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Mostrando postagens de setembro, 2012

Na fabulação dos mendigos, a ignorância do vernáculo (30 de setembro de 1973)

Verdade é que não sou professor da língua portuguesa, o que não peja de confessá-lo. Igualmente é verdade, nenhuma pretensão tenho, de transformar-me em exegeta. Reconheço que o vernáculo pátrio é assaz difícil, castiçamente falando. Mas me não é dado ignorar, que um têrmo banalíssimo, comum, diariamente multi-utilizado, que a gente ouve dizer e sabe o que representa, mesmo antes de ingressar na escola primária, continue a ser escrito e pronunciado erradamente, principalmente por alguns vereadores, lídimos representantes do povo.          FABULAÇÃO DOS MENDIGOS O assunto “mendigos”, já tomou área de uma fabulação, parecendo assunto obrigatório de nossa edilidade. A realidade, muito clara, meridianamente clara, todos a conhecem e todos – o que é importante – sabem onde estão encaixadas todas as peças, originárias e geradoras da verdade dos fatos. A caturrice não mais encontra guarida no consenso geral, embora continue a ser cultivada em terreno árido e isento do

Dois mais dois são quatro (29 de setembro de 1973)

Um candidato a deputado estadual, para ser eleito, deverá atingir e até ultrapassar, a cifra de 25 mil votos. Conseguir êsse coeficiente de sufrágios, vamos convir, não é nenhum bolinho. É possível, que muita gente, que tem na cabeça idéia de ser candidato, não tenha analisado ou pensado nisso. Não é sopa, arrancar 25 mil votos de um eleitorado. Mesmo que o pretenso candidato conte com votos de outros municípios. Quanto muito, um lá, outro acolá. A força maior deve provir da própria sede onde o candidato é candidato. É bom pensar nisso. Se, para uma pessoa, vai ser assaz difícil conseguir êsse total de votos na própria cidade, o que dizer-se dessa mesma cidade, com vários candidatos e com a presença dos bicões de fora, caçando, catando e até comprando votos? A gente aprende no Grupo Escolar, que dois mais dois, são quatro. Na escola da política atual dos pretensos candidatos, muita gente está demonstrando a mais completa ignorância dessa matemática primária.

Candidato único, única solução (28 de setembro de 1973)

A série de escritos que venho diariamente publicando, sobre a necessidade bem mariliense, de elegermos um deputado estadual, com alicerce fundamental do lançamento de um candidato único de nossa cidade, está causando repercussão. Há, como não poderia deixar de ser, duas correntes a respeito da semente lançada – por sinal, por mim, desde o ido ano de 1947. --:-- Que meditem os políticos de bom senso. Que se pense em termos de Marília, unicamente. Que se não repitam os erros do passado, onde o volume de candidatos atrapalhou tudo, fomentou a maior dispersão de votos, facilitando diretamente e muito contribuindo, para a eleição de candidatos alienígenas. --:-- A cabeça foi feita para pensar e não para separar as orelhas, como até aqui parece ter acontecido, no tocante às eleições para deputados estaduais e federais. --:-- É chegado o tempo de pensar em Marília, antes de ser agradável aos políticos, agasalhando várias candidaturas, que irão fatalmente reverter

O pior cego é o que não quer ver (27 de setembro de 1973)

Certa feita, antes das candidaturas de Biava e Sola à Prefeitura, disse eu, em um dos meus escritos diários, que Marília possuía muitos elementos capazes para administrá-la. Mas que, muitos desses mesmos elementos capazes, se candidatos, eleitos não seriam. Porque faltava-lhes aquilo que é importante para todo candidato à cargo elegível: penetração na opinião pública, no seio das massas. --:-- O “tio” Santo Barion, que já foi vereador, que é uma indiscutível reserva moral, como cidadão e como homem de empresa, após conhecido o resultado do pleito que o elegeu, convenceu-se, de que nem todos os seus empregados e auxiliares haviam votado nele. --:-- Meu amigo João Crepaldi, hoje Coletor Estadual em Oscar Bressane, trabalhou arduamente pela candidatura de Romeu Ceroni nas últimas eleições. Tinha, por antecipação, a certeza da eleição desse candidato. Em palestra comigo, disse eu ao Crepaldi, que mesmo reconhecendo em Romeu Ceroni, condições e capacidade para ser deputado, nã

Solução é candidato único (26 de setembro de 1973)

Já disseram: Errar é humano; persistir no erro, é burrice. --:-- Marília errou várias vezes. Será que vai persistir? --:-- Vai em breve, acontecer o espetáculo do pleito eleitoral, ocasião em que deverão ser eleitos os deputados estaduais. --:-- Muitos dos deputados atualmente eleitos e em exercício, já estão envergando as fatiotas do engodo, metendo o nariz nas politicas municipais, com o fim de conseguir votos, para garantir suas permanências, nas poltronas de couro vermelho do Palácio 9 de Julho. São os falsos messias, os falsos salvadores da Pátria. --:-- Esses alienígenas, que jamais moveram uma palha em pról dos interêsses de Marília e dos marilienses, sempre conseguiram, mercê da apatia de certa parte de nosso eleitorado, carrear daqui, vários milhares de preciosos votos da cidade. Constate-se isso, nos mapas oficiais dos pleitos, existentes no Cartório Eleitoral local. --:-- Como se isso não bastara, estamos correndo o risco de ajudar

O “livre” casamento da Maricota (25 de setembro de 1973)?

