Sinal (mau) do tempo... (4 de agosto de 1973)



- Agola que carne subiu, zente ploculando mais ovo e verdula. Preciza subi preço também de ovo e verdula...

(Assinado: japonez da quitanda)

--:--

Garante-me retalhista, meu amigo, que os açougueiros não tem culpa alguma, dessas “sistemáticas” da alta constante do preço da carne vendida em Marília.

Bem, eu também não sou culpado.

Será que a culpa da alta constante do preço da carne não é do técnico do Corinthians?

--:--

Costumam falar em carne verde. Confesso que nunca via carne dessa cor. Acho que o distinto que classificou a carne vermelha de carne verde, ano possuía carta de motorista. Deveria ser daltônico.

--:--

Tem um escritor famoso, que certa fez meteu os pés pelas mãos. Foi quando escreveu que a carne é fresca.

--:--

Desta vez, foi a primeira a acontecer: a carne subiu de preço, antes do aumento do custo da gasolina!

--:--

O negócio que é uma boa pedida, deve ser, por certo, a gente rumar para o Cambodja.

Os jornais não vivem anunciando que no Cambodja existe muita carni... ficina?

--:--

Aquele autêntico doido varrido (e encerado), que afirmou que no futuro a gente iria comer capim, vai acabar sendo glorificado!
--:--

Preocupação de um comerciante do gênero de calçados:

- Juquim... suviu a carne... aumente o preço do vorzeguins.

--:--

Chefe de família econômico, já não vai mais bater de cinta nos filhos, só para economizar o couro, que também subiu de comum acordo com a carne.

--:--

Carne subiu. Couro subiu também. Mas o quédis, o tênis, o “pé-de-anjo” não tem couro... e agora, José?

--:--

Vai ter que acabar essa moleza de gente ficar o dia todo na Avenida, enchendo linguiça. Linguiça é feita com carne e carne custa caro.

--:--

Antigamente, quando uma coisa éra comum demais, presentemente seguida, conhecida e batida, costumava-se dizer que era uma “carne de vaca”. Ah! os bons tempos!

--:--

Quero ver, como é que vão fazer agora, aqueles distintos que costumam vender coxinhas de galinha, feitas com carne de vaca, moída.

--:--

Com o preço da carne, tem muita gente gorda, que está arriscando muito, em sair calmamente pelaí.

--:--

Do jeito que subiu o preço da carne e também consequentemente do couro, até a polícia vai ter que fazer economia. Não vai poder “dar couro” assim à torta e à direita...

--:--

Vocês vão ver: daqui há algum tempo, vai subir tudo o que tenha leite na sua confecção, inclusive o próprio dito. Mas, onde entra a carne nesse negócio?

--:--

Ribamar, do MAC, vai ter dificuldades para contratar novos jogadores. Os craques vai pedir mais aumentos pelo próprios “passes”. E vão justificar, muito tranquilamente:

- A carne subiu... sacomé...

--:--

Não vão se admirar, se o preço dos transportes pessoais subir também. A justificativa vai saltar aos olhos da cara: subiu o preço da carne.

Não era assim que se fazia com os aumentos da gasolina e derivados de petróleo?

Extraído do Correio de Marília de 4 de agosto de 1973

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O jogo do bicho (26 de outubro de 1974)

O Climático Hotel (18 de janeiro de 1957)

“Sete Dedos”, o Evangelizador (8 de agosto de 1958)