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Mostrando postagens de novembro, 2011

Avisinha-se o Natal (28 de novembro de 1959)

A data magna da Cristandade se aproxima. Com ela, a natural onda de alegria, a esperança de que a efeméride tão grata, encontre a todos as famílias, num estado geral de felicidade. Sem preocupações ou aborrecimentos com doenças, finanças, etc., para que o transcurso da fausta data seja condignamente comemorado. Com o Natal, virá também o “Papai Noel” da petizada. Com a época atual, até o bom velhinho de cabelos e barbas brancas sente os efeitos da crise, as agruras da inflação. De imparcialmente bondoso, o homem que a Europa coberta de neve nos mandou numa lenda tradicional, passou, de alguns anos até esta data, a ser parcimonioso, discriminativo. Não pode atender a todos, não estará, como das vezes anteriores, em condições de descer através de todas as chaminés, para brindar a todos os seus “netinhos” com ricos presentes. Muitos pequenos ficarão decepcionados, com toda a certeza. Outros, mais afortunados, serão mimoseados com ricos brinquedos. Da mesma maneira que divergirão as distri

DESTAQUES (27 de novembro de 1959)

Rumaram ontem para São Paulo, de onde viajarão para o Rio e posteriormente para Recife, com escala em Salvador, os vereadores Durval Sproesser, Toni e Nasib Cury. Os mencionados edis compõem a comissão de legisladores marilienses que participará, em nome da cidade, dos trabalhos que se desenvolverão na capital pernambucana, atinentes ao V Congresso Brasileiro dos Municípios. Sábado próximo, deverá empreender igual destino o prefeito Argollo Ferrão. --:-- Disparidade incrível de preços de utilidades, verifica-se em Marília. Em quase toda a parte, porém, nas feiras livres, a questão é mais grave ainda. O mariliense que for chegando e adquirindo logo o que necessita, poderá “entrar na fria” da exploração em maior escala. As divergências das cotações são tão flagrantes, que é conveniente, para qualquer pessoa, antes de comprar, dar uma “voltinha” e vasculhar os preços de várias bancas. Experimentem. --:-- O sr. Francisco José da Nova, secretário da Segurança Pública, que domingo foi recepc

Um impedimento que causou especie (26 de novembro de 1959)

De 1 a 5 de dezembro vindouro, trinta alunos do Grupo Escolar “Gabriel Monteiro da Silva”, deveriam visitar São Paulo. A excursão referida, inteiramente patrocinada pelo DEFE, fôra conseguida pelo professor Alfredo Naylor de Azevedo, delegado regional de educação física e esportes de Marília, contando ainda com a cooperação da Comissão Central de Esportes local. Tal passeio representaria um prêmio, no estabelecimento de ensino primário mariliense, que, em abril último, foi o vencedor, dentre cinco competidores, da “maratona atlética intelectual”. De início, a viagem referida seria à Santos. Ponderou-se que Santos não seria bem a local próprio, pois haveria maiores dificuldades para o contrôle e segurança dos petizes, em virtude das praias. Resolveu-se, então, que a excursão seria à Capital. A delegacia do DEFE local, conseguiu então o necessário: passes, alojamentos, alimentação, ônibus especial para cumprir o programa dos passeios, previamente elaborado. Pessoas de reponsabilidade, ac

Notícia a granel (25 de novembro de 1959)

Até agora, desconhecem-se quaisquer providencias ou interesses dos poderes públicos, com respeito à necessidade de ser ornamentado o centro da “urbe”, por ocasião das festas natalinas. --:-- Legisladores, políticos, artistas e pessoas entendidas na matéria, estão examinando o ante-projeto do decreto do Executivo Mariliense, objetivando regulamentar a Lei (ainda projeto), que constituirá, como órgão oficial da municipalidade, a Comissão de Cultura Artística de Marília. --:-- O primeiro “chute em gol”, oara a sucessão do sr. Adhemar de Barros na Prefeitura de São Paulo, foi deferido pelo PDC, indicando o nome do sr. André Franco Montoro. O líder pessepista, em declarações à imprensa, asseverou que a municipalidade bandeirante permanecerá em poder do PSP, pois o candidato a ser por êle indicado será o seu atual vice, sr. Cantídio Sampaio. --:-- Protestou o sr. Jânio Quadros contra a chamada “emenda parlamentarista”, alegando que se trata de u’a manobra escusa, encerrando um golpe de certo

