Importante entidade de classe (30 de janeiro de 1960)



Existe em Marília uma entidade de classe que apresenta importância suma e capital na própria vida de Marília. É a Associação Comercial, advogada legítima das classes comércio industrial, os sustentáculos do progresso de um centro, o ponto discriminativo do dinamismo de uma “urbe”.

Longe de nós qualquer sentimento pejorativo ou depreciativo com respeito aos dirigentes pretéritos da mencionada entidade. No entanto, justo é reiterarmos, que o chamado “sangue novo” representa mesmo a seiva do dinamismo e da operosidade dentro de um núcleo, metamorfoseando-o radicalmente, fazendo-o ganhar personalidade nova e atitudes dinâmicas mais constantes, com inovações intermitentes.

Isso vimos na gestão diretora anterior da ACM, sob a presidência do Sr. José Rojo Lozano. A entidade, conforme todos sabem e de acordo com o que provam os próprios documentos contábeis da ACM, terminou 1958 de um módo e um 1959 de outro. Para melhor, completamente melhor. Reencontrou-se positivamente. Ganhou seu verdadeiro lugar, deixando para traz um marasmo crônico que apresentava e que tantas reclamações ocasionava dentro os próprios associados, cujo número até fins de 1958 éra incrivelmente ínfimo.

Segunda-feira última, operaram-se as eleições para a escolha dos novos dirigentes da mencionada Casa. Satisfeitos os associados e assistidos pela ACM, com a gestão profícua do Sr. Lozano, e, não tendo este pretendido continuar segurando o leme da entidade, chamaram a comandar a nau comercial, uma outra plêiade de moços capazes, dinâmicos e bem intencionados capitaneados pelo sr. Athos Fragata.

O novo presidente da Associação Comercial é jovem, operoso, empreendedor. Conta com um grupo de auxiliares dignos e competentes. Está, portanto, em condições próprias não só para prosseguir nas pegadas do antigo presidente, como igualmente, para imprimir novos rumos, novas orientações e nova vida ao organismo importantíssimo que é a Associação Comercial de Marília.

Dissemos que a ACM é uma importante entidade de classe. E de fato o é. Sabem todos que o comércio e a indústria são os verdadeiros sustentáculos de uma cidade. Eles é que pagam os impostos, canalizando para os cofres públicos da União, do Estado e do Município, o suficiente para ocorrer às despesas das Forças Armadas, do funcionalismo público, das realizações oficiais de interesse geral. O comércio e a indústria, principalmente o comércio que é mais vasto, sustentam as demais entidades de classe. Sem êles não haveria futebol, outras entidades sociais ou assistenciais, porque o valor do quadro associativo de quaisquer entidades, é na realidade representado pela colaboração do comércio e da indústria.

Daí o justificar-se que êsse mesmo comércio e éssa mesma indústria, que significam esteios incontestes na própria vida de Marília e “peso ouro” na balança do dinamismo da “cidade-menina”, tenham a sua real entidade de classe à altura de representa-los e representa-los bem. Sua força é imensurável, porque representa a união dos comerciantes e industriais. Com uma direção diligente, essa força ganha ainda formas maiores, prestígio indestrutível.

A substituição de Lozano por Fragata, operou-se em boa ocasião, com perspectivas excelentes de um progresso sempre mais crescente para essa importante entidade de classe que é a Associação Comercial de Marília, a legitima “Casa do Comerciante”.

Não há, portanto, menosprezo aos dirigentes anteriores daquele simpático, útil e eficiente organismo. Mas é inegável que o chamado “sangue novo” erradica a pusilanimidade de um corpo.

Ao ensejo deste registro, congratulamo-nos com os associados da ACM, pela feliz escolha de seus novos dirigentes, ao mesmo tempo que formulamos a estes, os propósitos de continuidade de ações em prol das classes que tão condignamente representam.

Extraído do Correio de Marília de 30 de janeiro de 1960

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