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Mostrando postagens de julho, 2011

A nova “Miss” Universo (30 de julho de 1959)

Conforme é sabido, acaba de sagrar-se vencedora do concurso universal de beleza feminina, a jovem Akiko Kojima, representante do país do Sol Nascente. O resultado repercutiu como o efeito de uma bomba inesperada, pois, em sã consciência, nem mesmo os japoneses alimentavam uma sólida esperança de vitória. Não vai aqui, nenhuma insinuação à falta de lisura do certame e muito menos a suspeita de que a beldade nipônica não seja merecedora do cobiçado cetro que acaba de conquistar; absolutamente. Não vai, igualmente, qualquer ressentimento nacional ou algum motivo de “dor de cotovêlo” pela contundente classificação no quinto pôsto, pela representante brasileira, Vera Ribeiro. Mas de tudo isso, parece-nos que a finalidade verdadeira dêsse certame está ainda oculta e é desconhecida pela maioria das gentes. Percebe-se com alguma facilidade, a existência de uma certa política inter-bastidores, destinada a agradar povos e nações. Ou é isto, ou os membros do júri que decidem a sort

Parabéns, Marília! (29 de julho de 1959)

Brilhou mais uma vez a bandeira desportiva de Marília, com o belíssimo feito da mocidade mariliense, nos recentes III Jogos Abertos da Alta Paulista, realizado em Oswaldo Cruz. A plêiade de atletas da “cidade menina” soube conquistar para as cores do desporto amador local, a maioria dos prêmios e troféus, das diversas modalidades esportivas que se desenvolveram na ocasião. Em número de participantes conquistou Marília também o primeiro pôsto e na contagem geral de pontos, sagrou-se campeã dessa competição regional de amadorismo. Fizeram bonito os rapazes e moças marilienses, ao dar mais essa prova de sadia esportividade, de luta renhida pelas cores do desporto local. Impressionaram pela conduta, pela educação e civismo. Souberam representar condignamente as tradições gloriosas já inseridas nas páginas da história esportiva de Marília, Acrescentaram mais um belíssimo louro à “corbeille” de vitória esportivas de Marília, recentemente enriquecida com a vitória espetacular d

Plano de Ação do Governo Estadual (28 de julho de 1959)

Dignos dos mais altos encômios de todos os paulistas, é o plano de ação preconizado pelo professor Carvalho Pinto, norteando as diretrizes de sua gestão frente ao Govêrno de São Paulo. Se o Estado bandeirante, de modo geral, irá receber uma onda gigantesca de impulso ao seu já vertiginoso progresso, a “hinterlândia”, de maneira será a parte mais diretamente beneficiada, eis que, os alvos colimados estenderão as raízes benéficas de uma ação extraordinária e patriótica, por todo o interior paulista. Em síntese, será a seguinte a orientação do Govêrno Carvalho Pinto, no propalado Plano de Ação: Aumento da capacidade elétrica do Estado, para 900.000 kw.; construção de 8.000 quilômetros de rodovias asfaltadas, construção de 400 pontes e auxilio financeiro aos municípios, para a edificação de 600 outras; reerguimento das ferrovias, substituindo a tração a vapor pela diesel-elétrica; melhoria geral dos pôrtos paulistas, marítimos e fluviais, especialmente a do Pôrto Epitác

Cavalos “papa milhões” (26 de julho de 1959)

Chegou a Santos ante-ontem, tendo ancorado no cais do armazém 30 da Cia. Docas daquela cidade praiana, o navio “Carlos Harnever”, procedente de Valparaiso, Chile. O vapor referido trouxe 14.490 sacas de aveia, num total de 932.400 quilos do citado cereal. Até aí, nada de mais, conforme poderá parecer. E para alguns leitores, a informação que serve de preâmbulo ao nosso escrito de hoje, poderá parecer esdrúxula ou insôssa. Acontece que não o é. Vejamos porque. Simplesmente pelo motivo de que a carga em alusão, destina-se à alimentação de cavalos de corrida, dos cavalos “papa milhões”, de propriedade de “tubarões” paulistas, os autênticos e indiscutíveis “barões da jogatina” de São Paulo. Quanto custará, em cruzeiros, a fabulosa carga referida? Isso não importa, é lógico, porque o que prevalece no caso é o capricho de alguns endinheirados, o gosto pela jogatina desenfreada. Enquanto a mesa do póbre falta o mais elementar alimento brasileiro, que é o pão (sem cont