Bastião, caboclo sacudido, respeitado e trabalhador, era um tipo de exceção, de sua época e sua era, no que respeito dia á profusão de prole. Enquanto todos seus parentes, amigos, conhecidos e irmãos, mostraram-se prodigiosamente exagerados, naquilo que se convencionou a chamar de “fertilidade familiar”, o Bastião só tinha filha única: a Maricota. --:-- Nunca havia passado pelo gestunto do Bastião, que um dia haveria de anunciar a necessidade da Maricota contrair também seu matrimônio. Absorvido, no seu labor cotidiano, empregando bem seus momentos de lazer, o homem havia construído em torno de si próprio, um capeamento de respeito, dignidade, palavra e masculinidade. Disso muito se ufanava. --:-- Certo dia, como o estampido de uma arma de fogo, Bastião ouviu algo, que fez um trêmido inusitado percorrer-lhe toda a espinha. Foi quando a Dita, sua mulher, disse-lhe: - Bastião, a Maricota já tá mocinha... é preciso a gente ir comprando algumas coisas de enxoval, p

Futeból e política (22 de setembro de 1973)

Quinta feira à noite, ao adentrar o Estádio Municipal, senti, como todos os marilienses, aquela alegria do torcedor comum, vendo o próprio da municipalidade lotado de gente feliz, aguardando com ansiedade, o inicio da partida que o MAC travaria frente ao Noroeste de Bauru. Asseverei então, que ali havia ido, para assistir três gols do MAC: um de Peixe, um de Helinho e outro de Sérgio. Dentre outros, a afirmativa fôra ouvida pelo Zé Nelson da Dirceu, pelo Fittipaldi do MAC e pelo João do Estacionamento Maranhão. Acertei o resultado. Acertei os marcadores. Também acertei a ordem cronológica e individual da marcação dos tentos. Em compensação, na loteca, quando acerto muito consigo fazer cinco ou seis pontos. --:-- A propósito do futebol, aqui está a oportunidade de para o encaixe de uma antiga, porém deliciosa piadinha. Aquela do cidadão que pesava 200 quilos e tinha dois metros e vinte de altura e que, quando morreu o caixão era tão grane e tão pesado, que foi prec

Dia da Árvore, hoje (21 de setembro de 1973)

No ido dia 21 de setembro, do ano de 1872, exatamente há 101 anos, foi comemorado, pela primeira vez, o Dia da Árvore. acontecimento teve lugar no Estado de Nebraska, nos Estados Unidos e aos poucos, a maioria dos países do mundo, passou a adotar a iniciativa. --:-- No Brasil, a primeira comemoração do “Dia da Árvore”, aconteceu na cidade paulista de Araras, em 7 de julho de 1902, quando ainda não existia oficialmente a fixação de 21 de setembro, como o Dia da Árvore. Desde então, os habitantes de Araras, cultuam com muito carinho as árvores e tornou-se “slogan” tradicional, em Araras, a expressão de que “em todo quintal, existe pelo menos uma árvore”. --:-- O Brasil, no entanto, passou a encarar com mais seriedade a árvore nacional, durante o governo do sr. Getúlio Vargas, com a preconização da necessidade do reflorestamento geral. Dali partiu o “slogan” patriótico: “Reflorestar é combater o deserto”. --:-- A despeito do sentido intrínseco e de objeti

Estão brincando com fogo (20 de setembro de 1973)

Tem gente e grupos, por aí, brincando com fogo, exagerando na arte de abusar. Há gente, confundindo o honrado Governo da Revolução, com o malfadado desgoverno de Jango-Brisola, que se constitui em mancha negra da vida brasileira e em móvel da praticabilidade de desmandos e badernas. --:-- Quiçá o Presidente Médici não saiba, mas estão tentando o desvirtuamento de seu governo sadio e bem intencionado. Não havendo guarida ou viabilidade de agitação generalizada, da conturbação da vida nacional, está criado um ambiente de apreensão para o cidadão comum, especialmente o chefe de família e o assalariado. Essa apreensão, decorre da corrida inflacionária dos últimos tempos, assoberbando pesadamente e em especial o trabalhador remunerado com salário fixo. --:-- O coeficiente inflacionário de até 12%, preconizado e sensatamente previsto pelo Chefe da Nação, de modo geral já foi há muito ultrapassado. --:-- O comércio de carne, além de outros, está se constituindo

Lixeiros e candidatos (19 de setembro de 1973)

