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Mostrando postagens de julho, 2012

Retornando... (31 de julho de 1973)

Reaparece esta coluna, após uma ausência compulsória de pouco mais de duas semanas, espaço-tempo em que me distanciei de Marília, anuindo à convite do Departamento de Educação Física e Desportos, do Ministério da Educação e Cultura. Nesse período, participei como integrante da Comissão Administrativa dos V Jogos Estudantis Brasileiros, que reuniu em Brasília, mais de 5.000 atletas, representantes de 26 Estados e Territórios nacionais. --:-- Um certame poli-esportivo, de cunho oficial, onde modalidades do esporte amador tiveram presente e disputas renhidas. Voleibol masculino e feminino; basquete masculino e feminino; xadrez masculino e feminino; handebol feminino e masculino; arco e flexa, também dos sexos; hipismo; ginastica olímpica e moderna; e judô. Fez-se presente também, como elemento de ilustração e diversão, o folclore representativo de todos os Estados participantes. --:-- Dentre atletas, dirigentes, técnicos, elementos da imprensa e árbitros de var

Misturança que confunde (11 de julho de 1973)

É irretorquível, sucinto, claro, indiscutível, real! Ninguém, em boa razão, aprecia ser confundido com aquilo que não é ou nunca foi. Ressalve-se aqui o embuste, a falsa ideologia, o uso indevido de condição, credencial ou autoridade. Sim, pois há os que não sendo, intitulam-se em proveito próprio, titulares fajutos de postos, qualidades ou condições. Esta hipótese, tem muito de covardia, de ostentação, de empavonamento, de vantagens pessoais de ilusão, além de constituir crime. No primeiro aventamento, no entanto, prevalece o bom senso, de que ninguém gosta de ser confundido com o que de fato não é. --:-- O médico não pode gostar de ser confundido com o enfermeiro. O dentista não gosta de ser confundido com o farmacêutico. O mecânico não gosta que o confundam com o ferreiro. O soldado não pode ser confundido com o coronel. Ninguém deve confundir o investigador com o delegado de polícia. --:-- O Jornalista não pode ser confundido com o jornaleiro.

Batendo no mesmo prego (10 de julho de 1973)

Nada aqui, de dar uma no prego e outra na ferradura. Vou continuar a bater no mesmo prego, por saber muito bem, que pão é pão e queijo é queijo. --:-- Jamais fui contra aquilo que se chama oposição partidária, por entendê-la como necessária e apêndice, do próprio regime de uma democracia. De minha parte, nunca classifiquei tal sistema, de “mal necessário”, como já fizeram outros. --:-- Quem não sabe distinguir um carretel de linha de um elefante corre o risco de ir ao bazar comprar um carretel de linha e se o bazarzeiro lhe deum elefante, acabará levando o paquiderme para casa! --:-- Num quartel, o sargento-de-dia viu e estranhou, um vaso com flores sobre a mesa do comandante. Chamou o soldado de plantão da Casas das Ordens e esbravejou: - Quem foi o burro que mandou colocar aquelas flores ali? O praça respondeu: Foi o coronel, meu sargento. E o sargento, saindo do lance: - Fica preso, por chamar o coronel de burro! --:-- Quando a “chaufes

Noticiazinhas (7 de julho de 1973)

Jean Paul Mendel é um cidadão que reside em Liége, na Bélgica. Está com idade de 91 anos e há 72 é casado. Conversando com um jornalista americano, Jean declarou que a felicidade conjugal reside no fato de um casal falar o menos possível. E citou como exemplo: Ele e a esposa, apesar de 72 anos de vida em comum, só se dirigem um ao outro quando não há mais remédio... --:-- Governador Laudo Natel, em almoço com onze prefeitos de cidades-sedes de regiões administrativas, comunicou uma providencia que encarna o verdadeiro espírito de municipalista: de quinze em quinze dias, um grupo de três titulares de Secretarias de Estado, despacharão nas referidas cidades. Muito ótimo. --:-- Impressionante o surto de construções novas em nossa cidade. Quem ainda não deu ao ensejo de fazer tal observação, que procure fazê-lo. É o novo espírito de Marília/73. --:-- Nisso falando, contaram-me alguns construtores que está patente em nossa cidade, a falta de mão de obra es

O humor dos outros (6 de julho de 1973)

Estas tiradas não me pertencem e também não me interessei em saber quem foram seus autores. Como gostei do “sal”, passo-as adiante: --:-- Tem o caso daquele viajante, que no momento em que preenchia a ficha de hospede, no hotelzinho de uma pequena cidade, viu sobre o balcão da portaria, um percevejo que se locomovia em direção à ficha. Gozou: - Essa, não! É a primeira vez que vejo um percevejo vir ver o número do quarto em que vou ficar! --:-- Também tem o caso de um distinto, que caminhando por uma estrada em pleno sertão africano, deu de cara com um leão. Desarmado e apavorado, teve a idéia de tocar uma flauta que trazia consigo, na tentativa de acalmar o animal. Deu resultado. O leão ficou ouvindo a musica da flauta. Dali há pouco, foram surgindo outros leões, todos ficando embevecidos com a musicazinha. Nisso apareceu um leão retardatário e sem mais nem menos apanhou o flautista pelo pescoço. Então, um leão cutucou o outro dizendo: - Eu sabia que o “sur

Coisas que são coisas (5 de julho de 1973)

