Nem ambulatório e nem posto de abastecimento (24 de setembro de 1959)

Há tempos, quando transcrevemos nesta coluna uma carta que nos fôra endereçada pelo Serviço Social da Indústria, dando conta de que Marília seria atendida em época oportuna com a criação de um Ambulatório Médico do IAPI e de mais um Pôsto de Abastecimento do Sesi, deixamos claro que tornaríamos ao assunto. É o que estamos fazendo.

Voltamos novamente a cobrar do Serviço Social da Indústria, essa necessidade já comprovada para Marília, que é a dotação de mais um Pôsto de Abastecimento do Sesi. Justificamos no pretérito as razões dessa pretensão, que, na última análise, jamais significará um favor e sim um atendimento imprescindível aos industriários marilienses. O número de contribuintes do IAPI, a densidade demográfica da cidade, o “quantum” verdadeiramente apreciável, que empregados e empregadores da indústria mariliense carreiam para os cofres do citado Instituto, plenam de sobejo, aquilo que possa parecer, à primeira vista, uma simples pretensão. Depois, para completar, urge que sejam reconhecidos os utilíssimos serviços que o Pôsto existente vem prestando aos marilienses.

Descrever ou discriminar os benefícios, as necessidades e as urgências que justificam a carência de um Ambulatório do IAPI em Marília, será desnecessário, uma vez que essa urgência está mais do que patenteada e sua recusa é irrefutável. Dizer que a cidade é grande e mais um Pôsto de Abastecimento do Sesi, nos moldes do já existente, viria em muito facilitar os industriários de Marília, torna-se igualmente desnecessário.

De tudo isso, já tem conta e ciência própria o próprio Serviço Social da Indústria, conforme nos foi asseverado em correspondência referida nesta coluna em tempo hábil.

Nosso intuito, acolhendo as boas intenções e as manifestadas atenções em servir a população mariliense nesse particular, já externadas pela autoridade competente, é o de continuar avivando a lembrança do caso. Estamos tentando fazer com que Marilia e sua necessidade apontada seja recordada, pois não está em nossas cogitações e nas de ninguém entre nós, a possibilidade de o pedido em aprêço continuar a dormir um letárgico sono nas gavetas do Serviço Social da Indústria.

Marília deve ser atendida nesse apêlo, porque o justificou e provou a sua necessidade. Ademais, êsse atendimento, significaria, antes de qualquer deferência, uma forma de atender um centro que exige a recompensa, pelas fabulosas quantias que canaliza ao próprio IAPI, e, que, dêste, praticamente, nada recebe, da mesma maneira que pouco ou nada recebe dos demais institutos de previdência social, que em iguais situações se encontram, isto é, não cumprindo, fielmente e na forma preceitual as suas reais e totais finalidades de atendimento aos seus contribuintes.

Deixamos aqui mais êste lembrête, sem a computação de dados estatísticos para justifica-lo, porque isso já fizemos no passado. O próprio Serviço Social da Indústria está de posse dos exemplares dêste jornal que fizeram referências ao fato em fóco. Portanto, parquidermicamente como sempre, aguardaremos mais um pouco. Depois retornaremos à carga.

Extraído do Correio de Marília de 24 de setembro de 1959

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