Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2012

Importante entidade de classe (30 de janeiro de 1960)

Existe em Marília uma entidade de classe que apresenta importância suma e capital na própria vida de Marília. É a Associação Comercial, advogada legítima das classes comércio industrial, os sustentáculos do progresso de um centro, o ponto discriminativo do dinamismo de uma “urbe”. Longe de nós qualquer sentimento pejorativo ou depreciativo com respeito aos dirigentes pretéritos da mencionada entidade. No entanto, justo é reiterarmos, que o chamado “sangue novo” representa mesmo a seiva do dinamismo e da operosidade dentro de um núcleo, metamorfoseando-o radicalmente, fazendo-o ganhar personalidade nova e atitudes dinâmicas mais constantes, com inovações intermitentes. Isso vimos na gestão diretora anterior da ACM, sob a presidência do Sr. José Rojo Lozano. A entidade, conforme todos sabem e de acordo com o que provam os próprios documentos contábeis da ACM, terminou 1958 de um módo e um 1959 de outro. Para melhor, completamente melhor. Reencontrou-se positivamente. Ganhou seu ver

Pingos e respingos esportivos (29 de janeiro de 1960)

Domingo vindouro (31/1/1960), o alvi-rubro mariliense dará combate ao alvi-anil sorocabano, pela segunda rodada do returno do Torneio dos Campeões. O São Bento, que não apresenta o mesmo plantel que iniciou ou concluiu o certame da “segundona” pela série “Paulo Machado de Carvalho”, onde obteve brilhante segundo lugar, não apresentou muita felicidade no super-certame óra em vigência. Sem Zizinho, Paulinho, Ceninho, Gelson, Pedro e ultimamente mesmo Paulo Rezende, o alvi-rubro teve que “fazer das tripas coração” e lançar mão de elementos reservas e amadores. Essa, dizem, é a primordial justificação dos insucessos seguidos do quadro mariliense no atual campeonato. Como se sabe, o São Bento, de Sorocaba, é também um time considerado fraco. O alvi-rubro deverá bater o esquadrão sorocabano por larga margem de gols, a fim de prestar aquilo que poderia chamar-se de “homenagem do clube” à sua “torcida”. Isso é o que todos esperam. --:-- Por falar em fragilidade de plantél, sabido é que

B.B. teve um Bebê (23 de janeiro de 1960)

O epígrafe supra não é de nossa autoria. É de um jornalista de escól embora provinciano: Ruy Menezes, diretor do jornal “Correio de Barretos”. Numa das últimas edições do mencionado diário, Ruy Menezes focalizou em sua coluna de fundo, o fato do nascimento do primogênito de Brigitte Bardot, a fabulosa e famosa BB. E o fez de maneira como deveria mesmo ser feito. Analisou, não o nascimento de mais um pimpolho, mas a mãe deste, a BB. Nessa apreciação, Ruy Menezes deixou claro o sentido moral da questão toda, detendo-se na conduta das exibições cinematográficas de Brigitte Bardot, sua fama, suas formas, sua beleza (?), seu porvir e inclusive a sua dignidade de mulher vulgar e de mãe real. O artigo, gostoso de ser lido, sensato em sua vasa, oportuno, merece ser difundido. Isto vamos fazer, transcrevendo-o “in totum”. Vejamo-lo: “Com bastante estardalhaço, como se êsse negócio de dar à luz fosse coisa muito difícil para as mulheres, noticiaram os jornais do mundo inteiro, em prime

Ontem e hoje (22 de janeiro de 1960)

Existem coisas que obrigam a “dar tratos à bola” mesmo. A divergência do “modus vivendu” dos brasileiros de 20 anos para cá, por exemplo, é uma delas. Muita gente diz por aí, que no passado, a vida era bem melhor, muito mais fácil, etc.. Outras pessoas, cinquentonas, por hipótese, recordam saudosas o chamado tempo da “vaca gorda”, quando se comprava um saco de pura farinha de trigo marca “Buda” por 16 mil réis, uma fazendola por 15 contos de réis e um garrafão de cachaça, dentre outras coisas, por 400 réis. Além de vinte anos pretéritos, não temos nós a mínima lembrança de como eram as coisas; o que sabemos foi por ouvir dizer. Mesmo assim, notamos que apesar de tudo isso, de modo geral, a vida melhorou, embora isso pareça um paradoxo. Vejamos: Há vinte anos passados, nenhum operário ou lavrador (mesmo colono), tinha um bom terno de casimira, um bom par de sapatos “para passeio”, um rádio elétrico ou a pilha, e, muitas outras coisas que significam conforto e adiantamento. Qua

Vai funcionar a Câmara Municipal (21 de janeiro de 1960)