Dia dos Motoristas (24 de julho de 1959)

Amanhã, 25 de julho, marcará a data consagrada aos motoristas. Na oportunidade, congratulamo-nos com a laboriosa classe dos profissionais do volante, gente que tem também a sua parcela de contribuição ao progresso nacional. Sejam os motoristas de praça, sejam os condutores de caminhões de transportes, os “chauferes” são dignos de admiração, pelo papel que desempenham no comércio, na indústria ou na sociedade. Os motoristas de praça, transportam alegrias, tristezas ou esperanças de um povo. A eles recorre a maioria das gentes nos momentos mais urgentes. Para o batizado, casamento, doença urgente, viagem à negócios ou à passeios, para o transporte de quem foi acidentado ou de quem foi acidentado ou de quem necessita u’a maternidade. Quando o mau tempo impéde a locomoção fácil, recorre-se também aos motoristas de praça; ou quando existe pressa e transito pessoal. Os motoristas de caminhões, especialmente os de transporte inter-estadual, são os verdadeiros condutores do prog

Reverência ou interesse? (23 de julho de 1959)

Ninguém poderá negar que o ex-Presidente Getúlio Vargas foi um dos mais atinados e perfeitos políticos brasileiros do último século. Ninguém, em sã consciência, nem mesmo aquêles que foram seus adversários doutrinários, poderão jamais deixar de reconhecer no homem que pelo mais longo lapso de tempo governou o país, qualidades excepcionais de administrador arguto, de político de escól, de inteligência ímpar. Os advogados em especial e aquêles que possuem algumas noções de direito comercial em particular, se analisarem de maneira neutra e desapaixonada, o compêndio das leis trabalhistas, a criação dos institutos de previdência social, suas reais finalidades, direitos e obrigações (hoje desgraçadamente mal cumpridas), convirão que o sr. Getúlio Vargas legou à posteridade brasileira, uma verdadeira riqueza moral. E, sensatamente, de maneira alguma será plausível o atribuir ao criador dessas mesmas leis, o atual e flagrante desvirtuamento de suas finalidades específicas. Seria o m

Filosofia popular (22 de julho de 1959)

Curioso como o cidadão comum, expende as vezes, tiradas filosóficas ímpares. Quem se der ao cuidado de prestar atenção às conversas corriqueiras e espontâneas, nascidas do livre pensar de quem-quer-que seja, verificará, que, ao lado de muitas idéias inconcretizáveis, poderão ser aproveitados alguns pontos de vista, condutores de alguma parcela de lógica e razão. Cronista, por dever de ofício, habitua-se auscultar o que se lhe apresenta, sem que isso signifique intromissão. Força de hábito. O elemento de imprensa, bem como o político, gosta de conhecer o módo de pensar de outrem, para avaliar e analisar o entender alheio. Disso embora não o perceba, sempre tira bom proveito, porque vai ficando ao par dos pensamentos uniformes e ao mesmo tempo vai conhecendo disparidades diversas de pensares alheios. A filosofia popular é uma força latente, tão bem preceituada em nosso regime democrático, que faculta ao cidadão, pensar e agir como bem entende, desde que dentro das del

Compêndio de notícias (21 de julho de 1959)

Pela segunda vez o jovem Stanislau Gwiazdowski, de 15 anos, residente na Capital bandeirante na rua 7, Vila Pirituba, teve frustrada sua tentativa de viajar para os Estados Unidos, utilizando o trem de aterrissassem de um DC-7 da Pan-American. A primeira vez foi em novembro de 1957, quando foi descoberto ainda em São Paulo. Agora conseguiu chegar até o Rio, viajando uma hora e quinze minutos, e só foi descoberto acidentalmente no Galeão, quando o aparelho estava sofrendo reparos. Stanislau, que é poliglota, falando sete línguas, deseja ser aviador e pretendia estudar nos Estados Unidos. Preso pela polícia do Galeão, foi entregue ao Departamento de Aeronáutica Civil, que o encaminhou ao 80º Distrito Policial. --:-:-- Pelo sr. Mendonça Falcão, do P.S.T., foi entregue à presidência da Assembléia Legislativa requerimento, com mais de 50 assinaturas, para convocação de uma sessão extraordinária amanhã, destinada à discussão da emenda de sua iniciativa que objetiva a conc

