A nova Câmara Municipal (9 de outubro de 1959)

Muitos de nossos leitores estarão recordados do fato. Não há muito, nos ocupamos por diversas vezes, acerca da necessidade que se impunha aos marilienses, de uma radical remodelação da Câmara de vereadores. E sôbre o fato, tentamos alertas a consciência patriótica e o dever cívico de todos, com o objetivo de que os benefícios advindos de tal medida, repercutissem diretamente sôbre a vida geral da cidade e de nosso povo.

Frisamos, repetidas vezes, que pessoalmente nada tínhamos contra quem-quer-que seja dos vereadores atuais. Mas não escondemos nosso desapontamento, em face das resoluções e iniciativas da edilidade, tomadas ou executadas pela representação daquilo que se discrimina como “maioria”. E tecemos um paralelo comparativo, dos trabalhos do corpo de vereadores cujo mandado esta a expirar e as constituições das Camaras passadas, notadamente a que teve inicio em 1947.

Aproveitamos o ensejo então, para concitar a todos, no sentido de que, no pleito que se avisinhava (transcorrido domingo último), fosse atentado para esse pormenor e que os efeitos marilienses soubessem melhor escolher, porque, falando em tese, a Câmara atual não vinha se portando à altura de sua responsabilidade e de sua representação para com dinamismo de nosso município.

As eleições do último domingo, determinaram a escolha dos novos edís, em cuja cifra, um têrco constituiu-se em reeleição. Por felicidade, por coincidência daquele ponto de vista que expendemos ou porque o eleitorado mariliense ficou melhor amadurecido, podemos afirmar agora, que, a julgar pelos nomes escolhidos, pelas suas capacidades de trabalho e pelas intenções confessas antecipadamente exteriorizadas, acertamos na escolha. Acertamos na escolha, convenhamos, não porque tenhamos conseguir colocar no Legislativo mariliense à totalidade do número dos melhores candidatos, mas sim porque conseguimos, assim mesmo, eleger a “maioria” dos melhores entre os melhores.

O fato referido, analisado sob o ponto de vista bem mariliense e sem qualquer resquíscio de paixão política, mas com o pensamento no futuro de nossa “urbe”, é realmente confortador e antecipa a certeza de que estávamos com razão ao emitirmos as nossas críticas passadas, crícitas essas que nem por todos foram bem recebidas, porque, como sabem todos, a verdade dói tanto quando a chibata, principalmente para os espíritos pouco sólidos de razão.

Estamos, portanto, todos nós marilienses autênticos ou genuínos, de congratulações pelo acontecimento, que, embora não tenha sido bem estudado por muita gente, representa um motivo de indiscutível jactância. Traduz, por outro lado, a convicção de que os esclarecimentos que tentamos alertar ai próprio povo, encontrou seus efeitos colimados, pois veio provar que a massa eleitoral, desta vez, soube melhor escolher do que em 1955 e em 1951!

A verdade é irrefutável. Na oportunidade de esmiúça-la, desejamos aquí formular os nossos votos sinceros aos novos vereadores de Marília, para que estes tenham forças suficientes, no sentido de bem cumprir as promessas empenhadas para com o publico, em pról da defesa dos interesses de Marília e da sua grande e laboriosa gente.

Extraído do Correio de Marília de 9 de outubro de 1959

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