Quem, há cêrca de vinte e oito anos passados, em Marília chegou, sem a cidade conhecer, “com uma mão atraz e outra na frente”, aqui radicando-se aqui casando-se e constituindo família, conseguindo arregimentar um ról imenso de amizades, deve, forçosamente, de gostar e amar Marília. Assim sou eu. --:-- Chegou à redação. Um tanto atrasado. Talvez por causa do friozinho destes últimos dias. Ou quiçá pelo fato do gerente-amigo Anselmo (Scarano) , não ter chamado minha atenção. Deparo, sobre minha mesa, um livro: “Educação Brasileira Temas e Problemas”. Autoria, professor-doutor José Antonio Tobias. Com uma dedicatória pessoal, que muito me desvaneceu. Muito agradecido, ilustre mestre, lídimo orgulho do magistério superior de nossa cidade. --:-- Velho mariliense, conceituado comerciante, que há mais de 20 anos conheço. Confessou-me, de maneira franca, que até me confundiu: - Pôxa, leio sua coluna diariamente, sou seu fã, conheço você pessoalmente... mas não sabia que

Nosso candidato à deputado (4 de julho de 1973)

Sinto-me à vontade e à cavaleiro, todas as vezes que falo sobre a irretorquível necessidade, de elegermos nossos deputados próprios, especialmente no âmbito estadual. Modéstia de lado, coube à mim, a felicidade de ter levantado pela primeira vez em Marília, a bandeira pró eleição de um candidato local. Isso, foi no ano de 1946 e só depois do jornal, é que a própria Câmara e nossas forças políticas, aferraram-se no mesmo terreno. --:-- Os mais antigos marilienses e as coleções do “Correio”, são o testemunho dessa afirmativa. Por ocasiões que precederam todos os pleitos eleitorais, a partir do chamado período de redemocratização do país, após a promulgação da Constituição Federal de setembro de 46, tendo participado ativa e efetivamente dessa análoga luta. --:-- Quando das últimas eleições para a deputação federal e estadual, tive a oportunidade de afirmar, ao Dr. Doreto Campanari, em seu comitê eleitoral da Rua 9 de Julho, que ele não seria eleito deputado. E expl

Equipe de trabalho e amor (3 de julho de 1973)

Não tenho certeza se em Sorocaba foi o nascedouro. Todavia, mui bem recordo, que naquela cidade tive conhecimento, pela vez primeira, de inserções e exortações, em pról das crianças excepcionais e lá, no pretérido, contactei   com as lutas iniciais, de colimação da constituição de APAE. Faz tempo, isto. --:-- Dia outro, o popularíssimo Toninho Neto e espôsa foram tomar um cafezinho em minha casa. No trivial da amistosa palestra, Toninho indagara-me se eu já tinha visitado a APAE mariliense. Respondi negativamente, apesar de convites me formulados, inclusive por duas crianças excepcionais. --:-- Expliquei ao Toninho, que apesar de minha cara aparentemente feia e rude, sou detentor de uma sensibilidade incomum. E que, uma visita a um local assim, exerce sobre meu intimo, uma espécie de mau estar, provocado pelo sentimento de solidariedade e de piedade. Parece que Toninho conseguiu entender a justificativa. --:-- Domingo fui ao Clube dos Bancários, juntamente

TIPOS & COISAS E CASOS (18)

Uma espécie de líder. Um homem que irradiava simpatia e confiança. Não tinha muita escolaridade. Mas possuía uma filosofia de vida verdadeiramente admirável. Isso lhe proporcionava um caráter firme e forte. Salustiano éra seu nome. Chegara à cidadezinha, ainda menino, com apenas sete anos. Era o mais antigo habitante do lugar, o único sobrevivente daquelas que foram os verdadeiros pioneiros da pequena urbe. Isso lhe outorgava um respeito profundo. Salustiano era um autentico filósofo sem escola. Lia, ouvia emissoras de rádio e, com um impressionante poder de retenção de informações e acumulação mental de tudo o que via, lia e ouvia, faziam-no credenciado de uma pessoa muito inteligente. Todos gostavam de papear com o Tio Salustiano. Os mais novos deliciavam-se em ouvir os “causos” que contava, sobre aspectos diversos de fatos que haviam ocorrido no pretérito. Sua memória era algo incomum. O próprio prefeito e mestres-escolas, recorriam a Salustiano para confirmar ou intei

TIPOS & COISAS E CASOS (17)

Era dia de festa popular: aniversário da “emancipação politico-administrativa” da cidade – como havia discursado o prefeito ao microfone da emissora local. E o alcaide, jubiloso com a presença do público ao acontecimento – e pensando numa candidatura à deputado – vibrava com todos, cumprimentando alegre todo mundo e realizado com as inaugurações de “grandes obras”, como a construção de uma ponte, que, por sinal beneficiava seu próprio sítio. E também uma nova sala de aula, que igualmente, por sinal, dera um emprego à Pierina, professora leiga, porem bonita e “muito simpática” para o prefeito. Adelino morava alí, desde a juventude. Abandonara a lavoura, viera para Bananeiral – a cidade que aniversariava – e acabara por aprender a profissão de folheiro. Tinha uma pequena e pobre oficina, onde contava com regular freguesia e conseguia ganhar o pão da mulher e dos três filhos do casal. Não era muito afeito a festas. Simples, humilde, pacato, quando deixava o trabalho ia sempre