Fragmentos... (18 de novembro de 1959)

Início de exames escolares. Proximidade de início de exames escolares. Alunos preocupados, alguns em polvorosa, temendo as “bombas” ou “estudando” como processarão a “cóla”.

Outros, despreocupados e pouco responsáveis. Um ano mais, um ano menos, dará na mesma. A alcunha de “repetente”, para muitos, nenhum osso quebrará.

Outros ainda, mesmo na época que procede as provas finais, teimam em “enforcar” aulas para ir aos cinemas. As vezes, são até filhos de pais póbres, que fazem sacrifícios incríveis para mante-los estudando.

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Alguns trechos de algumas ruas da cidade, receberam não há muito, a visita dos capinadores “réco-réco”. As graminhas foram amontoadas junto às guias de sarjetas... e alí ficaram!

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Éssa conversa de que menor não pode dirigir motoneta é “faról”. Nas ruas Feijó, Gonçalves Dias (próximo a Delegacia de Polícia), Carlos Gomes, Alvares Cabral e outras (dentre muitas), fedelhos “filhinhos de papai”, desafiam as autoridades de transito e dirigem tal tipo de bicicletas impunemente.

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Alguns motoristas continuam a fazer da Avenida Sampaio Vidal, no trecho compreendido do Cine Marília rumo à Bavaria, uma autêntica “pista de Interlagos”. Continuam, em consequência, sofrendo riscos de vida muitos marilienses.

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O policiamento nos “bolcões” do Cine Marília continua sendo o “zero à esquerda”. Nem policiamento e nem fiscalização do próprio cinema alí existe. No intervalo da primeira para a segunda sessão, principalmente nos dias de sábado, domingo e segunda feira, marmanjões chegam a fumar dentro da sala de projeção, sentar sôbre o espaldar das poltronas com os pés na cadeira propriamente dita.

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Dia 18 de dezembro, será realizada a preliminar da “Corrida Internacional de São Silvestre” em Marília. A “A Gazeta Esportiva”, por seu representante local, como nos anos anteriores, espera contar com o apôio e prestigio do rádio e imprensa, C.C.E., Delegacia de Educação Física e outros desportistas e autoridades.

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E nem o Corpo de Bombeiros e nem o Pronto Socorro Municipal “saíram” ainda. E, pelo visto, não “sairão” mesmo... pelo menos neste Seculo XX!

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Na Capital da República está sendo construído um momento nos ex-combatentes da última guerra. Será um marco grandioso e ao mesmo tempo um mausoléu, que agasalhará os ossos dos “pracinhas” sepultados em Pistóia. Tipo de contraste, êsse: gasta-se milhões e milhões de cruzeiros para a construção dessa obra-gigante, enquanto milhares de ex-combatentes continuam desajustados, desempregados, doentes, neuróticos e reumáticos, completamente abandonados.

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Um doce para quem adivinhar de que altura seria o monte de notas de mil cruzeiros já aplicados em Brasília, se fossem empilhadas uma sôbre outra.

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No mesmo rosário de “realizações não realizadas” onde já contamos com o Pronto Socorro e o Corpo de Bombeiros, encontram-se os semáforos prometidos à Marília pelo Sr. Nicolau Tuma.

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No próximo dia 21, na séde nova do Tênis Clube, o “Lions Club” local promoverá o animado Baile Vermelho e Branco. Na ocasião, dar-se-á o encerramento da “campanha dos óculos”, altruística iniciativa que veio beneficiar centenas de escolares póbres dos cursos primários da cidade.

Extraído do Correio de Marília de 18 de novembro de 1959

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