Despojos dos “pracinhas” (24 de novembro de 1959)

Já estão assentadas as providências, para a trasladação dos despojos de cerca de meia centena de “pracinhas”, do Cemitério de Pistóia, na Itália, para o mausoléu que está sendo erguido no Rio de Janeiro, na “Casa do Ex-Combatente”. Diversas opiniões divergiram sôbre a necessidade ou não de processamento dessa mudança de centenas de heróis anônimos. Pensam uns que a transferência para o sólo pátrio é imprescindível e representa um dever de brasilidade, enquanto outros entendem que os que repousam nas terras de Dante, após terem tombado pela Pátria, alí devem permanecer indefinidamente. Não seremos nós que iremos entrar no mérito dessa questão, isto é, emitindo um conceito sôbre o acêrto ou não da medida preconizada e prestes a ser consumada. O que nos moveu a abordar o assunto em referência tem outro fundamento. Vejamo-lo: Da mesma maneira que algumas pessoas alheias diretamente ao movimento, tem sido enviadas (à custa do Govêrno), todos os anos à Itália, por ocasião do Dia de Finados,

Miscelânea (21 de novembro de 1959)

Marília receberá hoje, por convite especial do “Lions Club” local, a honrosa visita do sr. Francisco José da Nova, secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo. Uma recepção carinhosa e condigna será proporcionada ao ilustre auxiliar do Govêrno de São Paulo, autoridade policial que tem sabido se conduzir com acêrto e eficiência à testa do importante órgão que dirige. Às 17 horas, S. S. será recepcionado em caráter oficial em nossa cidade, em solenidade cívica de sessão especial convocada pela edilidade mariliense. Ao ensejo deste registro, apresentamos os votos deste jornal, de feliz estada em nossa cidade, ao Secretário da Segurança Pública, sr. Francisco José de Nova. --:-- Um lavrador da cidade de Santa Fé do Sul, de nome Marcelino Melão, encontrava-se um dia dêstes em São Paulo, “assuntando” o movimento da Rua Paula Souza. Dêle se aproximaram dois “caipiras”, contando-lhe a “batida” história de uma herança que teriam que encaminhar à Santa Casa de São Paulo. Tentando banc

A Marcha da Fome (20 de novembro de 1959)

Sempre tivemos em nós, que, todas as medidas extremas são perigosas. Há que distinguir, entretanto, a medida extrema da necessidade extrema. Separar o joio do trigo e saber aquilatar os motivos existentes ou originários entre uma e outra. Em Sorocaba, a magnifica “manchester paulista”, tivemos recentemente, segundo noticiariam os jornais sorocabanos, u’a medida que, além de extrema, foi indubitavelmente dolorosa. Realizaram os funcionários da Prefeitura de Sorocaba, a “marcha da fome”. Para que os leitores tenham uma idéia da gravidade desse cometimento, transcrevemos a seguir um trecho de um comentário de José Carlos Paschoal, inserido no “Diário de Sorocaba”, edição de 12 ultimo: Vejam: “Sorocaba assistiu, estarrecida, a Marcha da Fome. Centenas de trabalhadores municipais, cujos salários insuficientes estão atrazados há três meses, caminharam pelas principais ruas da cidade, carregando dísticos que atingiram o governo frontal e inapelavelmente. Dirigindo-se aos populares que se alin

Prédio próprio da Casa da Lavoura (19 de novembro de 1959)

Em nossa edição de ante-ontem, divulgamos que se pretende construir em Marília, sob a égide e responsabilidade da Secretaria da Agricultura, um prédio próprio para a Casa da Lavoura. O aludido edifício, inicialmente orçado em sete milhões de cruzeiros, destinar-se-á a agasalhar todas as dependências superintendidas pela delegacia regional local e faz parte do “plano de ação” do atual Governador do Estado. Teria, então, a finalidade de centralização de serviços diversos e setores vários daquela unidade, abrangendo a região discriminada de inúmeras centros da Alta Paulista. Marília e mais 306 cidades interioranas, serão dotadas, segundo consta, desse melhoramento, melhoramento para o próprio serviço público e que virá se constituir, fóra de dúvidas, em mais um marco oficial do progresso urbanístico da cidade. As plantas, estudos e orçamentos de todos esses prédios já foram concluídos e objetiva-se a construção desses tipos de edifícios num período relativamente rápido, ou seja, em seis m

