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Fatos que são fatos (29 de dezembro de 1973)

Verdade é que as chuvas têm dificultado os trabalhos de conservação das vias públicas, especialmente as ainda não dotadas de calçamento ou pavimentação. Mas é também verdade, que parece ter diminuido o rítimo do “rush” inicial da atual administração municipal. Não está havendo mais aquele interesse de trabalho rápido e de providências igualmente rápidas pelo setor competente da municipalidade. Muitas reclamações e muitos murmurios. E quando o povo reclama e murmura, é porque existe algo diferente debaixo do sol. --:-- Carros brasileiros terão velocidade limitada. A Comissão de Transportes, Economia e Ciências Tecnológicas está apreciando um projeto de lei, que visa a determinar a velocidade máxima dos veículos, segundo potência e peso dos mesmos. A medida objetiva evitar o alto índice de desastres automobilísticos do país. Por outro lado, o projeto vem de encontro à crise do petróleo, já tendo recebido pareceres favoráveis, da comissão de Justiça da Câmara Feder

Delinquentes e motoristas (28 de dezembro de 1973)

Um comissário de polícia, de uma cidade norte-americana, elaborou um código, de oito normas, para os pais e mães que queriam transformar seus filhos em delinquentes. Um educador, analizando essas oito normas, resolveu fazer alterações ao original, acrescentando outras duas, transformando assim, em decálogo, a idéia inicial do comissário de polícia. Sob o título de “como fazer seu filho um delinquente” assim estão redigidas as dez orações do citado documento: --:-- 1 – Comece a dar ao seu filho, desde a infância, tudo o que o garoto quizer. Assim, quando crescer, ele pensará que todos serão obrigados a satisfazer-lhe os mínimos desejos. 2 – Se ele disser alguma estupidez, louve o “modo engraçado” e interessante que o garoto tem em dizer certas coisas. Ele se considerará, assim, “pessoa interessante”. 3 – Nunca lhe dê qualquer orientação religiosa. Espere que ele complete 21 anos, para “decidir por si mesmo”. 4 – Recolha sempre, tudo o que ele jogar pelo c

Um Soldado atrevido (Natal de 1958)

José Padilla Bravos 2º Sgt. Res. FEB - Sargento Mário! - Pronto, tenente! - Avise o pessoal do pelotão, que depois do “momento espiritual”, quero todos reunidos perto da lareira. - Entendido, meu tenente. As ordens, no Exército, são assim. Precisas e suscintas, dentro do maior laconismo possível. Sargento Márcio éra o Chefe de Secção e o Sub-Comandante do Pelotão de Transmissões, do III Batalhão do 6º Regimento de Infantaria. Estávamos no ocaso do período invernoso; a neve deixava de dependurar-se nos ramos dos arbustos amarelecidos, nos telhados das casas e nas torres das igrejas, para escorregar gradativamente e desaparecer na terra. O degêlo, uma realidade. O “momento espiritual” fôra idealizado e posto em prática pelo comandante do pelotão, tenente Dantas Borges, no navio que nos levava à Itália. Às 18 horas em ponto, o comandante nos reunia e nos obrigava a manter-nos em silencio por alguns instantes, exortando-nos a pensar no Brasil e na família. Ant

O que pensam os outros (22 de dezembro de 1973)

Do lusitano-mariliense, sr. José Mateus Carlos, um dos timoneiros do comércio de Marília, acabo de receber a seguinte missiva: --:-- “Acompanhando as suas crônicas a favor da construção do Palácio da Justiça, na Praça Maria Izabel, quero vir à sua presença, para comunicar-lhe, que tem de minha parte, todo o apôio. “Quero que fique bem esclarecido, de que tenho feito parte, do “pequeno grupo de comerciantes” da Rua 9 de Julho, que não concordou com a construção do Viaduto, de forma alguma faço parte dos que possam estar contra a localização do Palácio da Justiça na praça Maria Isabel. “Hiopoteco ao senhor, toda minha solidariedade, para que continue com suas crônicas, sempre voltadas para o progresso desta nossa querida Marília.” --:-- Um representante comercial, antigo mariliense, domicilizado na Rua 9 de Julho, pede-me: - Zé, você é um lutador permanente pelas coisas da cidade. Estou acompanhando sua campanha pró candidato único e concordo com você, poi

Mosaico de acontecimentos (21 de dezembro de 1973)