Hoje deverá “debutar” a nova Câmara Municipal de Marília. Os vereadores reeleitos e os recém-eleitos, deverão na noite de hoje, pela primeira vez na atual legislatura, reunirem-se na hora regimental. Dez processos estão pautados na chamada ordem do Dia da sessão que terá lugar hoje noite. Com menor ou maior importância, todos apresentam, de uma ou outra fórma, motivos de apreciação, de discussão, análises, aprovação ou não. Isto é, dizem respeito ao interesse geral. No corpo legislativo municipal, alguns nomes passarão a integrar, pela primeira vez, o responsável cargo de vereador. Outros, pelo contrário, já se apresentarão com a necessária bagagem legislativa, conquistada em período pretérito. Em época pré-pleito eleitoral, repetidas vezes nos ocupamos através desta mesma coluna, com respeito ao fato de que os então candidatos a vereadores, deveriam ter em mente, antes e acima de tudo, que a vereança, antes de mais nada, maximé nos municípios onde realmente se enquadra na condiç

Homens públicos no cinema (20 de janeiro de 1960)

Nós, confessamos, nada entendemos de cinema. Sabemos apenas apreciar um filme de conformidade com nosso gosto pessoal; isto é, podemos gostar de um filme tecnicamente fraco, ao mesmo tempo que podemos não apreciar um enredo extraordinariamente notável. O que nos prende na sala de projeção de um cinema, é o gênero da história do filme. Nada mais. Assim como existem as pessoas que gostam de filmes policiais, de revistas, de filmes de “far west”, de romances de amor, etc., nós também temos as nossos predileções. E, ao nos enquadrarmos na apreciação de uma película de nosso gosto, deixamos de analizar a parte técnica, as luzes, o sistema de fóco, etc., para observarmos, como leigos, apenas o enrêdo do filme. Aliás é isto mesmo que fazem quasi todos, com a diferença apenas que alguéns, sem entender patavina de arte cinematográfica, se dão ao luxo de comentar minúcias técnicas da película apreciada. O assunto que nos levou a ocupar o espaço de hoje neste jornal não é bem êste. Vamos n

Novo Prefeito... Velhos problemas (13 de janeiro de 1960)

O epígrafe parece conter uma intenção segunda, mas tal não acontece. Efetivamente, o prefeito novo terá que enfrentar problemas velhos. Em Marília ocorre o fenômeno de que a cidade, moderna e dinâmica, cresce ascensorialmente. Crescendo ascensorialmente, apresenta necessidades urgentes, imediatas, intermitentes. Nem sempre póde haver, portanto, um perfeito equilíbrio e uma justa equanimidade entre a receita e a despesa, uma vez que os gastos urgidos são aumentativos, em relação mais acentuada do que as rendas. Daí uma série de dificuldades; quando se leva a luz num bairro já o outro está exigindo o mesmo melhoramento e outro, surgindo, clama pela mesma melhoria. Dota-se de esgôto uma rua e quando serviço está prestes a terminar, já outras inúmeras vias públicas exigem o mesmo. Lógico está que os problemas existem, existem sempre. Tornam-se velhos. Razão pela qual, encimamos o artigo com o título em téla. De tudo isso, uma coisa é certa, pelo menos para nós: É bom a gent

Salada de notícias (9 de janeiro de 1960)

Quarta-feira última (06/01/1960), à noite, muita gente ficou “presa” durante bastante tempo, em diversos lugares, face ao período chuvoso. Frente a uma vitrine de uma casa comercial, um grupo de homens, impacientes com o temporal, “matavam o tempo” em conversas variadas. Em dado momento, uma das pessoas daquela “reunião compulsória”, comentou com o vizinho: - Esta chuva vale ouro! Só assim, no ano em curso, é que poderemos ter feijão e arroz por preços mais baratos. E o outro, que até ali permanecera calado, retrucou: - De fato, a chuva é mesmo boa para a lavoura. Teremos mesmo melhores colheitas. Mas isso não significa que as coisas baratearão, não; os intermediários comprarão tudo, por preços mais baratos, estocarão tudo, “amoitarão” os gêneros e farão como sempre; só que desta vez, ganharão ainda mais dinheiro à custa dos brasileiros pobres! --:-- Na maternidade dos Afogados, no Recife, nasceram 3 gêmeas, para alvoroço da imprensa local, que em grande núm

A reorganização da COMAP (8 de janeiro de 1960)

Está acéfalo o organismo controlador e fiscalizador de preços da cidade. A Comissão Municipal de Abastecimentos e Preços precisa ser reorganizada e entrar em ação imediatamente. Precisa, é bem o têrmo, pois uma série de abusos vem se verificando a miude entre os marilienses, em diversos setores. O novo prefeito mariliense, deverá, com urgência, interessar-se pelo assunto, reorganizando a COMAP e pondo-a a trabalhar. Na oportunidade dêste lembrête, sugerimos ao sr. Octávio Barretto Prado, que integre o organismo referido, de preferência com alguns elementos da camada popular, aqueles que mais diretamente sentem os efeitos das altas e os ricocheteios da ondulação inflacionária. Sobretudo, por pessoas dispostas a trabalhar e que possam dedicar alguns momentos diários nessa fiscalização, pois, verdade é, nem todos os integrantes das gestões anteriores dêsse órgão, puderam ou souberam bem cumprir essas faculdades. As pessoas que não puderam desenvolver essas funções de maneira direta

