Máximas alheias (5 de dezembro de 1959)

Temos em mãos um exemplar do jornal “El Sol”, editado na cidade de Alajuela, Cuba. Percorrendo as suas notícia, quase tôdas de caráter local e fecundo em comentários e observações políticas, deparamos, na última página, sob o título “Reflexiones”, assinado por Fuco G. Gómez, uma verdadeira obra prima em máximas e pensamentos.

Pensamentos de curtos parágrafos e extensas sabedorias, convém frisar. Bonitos, lógicos, filosóficos, bem medidos e bastante objetivos. Ao termos gostado de tal inserção, julgamos que nossos leitores também sentiriam prazer em conhecer êsse rosário de pensamentos magníficos que bem nos impressionou. Ante isso, vamos transcrevê-los, depois de traduzidos, para ciência de nossos leitores.

Ei-los:

“Os elementos oportunistas de sempre, são os primeiros a dependurarem-se no carro do vencedor, em atribuírem-se a si próprios, os méritos que não possuem e os sacrifícios que não realizaram e a acurarem falsamente os outros, justamente daquilo que mais os podem comprometer.

Lançar injustamente calúnias contra alguma pessoa, empresa ou coletividade, no momento de maior perigo para elas, denota que os que tais coisas fazem, são os tipos da mais ínfima e deformada compleição moral.

Pelo menos, noventa por cento das pessoas repete e dá por certo e inegável o que ouviu dizer, sobretudo se se tratar de alguma mentira.

Aos que se possa provar terem roubado ou caluniado pela terceira vez, de maneira voluntária, deveriam sofrer a condenação de se lhes imprimir u’a minúscula tatuagem numa parte visível do corpo.

Ninguém demonstrará ser melhor que aqueles a quem censura e acusa de algo que também tenha feito no passado ou chegue a realizar no futuro, ao encontrar-se em iguais ou parecidas circunstâncias que rodeiam aos que são objetos de seus ataques.

As falsas denúncias devem ser severamente castigadas , através de indagar-se e dar-se a conhecer a atuação de seus autores no passado.

Tratar de obter algo à custa da honra alheia, só pode ser obra de quem carece de honra.

Ninguém tem o direito de queixar-se, porque seja obrigado a passar hoje, por tudo aquilo que pretendeu fazer alguém passar, ontem, sem ter motivo justo para tal.

Conspirar contra a estabilidade econômica do país e atual deslealmente contra a própria Pátria.

Como perceberam os leitores, são máximas e pensamentos de um sentido real e filosófico maravilhoso. Terça-feira (8/12/1959), em nosso artigo diário, voltaremos a transcrever mais alguns tópicos da inserção em referência.

Extraído do Correio de Marília de 5 de dezembro de 1959

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