Compêndio de notícias (21 de julho de 1959)

Pela segunda vez o jovem Stanislau Gwiazdowski, de 15 anos, residente na Capital bandeirante na rua 7, Vila Pirituba, teve frustrada sua tentativa de viajar para os Estados Unidos, utilizando o trem de aterrissassem de um DC-7 da Pan-American. A primeira vez foi em novembro de 1957, quando foi descoberto ainda em São Paulo. Agora conseguiu chegar até o Rio, viajando uma hora e quinze minutos, e só foi descoberto acidentalmente no Galeão, quando o aparelho estava sofrendo reparos. Stanislau, que é poliglota, falando sete línguas, deseja ser aviador e pretendia estudar nos Estados Unidos. Preso pela polícia do Galeão, foi entregue ao Departamento de Aeronáutica Civil, que o encaminhou ao 80º Distrito Policial. --:-:-- Pelo sr. Mendonça Falcão, do P.S.T., foi entregue à presidência da Assembléia Legislativa requerimento, com mais de 50 assinaturas, para convocação de uma sessão extraordinária amanhã, destinada à discussão da emenda de sua iniciativa que objetiva a conc

O II Posto de Abastecimento do Sesi (18 de julho de 1959)

Sabem os leitores, várias vezes abordamos, através desta secção diária, a necessidade de Marília ser atendida pelo Serviço Social da Indústria, no sentido de ser nossa cidade aquinhoada com mais um Pôsto de Abastecimento do Sesi. Esplicamos, dentro das bases que conseguimos apurar, as razões justificadas dessa reivindicação, os motivos de inquestionável necessidade para a grande classe industriária mariliense. Ao nosso apêlo, fizeram-se ouvir outros rogos do mesmo sentido, provando que preiteamos um melhoramento reclamado pelo próprio progresso de nossa “urbe”. Acabamos agora de receber a correspondência nº 10879, datada de 6 último, assinada pelo Sr. Oscar Augusto de Camargo, diretor regional de São Paulo, do Serviço Social da Indústria. É o seguinte o conteúdo da aludida missiva, relacionada com mais um Posto de Abastecimento do Sesi em nossa cidade: “Vimos acompanhando com interesse seus artigos pugnando pela criação de mais um Posto de Abastecimento do Sesi

Duas funções diversas (17 de julho de 1959)

As funções são diversas e antagônica, fóra de qualquer dúvida. Numa comparação grosseira, o jornalista apresenta algo em comum com o sacerdote. Embora sejamos pecadores comuns, somos forçados a ouvir algumas vezes, autênticas confissões, manifestadas espontaneamente, em sinal de confiança irrestrita e em fórma de solicitação de conselhos; tal qual ocorre com o piedoso padre, que a todos paroquianos atende indistintamente e com inigualável carinho. Dissemos acima, que é uma comparação grosseira e sem pretensão. Mas é uma verdade. Principalmente para aqueles que firmaram um conceito respeitável entre uma cifra de uma população, que conseguiram impor uma personalidade, um módo de ver as coisas, um jeito de tratar os fatos, à custa de vários anos de luta, de experiência, de privações até. Jornalista nessas circunstâncias, acaba por tornar-se alvo de especiais atenções, muitas vezes dos mais céticos. Principalmente se comprovada a sua intenção, a nobreza de sua luta, a ausênc

Dia do Comerciante (16 de julho de 1959)

Assinala-se hoje, 16 de julho, o Dia do Comerciante. Coincide a data com a passagem do 208º aniversário de nascimento de José Maria da Silva Lisboa, posteriormente o Conde de Cairú, pessoa que pode ser chamada e considerada como o Pai do Comercio brasileiro. Importante, sob todos os pontos de vista, foi a ação do Visconde de Cairú, para o desenvolvimento econômico-comercial brasileiro. No ocaso do século passado, em 1808, encontrava-se em efervescência político-beligerante, toda a Europa. Napoleão Bonaparte acabara de decretar o chamado na ocasião “bloqueio continental”, objetivando o asfixiamento de sua inimiga fidagal, a Inglaterra. Portugal éra na ocasião, um dos maiores aliados dos ingleses, tendo-se esforçado por desbaratar o bloqueio referido. Ante isso, Napoleão enfurecido, ordenou ao general Junot, que invadisse o pequeno país. D. João, a personalidade mais visada dessa operação invasôra, teve que abandonar Portugal, refugiando-se no Brasil, onde veio juntar

