Um receio justificado (3 de agosto de 1973)



Antigo banco paulista, o “Emissor”, saiu de sua séde própria, na confluência da Avenida com a Nove, anunciando reforma radical no velho edifício.

Deram muitas pancadas no interior do prédio, em começo ritmado e não concluído, da propalada reforma.

A remodelação do prédio, mal começada, acabou sofrendo solução de continuidade.

Daí, surgiu a notícia: “Banespa” havia encampado o referido Banco.

--:--

Então, a repetição de muitos análogos fatos que a gente já acostumou ver em Marília: um prédio central, localizado em estratégico ponto, abandonado a casa malassombrada que nos conta a antiga estória.

--:--

Marília reclamando o erguimento de arranha-céus, em cuja faixa de dinamismo, já perdeu há muito para Araçatuba, Presidente Prudente, Rio Preto e Bauru.

Terrenos adequados e específicos, existindo em abundância, o mesmo ocorrendo com gente financeiramente capaz disso. Há alguma pecinha necessitando de um embuchamento ou reajuste adequado.

Há.

--:--

Aí está, uma oportunidade feliz, para o Banco do Estado de São Paulo, construir um grande edifício no local. O “Banespa” desfruta entre os marilienses, de um prestigio impar e a adoção da sugestão em tela, além do reforço aumentativo de seu grande e inestimável patrimônio, viria significar a retribuição desse apreço, contribuindo para o progresso arquitetônico do centro urbano da cidade.

--:--

A gente que ama Marília de fato, chega a temer, que esse antigo prédio, hoje um elefante amarelado deixe escapar a oportunidade de dar lugar a um grande edifício em nossa cidade.

Teme, que se faça uma adaptação emergenciária, para uma finalidade outra, que não condiga com o ensejo oportuníssimo que faz irradiar.

A gente teme mais ainda:

Que o “Banespa” ponha por terra aquela tijolada e velha alvenaria, para em seu lugar germinar mais um desses estacionamentos de veículos.

Seria a repetição de um fato passado e a sequência de um engôdo, que um outro banco já nos pregou.

--:--

Neste rabisco, vai consignado um apêlo, à dinâmica diretoria do Banco do Estado de São Paulo S.A.:

Para que estude a viabilidade, da construção de um gigantesco “arranha-céu” naquele local. Sendo mais central o ponto, do que a atual séde do “Banespa”, ali poderia funcionar a agencia do mesmo, com apartamentos residenciais nos pavimentos superiores. Residências essas, que poderiam ser locadas ou vendidas, aos próprios funcionários do “Banespa” ou mesmo à particulares.

Tenho em mim, que a sugestão é perfeitamente válida.

Ela enfeixa um outro aspecto: o receio de que tudo fique como está. Ou pior ainda, de que o “Banespa” não venha a apresentar um interesse pró Marília, mais ou menos nos moldes desta sugestão, que tem o cunho irrevogável de ser bem mariliense.

--:--

Pedrão e Rossi, bem que poderiam inteirar-se de pormenores circunstanciais a respeito, com a gerencia local do “Banespa”. E se o caso fôra, darem ambos uma esticadinha à São Paulo, para dialogar e reivindicar com a diretoria do “Banespa”, ou o aqui sugerido, ou algo semelhante, ou mesmo mais condizente com os interesses da cidade.

Por certo, a alta administração do “Banespa”, não iria fechar os olhos e fazer ouvidos moucos, à uma reivindicação que se veste, por antecipação com o manto logico, plausível, racional e perfeitamente viável e funcional.

Falei.

Extraído do Correio de Marília de 3 de agosto de 1973

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O jogo do bicho (26 de outubro de 1974)

O Climático Hotel (18 de janeiro de 1957)

“Sete Dedos”, o Evangelizador (8 de agosto de 1958)