Novo Prefeito... Velhos problemas (13 de janeiro de 1960)





O epígrafe parece conter uma intenção segunda, mas tal não acontece. Efetivamente, o prefeito novo terá que enfrentar problemas velhos.



Em Marília ocorre o fenômeno de que a cidade, moderna e dinâmica, cresce ascensorialmente. Crescendo ascensorialmente, apresenta necessidades urgentes, imediatas, intermitentes. Nem sempre póde haver, portanto, um perfeito equilíbrio e uma justa equanimidade entre a receita e a despesa, uma vez que os gastos urgidos são aumentativos, em relação mais acentuada do que as rendas.



Daí uma série de dificuldades; quando se leva a luz num bairro já o outro está exigindo o mesmo melhoramento e outro, surgindo, clama pela mesma melhoria. Dota-se de esgôto uma rua e quando serviço está prestes a terminar, já outras inúmeras vias públicas exigem o mesmo. Lógico está que os problemas existem, existem sempre. Tornam-se velhos. Razão pela qual, encimamos o artigo com o título em téla.



De tudo isso, uma coisa é certa, pelo menos para nós: É bom a gente ser neutro, independente, ano ter compromissos com partidos ou homens políticos. É o nosso caso.



Por exemplo, dentro de nossas observações de cronistas, estivemos analisando as primeiras passadas do atual Prefeito de Marília, Sr. Octávio Barretto Prado. E vimos que o homem está bem intencionado, está disposto a trabalhar bem e a fazer um bom govêrno. Desde o dia primeiro até ontem, o Sr. Tatá não descansou. Esteve sempre onde foi reclamada a sua presença. Atendeu a milhares de pessoas, concedeu audiências especiais, andou, trabalhou de fato. Dezenas de pequenos pedidos foram dirigidos ao novo Prefeito. E ele atendeu a todos, dentro de suas possibilidades, sempre com a melhor boa vontade.



Assuntos diversos reclamaram a presença de Tatá em diversos pontos da cidade; erosões, estradas, água, etc.; e o Prefeito ali compareceu. Estudou assuntos vários, esmiuçou problemas velhos. Gostamos destes primeiros dias de trabalho do atual prefeito.



E nós podemos dizer que gostamos, porque apreciamos a conduta do Sr. Octávio Barreto Prado, exclusivamente do lado critico. Não somos políticos e muito menos adhemaristas. Não temos compromisso com Tatá, não pedimos favores pessoais e nem fizemos favores ao novo Prefeito. Afirmamos isso publicamente, em alto e bom som.



Pelo que vimos, Marília terá muito a lucrar. Terá benefícios inumeráveis, benefícios que reverterão em pról do próprio povo. Isso nos alegra, porque (não podemos negar) somos extraordinariamente bairristas e cem por cento marilienses.



Para completar essa idéia, éssa observação, temos a destacar a atuação gentilíssima da bancada udenista na Câmara Municipal, traduzida na palavra eficiente e sensata do vereador Guimarães Toni, quando afirmou que a UDN não fará oposição sistemática ao atual Prefeito, e, pelo contrário, prestigiará os atos de S.S., visando unicamente os interesses de Marília e de seu povo.



O Prefeito novo, repetimos, deparará com problemas velhos. Com boa vontade, com a colaboração diréta de seus auxiliares imediatos e com o prestigio de todos os marilienses, o Sr. Octávio Barretto Prado poderá cumprir fielmente as suas obrigações.



Extraído do Correio de Marília de 13 de janeiro de 1960

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