Vale a pena ser cientista? (15 de julho de 1959)

De fato: a pergunta que nos serve de epígrafe, ao que parece, oculta uma segunda intenção. E realmente a esconde. Repetimo-la: Vale a pena ser cientista? Vale – responderão quasi todos; ou todos. Nem sempre – responderemos nós. Por certo, não existirá um pai, u’a mãe, irmão, cunhado ou primo, que não estufe os pulmões, para declarar euforicamente na primeira oportunidade que se lhe apresentar, que “fulano, famoso cientista”, é seu parente em tal gráu. Encarando a questão sob êsse aspecto, vale a pena ser cientista; pelo menos para os parentes do mesmo, para os que se dizem seus amigos e privam de sua amizade. Mas a pergunta é mais objetiva, mais clara, mais suscinta: sob o lado de observação real, vale a pena ser cientista? Nós provaremos que nem sempre, conforme asseveramos. E citaremos, para corroborar o fato, apenas um único exemplo. Irrefutável, lógico, preciso. Limpo como as águas que jorram das cachoeiras. Claro como a luz fluorescente. Inapagável, c

Não, não somos candidatos! (14 de julho de 1959)

Não raro (e não sabemos porquais cargas d’agua), algum leitor faz questão de perguntar se somos candidatos à próxima vereança municipal. Houve alguém que até nos confundiu, asseverando-nos até a certeza de um “acôrdo” com um comitê eleitoral de determinado bairro da urbe, pelo qual, nosso nome teria a égide de representante lídimo de uma parte da cidade! Quem nos informou tal assunto, chegou até a teimar e nos citou a fonte de informação, inclusive envolvendo nomes de terceiros. Não sabemos a quem atribuir o fato. Ignoramos a origem dêsse boato, que chegou a trazer a nossa presença, uma “delegação especial” de moradores do bairro, com uma lista de reivindicações para nos incluída em “nossa” plataforma de ação! Interessante, como tal aconteceu. Para outros, temos a certeza, o fato encontraria uma representação das melhores; para nós, o acontecido nos causou espécie e ficamos até acabrunhados, ante as palavras que nos foram dirigidas e o desapontamento sofrido pela citada delegação. Não

Não confundam, senhores! (12 de julho de 1959)

Não foi o primeiro, não. Foi mais um cidadão, antigo e respeitável mariliense aliás, que, ao conversar conosco, nos admoestou severamente, pelo fato de termos criticado, repetidas vezes, a atuação do atual Presidente da República. Graças a Deus, vivemos num regime democrático, em que nós jornalistas, podemos dizer o que pensamos, expor nossas idéias da maneira que bem entendemos, falando inclusive mal de nossas autoridades, autoridades que nos defendem o direito de liberdade de pensamento e ação. Bendita seja a Democracia! Mas, como dizíamos, nosso amigo implicou conosco, pelo fato de termos criticado certos atos do sr. Juscelino Kubtschek. Êle pode ter as suas razões, como nós tempos as nossas também, é claro. Nós respeitamos os seus pontos de vista, como, pensamos, êle respeita também os nossos pensamentos. Sucede, entretanto, que êsse moço não se conforma com nosso procede e quer saber, à toda custa, o porque condenamos o atual govêrno brasileiro. Já dissemos, incontáveis vezes, que

“Sombra e água fresca” (9 de julho de 1959)

Interessante, como um dito jocoso, nascido talvez de um simples acaso, tenha vinda a casar-se tão sob medida, para o espírito de muita gente. Positivamente, uma grande maioria de nossos patrícios, enquadra-se perfeitamente dentro dos postulados dessa oração, que, insignificante em sua expressão de sentido, geral, passou a constituir-se num verdadeiro cartão de identidade de muitas pessoas. Claro, estamos falando em tése; mas que o adágio referido, de “sombra e água fresca”, adapta-se de maneira especial, hoje em dia, à muita gente destes Brasís, isso é inegável. O fenômeno parece inalienável e sei análise. Será alguma coisa que “está no sangue” do nacional? Será influência do clima tropical? Será consequência da mescla originária e da variedade de raças ancestrais dos brasileiros? É difícil uma resposta sábia e certa. A observação de qualquer pessoa, afeita ao trabalho e “escolada” pelo mundo póde muito bem aquilatar a razão dos motivos que estamos referindo. Regra geral, sobre partidá