Gratidão do povo, manifestando-se na festa de despedida do futebolista Mané Garrincha. Homenagem justa, traduzindo o próprio espírito do brasileiro, de ser grato e reconhecido. Pouco enegrecida a festividade, em decorrência de um fato pretérito, quando da ocasião que o ex-craque abandonou, barganhado por Elza Soares, a própria e legítima esposa e suas oito filhas. Um lado bom, todavia existiu no áto: a homenagem deve ter amainado um pouco, o amargor e a decepção das filhas, hoje quase todas as moças, de há muito sentido a condição de abandonadas pelo próprio genitor. --:-- Comércio de carne em Marília, abalado com recente portaria da Sunab, causou apreensão às famílias marilienses. O impasse tende a canjurar-se em breve. Em verdade, esse particular estava caminhando para um verdadeiro cáos e teria mesmo, um dia, que sofrer uma solução de continuidade. --:-- John Fritzgerald Kennedy, foi o primeiro cidadão católico, a ocupar a presidência dos Esta

Coisas estas (20 de dezembro de 1973)

A precipitação é sempre inconsequente. É o fruto do distanciamento da análise e do conheciments dos fatos. Tem gente, combatendo a “destruição” do jardim da Praça Maria Isabel. --:-- Essa gente viu “burro branco”. Ninguém, que eu saiba, pensou em “destruir” ou “acabar” com o referido próprio da municipalidade. --:-- A sugestão de utilizar uma parte da grande e bonita praça, para dotar Marília de um grande melhoramento, como é o necessário Palácio da Justiça, sem desmantelar a sua totalidade, não é nem tentativa de “acabar” ou “destruir”. --:-- Tem gente, combatendo uma idéia fantasma, que essa própria gente criou de modo azoinado. Inverteram, perverteram, subverteram, criando, imaginando, intentando, gerando uma utopia, pintando um quadro inexistente. Bah! --:-- Preconizei, à guisa de subsídio de colaboração, a utilização de uma parte do jardim, para edificação do Palácio da Justiça. Na ocasião, frizei bem, que o jardim, embor

Cada cabeça, uma sentença (19 de dezembro de 1973)

Há tempos, sugeri via este diário, a possibilidade de estudos, com a finalidade de concluir, da viabilidade ou não, de construir-se o novo Edifício do Forum de Marília, em parte da área onde existe hoje, o jardim da Praça Maria Izabel. --:-- A idéia, segundo me constou dias após, teve boa repercussão e até acatamento, por parte de magistrados, promotores e cartorários marilienses. O prefeito achou-a ótima. O mesmo, alguns vereadores. E muitos advogados. --:-- Recebi uma carta sobre o assunto. Carta contendo assinatura, endereço e até  R. G.. Por estar tão amplamente identificada, suspeitei de sua autenticidade e percebi na assinatura, um manuscrito não natural, mas sim compulsado. O missivista protestou (direito que lhe assiste) contra a idéia. Mas foi infeliz, pois mostrou-se ignorante quanto ao meu ponto de vista. Ou então, mal intencionado. Eu não pretendi e num sugeri, a destruição da praça e nem a devastação da área verde. Co

Cavalo pastador, cabresto curto (18 de dezembro de 1973)

É verdade. Para cavalo pastador, cabresto curto. --:-- Por falta de melhor assimilação, talvez. Ou por excesso de personalismo, quiçá. Ou por vaidosismo. Ou por prestenção. Ou por conveniências próprias. Ou por convencimento. O certo é que algumas diretrizes políticas, da própria política norteada pelo zênite discriminativo e objetivo da Revolução de 64, estão arrepiando e provocando o divorciamento dessas mesmas normas. Nesta comparação, não há o dedo da subvenção de interesses exóticos, mas sim uma consequência outra, tentando transformar em bagunça e descrédito, os princípios sadios do próprio espírito revolucionário. --:-- A desarmonia política atual, vem encetando uma caminhada não condizente com seus intentos e alvos. Se não constata, a necessári coesão doutrinária que deveria existir. Em contrário, há mais um fraccionamento flagrante de pontos de vista e rumos em colimação a seguir. Esse fato, traduz a inexistência de um pulso firme e a ausênc

Falta-nos liderança (15 de dezembro de 1973)

Respeito muito meu amigo Sebastião Mônaco. Considero-o um moço distintíssimo, sensível, acessível, inteligente e de fino e fácil trato. Conheci-o pela vez primeira, em fins de 1945, ao final da II Grande Guerra Mundial. Mônaco tinha seu escritório na rua São Luiz. Um de meus manos estudava contabilidade e trabalhava com Mônaco e foi por intermédio dele que conheci o advogado-contabilista. --:-- Mais tarde, Mônaco transferiu o escritório para rua Prudente de Moraes. Alí, passei a ter maiores contactos com Mônaco, inclusive prestando-lhe esporadicamente alguns serviços relacionados com a profissão. --:-- Mônaco vereador, foi um legislador e político de alto gabarito. Seus requerimentos, indicações e projetos de lei, sempre foram ricamente fundamentados em fatos e razões. Sua voz só se fazia ouvir na Câmara, para a emissão de conceitos razoáveis, com profundo conhecimento de causas. --:-- Juntamente com Sebastião Mônaco, participei da luta de então, pró