Fragmentos... (18 de novembro de 1959)

Início de exames escolares. Proximidade de início de exames escolares. Alunos preocupados, alguns em polvorosa, temendo as “bombas” ou “estudando” como processarão a “cóla”. Outros, despreocupados e pouco responsáveis. Um ano mais, um ano menos, dará na mesma. A alcunha de “repetente”, para muitos, nenhum osso quebrará. Outros ainda, mesmo na época que procede as provas finais, teimam em “enforcar” aulas para ir aos cinemas. As vezes, são até filhos de pais póbres, que fazem sacrifícios incríveis para mante-los estudando. --:-:-- Alguns trechos de algumas ruas da cidade, receberam não há muito, a visita dos capinadores “réco-réco”. As graminhas foram amontoadas junto às guias de sarjetas... e alí ficaram! --:-:-- Éssa conversa de que menor não pode dirigir motoneta é “faról”. Nas ruas Feijó, Gonçalves Dias (próximo a Delegacia de Polícia), Carlos Gomes, Alvares Cabral e outras (dentre muitas), fedelhos “filhinhos de papai”, desafiam as autoridades de transito e dirigem tal tipo de bici

Um alerta necessário (17 de novembro de 1959)

Em nossa edição de terça-feira última, focalizamos a expedição de despachos telegráficos assinados pelo Prefeito Argollo Ferrão, com respeito ao perigo que ronda a construção (necessária) da rodovia de contorno da cidade. Para alguns, talvez haja sido a notícia aludida, vista superficialmente apenas, sem a detenção de u’a análise cuidadosa sôbre a sua real importância. Efetivamente, a questão é mais grave do que parece, diz respeito direto aos interesses do próprio poderia de desenvolvimento de Marília e consulta, por outro lado, a própria economia estadual. A razão desse fato diz referência ao pensamento da companhia construtora do último trecho da rodovia oficial Marília-Baurú, que, pelos termos contratuais, está na obrigação de proceder também a construção da estrada de contôrno da cidade, deixando amplo e fácil acesso de circulação dos vários ramais que demandem a outras estradas de ligação de Marília com outras centros. Se levado a têrmo o propósito de campanha construtora, será r

Um alerta necessário (17 de novembro de 1959)

Em nossa edição de terça-feira última, focalizamos a expedição de despachos telegráficos assinados pelo Prefeito Argollo Ferrão, com respeito ao perigo que ronda a construção (necessária) da rodovia de contorno da cidade. Para alguns, talvez haja sido a notícia aludida, vista superficialmente apenas, sem a detenção de u’a análise cuidadosa sôbre a sua real importância. Efetivamente, a questão é mais grave do que parece, diz respeito direto aos interesses do próprio poderia de desenvolvimento de Marília e consulta, por outro lado, a própria economia estadual. A razão desse fato diz referência ao pensamento da companhia construtora do último trecho da rodovia oficial Marília-Baurú, que, pelos termos contratuais, está na obrigação de proceder também a construção da estrada de contôrno da cidade, deixando amplo e fácil acesso de circulação dos vários ramais que demandem a outras estradas de ligação de Marília com outras centros. Se levado a têrmo o propósito de campanha construtora, será r

Fazendo côro... (14 de novembro de 1959)

Não faz muito tempo. Foi quando Brasília principiou a tornar-se um conjunto étnico – negociatas, curiosidade e alucinação –, que começamos a rabiscar alguns de nossos artigueter a respeito. Sempre fizemos questão de deixar bem claro, que jamais estávamos sendo contra a mudança da Capital Federal; fomos sempre avessos, à formula e ao processo de como está sendo construída Brasília. Dos pontos de vista que expendemos, encontramos, como é óbvio, opiniões divergentes. Uns aplaudiram, outros condenaram o que escrevemos. Teria de ser assim mesmo e tal fato atesta claramente, que, em verdade, vivemos num regime democrático, onde cada qual póde pensar livremente. Mas, como dizíamos, muitos escritos divulgamos sôbre essa berrante e disparatante suntuosidade, plantada em pleno sertão, a custa da emissões e mais emissões de nosso desvalorizado cruzeiro, enquanto a nação capenga economicamente, num contraste flagrante, com os próprios brasileiros, que, por desdita, vizinhos da nova Capital, contin

E o Pronto Socorro Municipal? (12 de novembro de 1959)