Obrigado, Brasil! (4 de julho de 1959)

Algum leitor poderá ter se aborrecido conosco, quando, ver por outra, advogamos através desta coluna, os direitos dos “pracinhas”. Se tal acontecer, os que se encontrarem na condição citada, que atentem primeiramente para os motivos dessa contenda, antes de formularem qualquer juízo precipitado, que, invariavelmente, poderá ser errôneo. Não apenas porque o autor desta secção seja também um dos soldados que contribuíram para a preservação da Democracia e Liberdade, lutando pelo Pavilhão Verde-Amarelo, na última guerra mundial. Absolutamente. Em nosso caso, por exemplo, nada reivindicamos em causa própria. Nossa luta, continua a ser em pról de desventurados companheiros, que, por motivos vários, fáceis de explicar por um psicanalista, não conseguiram reintegrar-se totalmente ao organismo da vida civil. Citamos, há poucos dias, o caso de um “pracinha” de Marília, que, por motivos de comprovada perseguição de um superior, foi exonerado de suas funções da briosa Guarda Civil de São Paulo, q

A menina dos olhos (3 de julho de 1959)

O atual Presidente da República apenas cumpriu o seu terceiro ano de govêrno. E já convidou (em proporção), mais Chefes de Estados estrangeiros à visitar nosso país, do que quaisquer presidentes anteriores. E, invariavelmente, todos viram Brasília, a fenomenal Brasília, aquilo que um jornalista já denominou de “elefante branco das selvas de Goiás”. Pensamos nós, é justo que o Sr. Juscelino Kubtschek faça questão cerrada de mostrar aos visitantes ilustres, maximé de outras nações, a “menina dos olhos” de seu govêrno, a extraordinária e exótica óbra arquitetônica que se chama Brasília. Existe nessa atitude do Presidente brasileiro, um fenômeno absolutamente normal, qual seja, o exibir euforicamente, aquilo que se constitui para um individuo, uma obsessão permanente. A julgar pelas seguidíssimas viagens do “Viscont” presidencial a Brasília, pelas verbas fabulosas que para lá são canalizadas, pelas “mamatas” que representa para certos “boas vidas” a construção da Novacap, pelos ensejos de

Custo de vida, uma equação (2 de julho de 1959)

Se o chefe da casa é o responsável direto, de fato e de direito, dentro do lar, justo é que prevaleça o ponto de vista que o presidente de um país é também o principal responsável por tudo o que ocorra nessa nação. Êsse chefe usufruirá as honras totais, se o país progredir, agigantar-se, destacar-se no concerto das demais nações. Igualmente, a êle caberá a primordial responsabilidade, em caso de negativismo em qualquer sentido. É o nosso caso, com referência ao atual Presidente da República. Terá a sua consagração em face do erguimento de Brasília; terá, por outro lado, o desagrado quase geral, em face da impotência sumamente demonstrada, no sentido de deter um pouco que seja, o espiral inflacionário do país e a pirotécnica ascenção do custo de vida no Brasil. A ganância desenfreada reclama um freio e êsse freio vive a falhar lamentavelmente. Todos se queixam da vida, inclusive os que comerceiam, que principiaram há pouco tempo e que já possuem palacetes, “cadillacs” e amantes à granel

Coisas que acontecem... (1 de julho de 1959)

Repetidas vezes temos focalizado nesta coluna, a deficiência que apresentam, especialmente na “hinterlândia”, os serviços assistenciais dos diversos IAPS. Simultaneamente, temos deixado claro, a certeza de que, em origem, as leis que instituíram tais organismos, são, em essência, magnificas e completas. Quem se der ao trabalho de folhear os mencionados diplomas legais, constatará com facilidade, mesmo sem ser muito inteligente, de que a feitura dêsses dispositivos está plana de cuidados e atenções aos direitos dos comerciários, industriários, bancários e empregados em transportes de cargas. Tudo foi meticulosamente estudado, verificado, analisado com carinho ímpar, antes de ser transformado em lei. Tudo, tudo. No papel, como se diz na gíria, tudo está perfeitamente normal, digno de encômios. As leis dêsse jaez, em si, constituem verdadeira obra prima. Mas só no papel, repetimos. Na aplicação, a coisa muda de figura. O caso representa estão, “outros quinhentos”. O motivo dêste intróito,