Matemática elementar (14 de dezembro de 1973)

O protelamento, a delonga e o adiamento, regra geral, terminam quase sempre, no casamento inevitável, com a pressa e a improvisação. O nacional, além de primar e aprimorar a impontualidade, tem por vício lançar a bola para a frente, sem preocupar-se com a passagem do tempo e dos dias. Quando percebe, então, que está fumando o fumo forte, enrolado em palha verde, sai da jogada, fazendo o mais cômodo do momento: simplesmente descalça a bota. --:-- O cigarro de fumo forte, enrolado em palha verde, já passou do meio para o fim. Começa a tontear e amargar, acumulando o sarro e juntando a saliva nauseabunda na boca. Mas o comodismo, a modorra, a pusilanimidade, a falta da iniciativa, a ausência de liderança e hegemonia, continuam imperando, sobrepondo-se ao amargor do cigarro. E então, vai-se fumando assim mesmo. Até quando não mais jeito houver. --:-- A tiririca da política caça-votos está crescendo. Lambe-solas de gente exótica estão agindo. Se apolo

Pilulas políticas (13 de dezembro de 1973)

Um ilustre advogado mariliense, em palestra casual e amistosa com o escriba: - Badra poderá ser o nosso candidato à deputado estadual. Ele aceitará se for convidado. Disse-o pessoalmente a mim. Arrematou: - Se Biava não se interessa, Badra poderá ser o homem. Seu lastro de serviços por Marília é positivo, comprovado, insuspeito e irreversível. --:-- Um elemento pertencente a laboriosa colônia niponica de nossa cidade, confessou-se descontente com o trabalho legislador de Diogo Nomura. Admirador (confessou-o) da pessoa ilustre do ex-dentista mariliense, acabo sentindo decepção na eleição de Diogo, no que respeito diz, às causas marilienses. Foi mais além, afirmando que no seu entender Diogo Nomura fez decrescer muito seu poderio eleioral em nossa cidade. --:-- Outro leitor, palestrando sobre nossa atual Câmara Municipal, rememorou Pedro Onichi como ex-vereador. De fato, Onichi foi um dos excelentes vereadores marilienses. Sóbrio, ponderado, trabal

Coisa útil, sempre imprestável (12 de dezembro de 1973)

Certa feita, a então Diretoria Estadual de Transito (hoje Detran), enviou para Marília, um semáforo. Foi o primeiro da cidade. Foi instalado no centro da Avenida, na confluência da Rua 9 de Julho. Antigo, obsoleto, ultrapassado e completamente “podre”. --:-- Mais tarde, os marilienses Osmar (eletricista da Prefeitura) e Graciano (então Guarda-Civil), com poucos recursos, sem verbas competentes mas com muita vontade, “fabricaram” os primeiros semáforos da cidade. --:-- Técnicos do Detran estiveram em Marília. Estudaram e projetaram uma sinalização moderna e uma metamorfose do transito urbano mariliense. Tudo ficou no tinteiro. --:-- No tempo do Tatá, instalaram um semáforo na Av. Saudade, final da Av. Rio Branco. Antes do funcionamento inicial, um carro deu uma “cacetada” no mesmo, inutilizando-o completamente. Isso aí, “era uma vez…”. --:-- O “Correio” clamou muito no passado, pela instalação de dois semáforos na Rua Paraná: no cruzamento

Candidatos, outros (11 de dezembro de 1973)

Não procede, o pensamento generalizado ou o entender isolado, de que em Marília não existam pessoas, reunidoras das capacidades totais, para o desempenho do cargo e do encargo de um lídimo deputado de nossa cidade. --:-- Arduino Luiz Dal Pian, é um deles. Mas existem outros. Por exemplo: --:-- O mariliense José Bernardino Scarabôtolo. Advogado, professor, honesto, honrrado, probo, integro, de lhano trato, de conduta insuspeitíssima. Jovem, dinâmico, mariliense nato. --:-- José Lorenzetti. Uma inteligência, oculta pela simplicidade. Industrial de larga visão. Mariliense por adoção. Homem conhecido, respeitado e estimado. Digno e competente. Detentor de comprovado amor pelas causas marilienses. --:-- Sebastião Mônaco, mariliense antigo. Um dos primeiros contadores da cidade. Advogado. Presidente do Diretório Municipal da Arena. Ex-vereador, que foi objetivo, trabalhando sem demagogia. Simples, humano, sensível. Mariliense autêntico. Cid