Assunto velho êsse. Até já carcomido pelos anos. Empoeirado, embolando. Algo reumático. Ao lado do Corpo de Bombeiros, continua a desafiar a argúcia de nossos administradores e legisladores. De há muito, por qualquer motivo, se encontra na gaveta do esquecimento. Entra Prefeito, sai prefeito, elegem-se vereadores, todos abordando a questão e ninguém, de efetivo, algo fazendo sôbre a questão. “Tabú”, “caveira de burro” ou falta de pulso? O fato é que é lacuna para ser completada em Marília e parece difícil a sua solução. A cidade reclama êsse melhoramento e ninguém poderá contestá-lo. Muitas promessas, muita demagogia já giraram em tôrno do assunto, parecendo até o “Sputnik” em redor da Lua! Não se concebe que nossa “urbe”, com uma estimativa de mais de 80 mil almas, apresentando uma trepidação própria dos grandes e dinâmicos centros, e, por isso mesmo, exigindo os efeitos de todos os requisitos do progresso de uma cidade moderna, apresentando problemas de assistência social de vulto co

Juizo, vergonha e trabalho (11 de novembro de 1959)

Vez por outra, em nossos escritos, temos abordado a situação econômica nacional, paupérrima e claudicante, vergonhosa e de horizontes negros. E não temos nos pejado em atribuir os citados efeitos, como consequência de um autêntico desgovêrno. Algumas pessoas, sem o cuidado de u’a análise mais acurada e de todo imparcial, movidos antes de mais nada pela razão de não querer “dar o braço a torcer”, nos incriminaram verbalmente, havendo até alguns que nos tacharam de inimigos do Sr. Juscelino Jubtschek. A respeito, já dissemos, nada temos pessoalmente contra o atual Chefe da Nação. Não somos contra o Sr. Juscelino, o homem; somos contrários ao Sr. JK, o Presidente. Pela coincidência de idéias, vamos transcrever na íntegra, um artigo do jornalista Ruy de Menezes, publicado no “Correio de Barretos”. Eis, pois, o conteúdo de uma idéia e de uma observação que se casa perfeitamente com o ponto de vista que empossamos: “A atual geração de moços desconhece – graças a Deus! – o que seja uma revolu

Sede Campestre para o São Bento (7 de novembro de 1959)

Idéia oportuna éssa a de se conseguir uma Séde Campestre para a Associação Atlética São Bento. De início, poderá parecer um pouco ousada, mas se se ativer o raciocínio dentro do plano da lógica e da necessidade, poderá aquilatar-se que não a é. O alvi-rubro é o clube de futeból mais querido da cidade. Sua tradição de glórias, escrita com louros, é uma honra, não só para o desporto mariliense, como igualmente para a região. Seu nome lembra a Santo Padroeiro de Marília e invóca o do timoneiro da cidade, o saudoso Bento de Abreu Sampaio Vidal. Vive o clube no coração dos marilienses, como um autêntico patrimônio do próprio povo. Sobreviveu o São Bento a intempéries diversas, mercê unicamente dêsses motivos. Se possuísse algum patrimônio, algum valor material, jamais teria, no pretérito, experimentado as dificuldades e algumas falta de alento que sentiu. Jamais teria interrompido sua trajetória de glórias, ausentando-se até de certames oficiais de futeból. Desde que nasceu, a associação nã

Carne importada e exportada (6 de novembro de 1959)

Em plena rua, um amigo e leitor nos entrega de um recorde de jornal da Capital. Uma entrega assim sem nenhuma parada, tal qual o maquinista do trem entrega ao funcionário da estação um determinado apetrecho relacionado com o comboio e a viagem. Com uma rápida vista d’olhos, percebemos a razão: duas notícias telegráficas, uma procedente do Rio e outra de Santos, insertas na mesma coluna, uma sôbre a outra, apresentando dois extremos de u’a mesma questão: a da carne. O primeiro telegrama, originário da Capital Federal, dando contra de um desmentido de notícia vinculada pela imprensa. Quer dizer, negando que o Brasil estava importando 4.000 toneladas de carne da Argentina, para afiançar que o número exato dessa importação é de 40 mil e não de quatro mil toneladas. O contestante e afirmante, segundo o texto da notícia, é o próprio presidente da COFAP. No despacho seguinte, oriundo de Santos, divulga-se a partida do navio “Mormacwavo”, para os Estados Unidos, conduzindo 58 mil toneladas de