-se ao publico araguariense, lotando os estádios e conseguindo excelente arrecadações, pois o interesse despertado em vista da originalidade do fato foi deveras acentuadíssimo. As esquadras principiaram a jogar também em outras

Iniciativa Estudantil Louvável (5 de junho de 1959)

Limos há pouco, num órgão de imprensa, a notícia de que um grupo de estudantes de determinado estabelecimento de ensino, acaba de adotar u’a medida digna dos mais entusiásticos encômios. Propuzeram-se tais alunos, mediante um compromisso firmado, a desfraldar a bandeira da lealdade, contra a “cóla” e outras safadezas estudantis. Uma espécie de pacto de honra, sem sombra de duvidas. Um compromisso mútuo, que revela a firmeza de caráter de uma plêiade de jovens bem intencionados e que deverá servir de exemplo a milhares de outros estudantes de nossa terra. Sabem os leitores que nós próprios, através desta mesma coluna, vez por outra temos focalizado o grave problema da “cóla”, analizando os efeitos morais dêsse abjeto emprêgo, que, antes de ludibriar os mestres e os examinadores, engana vilmente as pessoas que desse expediente se utilizam. Os “coladores” denotam negligência de saber e negatividade de aproveitamento de letras ou ciências. Atestam, inegavelmente, eivas de covardia ante a r

Isso é “técnica moderna” (4 de junho de 1959)

O progresso dos últimos anos, o propalado dinamismo do século XX, carrega consigo uma válvula de escape perfeitamente oposto ao sistema antigo. Em vários setores das atividades dos homens, êsse mesmo progresso trouxe alguns processos com os quais acabamos por nos habituar, mas que não deixam de atenuar dentro de suas “técnicas modernas”, um verdadeiro espírito de safadeza de muita gente. Difícil seria o citar-se a infinidade de processos na condição que óra referimos. Alguns apresentam até aspectos dos mais graves, embora corriqueiros e aparentemente “normais”; outros denotam a evidência de uma incontestável preocupação de lucros comerciais, onde tudo se faz e tudo se procura fazer, para objetivar-se lucros pelo meio e mais fácil e pela condição mais rápida. Alimentos ou não, muitas coisas se apresentam com essas características, despercebidas pala massa. Vejamos o caso das bananas, por exemplo: O “processo moderno” de amadurecimento dêsse produto, tem alguma coisa de criminoso; ningué