Notícias avulsas (6 de janeiro de 1960)

Tivemos mau início de ano, no que diz respeito aos preços dos gêneros de primeira utilidade. Tudo subiu, incrivelmente a partir do dia 1º de janeiro: carne, arroz, cafezinho, feijão, etc., etc.. --:-- Nova Odessa, néo município paulista, desmembrado de Campinas, empossou seu primeiro prefeito no último dia 1º. Até aí, nada de mais; acontece que o prefeito nova-odessense tem o curioso nome Alexandre Vassoura. --:-- Pela segunda vez, os direitos da revista “Time” elegeram o presidente Eisenhower como “o homem do ano”. Diz a revista que as relevantes realizações de Eisenhower, em 1950, foram: fazer popular a economia nos Estados Unidos e fazer-se popular na sua recente viagem por países da Europa, Ásia e África. “Eisenhower destaca-se como o cidadão melhor conhecido e que mais agrada em todo o mundo”. --:-- O advogado do sr. Milton Freitas de Souza, ex-diretor do SESC, acusado de haver dado um desfalque de 37 milhões de cruzeiros àquela autarquia, conseguiu provar que se

A Banda Municipal (5 de janeiro de 1960)

Inúmeras vezes temos focalizado nesta coluna, a urgência de a Corporação Musical Mariliense ser reorganizada e melhor amparada pelos poderes públicos. Sabemos constar do plano de ação do prefeito Barretto Prado, interêsses e providências no sentido de solucionar vários impasses existentes e de há muito pendurantes no mencionado organismo, cuja vida, há bastante tempo, deve-se exclusivamente à boa vontade do maestro Jorge Galati. A Banda Municipal está “entregue às traças”, diga-se a verdade. Não possui instrumental condigno; não possui sequer um local para guardar as suas estantes, que ficam amontoadas em plena Praça Saturnino de Brito, expostas ao sol e à chuva. Seus músicos, não possuem o tradicional uniforme, apesar de que um movimento particular foi feito neste sentido, com a angariação de 33 mil cruzeiros, quantia insuficiente para atender o “quantum” das despesas de 15 trajes especiais. A sala destinada aos ensaios da Corporação, cedida pela municipalidade é uma aberração

Aconteceu na Itália (1 de janeiro de 1960)

Fatos pitorescos (oriundos do imprevisto, da coincidência ou da ignorância), marcaram a passagem dos brasileiros na Itália, na última guerra mundial. De momento, recordamo-nos de alguns, que, nesta oportunidade, vamos transmitir aos nossos leitores: --:-- Dirigir veículos na FEB não importava possuir carteira de habilitação e sim uma “carta-autorização-especial”. O autor destas linhas não possuía nem um nem outro documento. Certa feita, com algum abuso, conseguimos sair com um “jeep” de nosso Pelotão. Ao estacionarmos (na mão) na rua principal da cidade de Porretta Terme, ficamos estarrecidos quando um “MP” (“Military Police – Policia Militar) veio em nossa direção. Procuramos logo tentar um disfarce, pois para nós o “MP” era americano e os “MP” americanos sempre foram intransigentes em questões de policiamento. Com um sorriso amarelo, dirigimo-nos ao “MP” e indagamos: “Do not stop here?”. O “MP” olhou desconfiado. Insistimos e perguntamos: “No parking here?”. Ai o

Ano Novo, Vida Nova (1 de janeiro de 1960)

A própria história, em suas diversas facetas, nos garante uma espécie de compromissivo, compulsando todos os exultamento, à euforia, ao contentamento exteriorizado de uma alegria ímpar, pelo transcurso da efeméride do Ano Novo. E afirma, com sabedoria ou não, que em “Ano Novo, vida nova”. A idéia é boa, convenhamos. Pelo menos para muita gente, especialmente aqueles que viram no ano que ontem findou, uma série de percalços, um ról de dificuldades ou de maus conhecimentos, aguardam ansiosos uma vida nova, uma vida diferente, modificada, metamorfoseada. O fato é que 1959 findou. A realidade é que 1960 está “tinindo”, começando, prenunciando um conteúdo incógnito de acontecimentos enigmáticos, desconhecidos, imprevistos, desconhecidos, imprevistos. Nós, como todos os homens de bom senso, deixamos de bom grado que o manto do otimismo nos cubra da cabeça aos pés. A vida anda muito ruim, muito difícil, muito problemática ultimamente e o aceitar os bafejos de uma onda de otimismo