O candidato impacto (8 de dezembro de 1973)

Não é um sintoma. É o fruto, a consciência, a decorrência, o resultado. Teria que ser mesmo assim. Em 1947, levantei pela primeira vez na história de Marília, a campanha pró eleição de um deputado mariliense. Antes da coesão, compreensão, união, assimilação, aceitação, acatamento ou acolhimento da Câmara Municipal. E das forças vivas de Marília. E das forças políticas. --:-- Fernando Mauro, Diogo Nomura, Aniz Badra. Foram deputados marilienses. Quiça, de meu ideal, tinha sido acionada alguma pequena parcela de contribuição para isso. Se, de minha despretenciosa colaboração, algo de positivo reundou, feliz me considero. --:-- Anos passando. Eu continuando na mesma trincheira, batendo no mesmo prego: candidatos marilienses. Clarinando o eleitorado, qual o corneteiro do quartel, que faz soar o toque da alvorada do novo dia. Alertando para que se vote em gente nossa, para que se não vote em forasteiros, aventureiros, alienigenas, falsos amigo

Viagem aos Pampas (VII) (7 de dezembro de 1973)

Garças alvas, despreocupadas, povoam as pastagens sulinas, sarapintandp as côres dos rebanhos vacuns. Os gaúchos gostam de ser tradicionais e conservadores. Mesmo as placas de sinalização da “Free Way”, ao indicarem e identificarem rios e pontes, não mencionam “raios” nem “corregos”, nem “ribeirões”. Anunciam o vocábulo “arroio”, em vez de “rio”. --:-- Antes da chegada à Porto Alegre, tomamos rumo à direita, para economizar percurso. Passando por localidades como Esteio, Sapucaia, São Leopoldo e outras, chegamos ao anoitecer a Novo Hamburgo. Novo Hamburgo é capital do calçado. Ali existem 13 curtumes e mais de 50 fábricas de calçados. Mas os preços em lojas de varejo, de calçados masculinos ou femininos, não oferecem muitas vantagens aos consumidores, pois equiparam-se mais ou menos aos de Marília. --:-- Costumes diferentes, lá e aqui. Em Novo Hamburgo, o comércio estava anunciando “melancias de Marília” e os novohamburguenses acreditam que Marília é a “

Viagem aos Pampas (VI) (6 de dezembro de 1973)

Em Santa Catarina, existe uma cidade, que tem também o nome de Araçatuba. Laguna, histórica cidade catarinense, mantém uma tradição centenária. Suas ruas e prédios citadinos, apresentam um aspecto semelhante à diversas cidades paulistas, localizadas na Central do Brasil, como Capapava, Mogi das Cruzes, etc.. A pesca marítima ocupa lugar de destaque em Laguna, estando em construção, inclusive, um Porto Pesqueiro de âmbito federal. À margem da rodovia BR-101, crianças, homens e mulheres, apregoam a venda de camarões, ostras, siris, lagostas e mariscos. A cidade é retirada da margem da rodovia alguns quilometros. O acesso à Laguna é feito através de um distrito lagunense (mais ou menos como Nóbrega), que tem o curioso nome de “Cabeçuda”. --:-- No sul de Santa Catarina, já próximo ao Rio Grande, existe um município com o nome de Sombrio. O atrativo mais importante de Sombrio, são as Furnas. Essas furnas merecem a atenção e a curiosidade. Ali está o misté

Viagem aos Pampas (V) (5 de dezembro de 1973)

Enquanto permanecia observando os nomes das placas dos caminhões, um gaucho de mim aproximou-se. Mediu-me dos pés à cabeça e perguntou, apontando para um “mercedão” estacionado, com placa de uma cidade de Santa Catarina: “É teu este aí ? ”. Respondi que não, que o “meu” éra outro, apontando para o Scânia com placa de Marília. O gaucho encarou-me novamente e voltou a indagar: “Mas não (é) o teu este ? ”, reapontando o “mercedão”. Neguei novamente. E o homem, visivelmente “bronqueado”, apontou para um letreiro na longarina trazeira do “Mercedes”, esbravejando: - “Isto é coisa que se escreve ? ”. Foi aí que observei o letreiro e tive que fazer força para não rir. Na trazeira do caminhão catarinense, estava escrita a seguinte “gozação” aos gauchos: “Abre teu ôlho, tchê”. --:-- Às 6 horas passávamos por Joinville, cidade de 125 mil habitantes, 500 indústrias e milhares de bicicletas. A predominância da imigração alemã nota-se logo. As residências, em maioria, apresen