Vai funcionar a Câmara Municipal (21 de janeiro de 1960)



Hoje deverá “debutar” a nova Câmara Municipal de Marília. Os vereadores reeleitos e os recém-eleitos, deverão na noite de hoje, pela primeira vez na atual legislatura, reunirem-se na hora regimental.
Dez processos estão pautados na chamada ordem do Dia da sessão que terá lugar hoje noite. Com menor ou maior importância, todos apresentam, de uma ou outra fórma, motivos de apreciação, de discussão, análises, aprovação ou não. Isto é, dizem respeito ao interesse geral.

No corpo legislativo municipal, alguns nomes passarão a integrar, pela primeira vez, o responsável cargo de vereador. Outros, pelo contrário, já se apresentarão com a necessária bagagem legislativa, conquistada em período pretérito.
Em época pré-pleito eleitoral, repetidas vezes nos ocupamos através desta mesma coluna, com respeito ao fato de que os então candidatos a vereadores, deveriam ter em mente, antes e acima de tudo, que a vereança, antes de mais nada, maximé nos municípios onde realmente se enquadra na condição de “múnus público”, é um encargo e não propriamente um cargo. Assim, apelamos para os marilienses que se mostravam propensos a disputar uma poltrona na Câmara Municipal, que só o fizessem se de fato estivessem bem intencionados, se dispusessem de tempo suficiente e se de fato estivessem propensos a trabalhar por Marília e sua coletividade.
É chegada a hora portanto, de ver-se concretizada éssa necessidade.
É aprazado o momento, pois, de conhecer-se esse modo de proceder.
Ao ensejo em que registramos o início das atividades legislativas do município, neste ano da graça de mil novecentos e sessenta, formulamos aos senhores vereadores marilienses, os nossos votos sinceros de uma grande, feliz e sadia inspiração de trabalhos honestos, profícuos e bem intencionados em prol de nossa cidade e de nossa gente.
Simultaneamente, auguramos aos senhores edís, o capeamento de um clima de harmonia total entre todas as camadas políticas com assento na edilidade, com a caracterização do respeito mútuo e da compreensão recíproca, a fim de que o povo, especialmente a parte que acompanha os trabalhos do Corpo Legislativo local, não venha a alimentar a idéia que domina a maioria das gentes, de que os bons políticos são exclusivamente aqueles que melhor se xingam e se “gozam” entre sí.
Marília, cidade que cresce vertiginosamente, depara um problema angustiante: face ao seu dinamismo, os problemas gerais, sempre aumentantes, nem seguidamente se mantem no mesmo ritmo das Providencias saneadoras; isto é, quando se estende a iluminação pública, por exemplo, a determinada rua de determinado bairro, dezenas de outras vias já estão a reclamar dito melhoramento e quando se atende a necessidade destas, um número maior, lá na frente, reclama com insistência idênticas providências.
São problemas naturais, próprios dos centros progressistas. Como tal, exigem dos administradores, preocupações constantes, providencias acomodadores seguidas, trabalhos ininterruptos.
Daí a necessidade de harmonia de trabalhos, coordenação de atividades e de ações, desprendimento, e, acima de tudo, capacidade e boas intenções.
Isto é o que esperamos da nova Câmara Municipal que, na noite de hoje deverá reunir-se pela primeira vez na atual legislatura.
Em repetição, nossos votos sinceros de toda a felicidade e sábia inspiração aos senhores vereadores marilienses.
Extraído do Correio de Marília de 21 de janeiro de 1960

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O jogo do bicho (26 de outubro de 1974)

O Climático Hotel (18 de janeiro de 1957)

“Sete Dedos”, o Evangelizador (8 de agosto de 1958)