  Como em todas as cidades do mundo, existe entre nós, uma classe de trabalhadores, das mais humildes e ignorada. Todavia, representa a mesma, um rosário de gente útil à cidade e a todos nós. Na maioria, são homens sem muita instrução, mas que levam a sério o seu trabalho honrado, sem esperar de quem-quer-que seja o mínimo reconhecimento, tão somente pelos seus modestos salários de trabalho. Essa classe é a dos lixeiros municipais. São esses homens que são vistos diariamente e mesmo à noite em alguns casos, varrendo as sujeiras das ruas, recolhendo recipientes de lixo defronte às residências, proporcionando com isso, bem estar à própria população. Hoje, 19 de setembro, transcorre o Dia do Lixeiro. Cumprimente você, respeitosamente, o lixeiro simples de sua rua. Graças ao seu trabalho humilde, a cidade conserva-se limpa, o que é motivo forte, para a alegria de nossa gente e dos forasteiros. --:-- Não é necessário ser profeta ou “bidú”, para sabe

Colcha de notícias (18 de setembro de 1973)

É frequente a gente ler, que o cigarro facilita ou enseja o aparecimento do câncer pulmonar. Agora, vem a revista médica britânica, asseverar que a fumaça que se desprende dos cigarros dos fumantes, eleva ao dobro o risco do câncer nos pulmões, das pessoas que não fumam! Garantem os cientistas, que a fumaça que solta o cigarro, contém o dobro da nicotina e do alcatrão, das quantidades que são inaladas pelos fumantes. Essa eu não entendi. --:-- Um relatório da Organização Mundial da Saúde, está demonstrando, que depois dos acidentes de trânsito, das doenças cardíacas e do câncer, o suicídio está sendo a causa mais frequente da morte das pessoas na Europa, especialmente nas idades compreendidas dos 15 aos 44 anos de idade. --:-- Deixemos de lado esses assuntos desagradáveis, porém. Para lembrar o caso daquela madame, que recebeu a visita de uma amiga da infância, a qual não via há longos anos. Conversa vai e vem, a visitada indagou da outra como vivia, se

Pelo dedo se conhece o gigante (15 de setembro de 1973)

Tenho combatido a atuação do vereador Octávio Torrecilla, nessa sua tomada de posição, de uma infeliz defesa contra uma casta, que deve merecer represália e que é formada por homens fortes e capazes de trabalhar decentemente, mas que isso não fazem, preferindo pedir, como se mendigos foram. A exteriorização desses meus pontos de vista, contrários ao “modus operandi” do vereador emedebista, cingem-se ao ato realizatório do mesmo, não à pessoa física do legislador. Combato-o em sua ação, mas admiro-o pela sua ardorosidade, na defesa daquilo que ele entende como correto e eu penso como sendo errado. Octávio Torrecilla foi infeliz nessa trincheira que se colocou. Independentemente disso, é um bom moço, de excelente coração e um vereador responsável, que procura trabalhar. Como pessoa, também é um cara que considero bacana, embora discordando visceralmente dessa sua atitude.          SOZINHO Torrecilla está ficando sozinho nessa luta inglória. Nem mesmo aqueles que s

Mendigos & Mendigos (15 de setembro de 1973)

Certa ocasião, por volta das vinte e duas horas, um dos meus filhos, palestrava com um amigo, defronte à Casa Econômica. Ele e um outro jovem, alheios ao mundo, abordavam assuntos banais, porém importantes para ambos, como elo de amizade pessoal. Inesperadamente, uma viatura policial e um carro de presos da PM, pararam defronte um estabelecimento comercial próximo ao citado local. De seus interiores, saltaram soldados. Alguns militares ficaram à porta, impedindo a saída do público que estava no interior do estabelecimento. Outros entraram e começaram a conduzir rapazes para o “tinteiro”. Meu filho e o rapaz ficaram olhando o movimento, sem saber o que estava ocorrendo. Não saíram dali, mas também não se aproximaram do “rôlo”. Absorvidos em observar o que estava ocorrendo, não perceberam outro grupo de soldados, que os cercaram. E foram conduzindo os rapazes, para o interior da viatura policial. Ambos protestaram, como não poderia deixar de ser. Os policiais

Nem sempre Câmara teve bons olhos para com o CORREIO (14 de setembro de 1973)

Desde 1948, quando se constituiu a nossa Câmara Municipal, após o chamado período de redemocratização do país, acompanhei o desenrolar dos trabalhos da edilidade mariliense. Até 1968, um apreciável espaço-tempo de 20 anos, por dedicação e idealismo profissional, fui crítico e repórter parlamentar. Em consequência, aprendi por força de oficio, a conhecer a própria engrenagem burocrática e de trabalho do referido Poder Legislativo.          RESPEITO Sempre tive a necessária habilidade e a natural razão, em saber respeita a Câmara Municipal e sua legal soberania, tendo inúmeras vezes, advogado a defesa de suas funções, como Poder e como órgão representativo, parte integrante da sistemática democrática de nosso regime. Nesse tempo todo, não me furtei e igualmente não me pejei, em assacar críticas contra vereadores, quando estas críticas se tornaram necessárias. Nesses casos, tenho focalizado o vereador em função, distanciando-me da pessoa física do Homem e alheiando

O negócio é assim mesmo (14 de setembro de 1973)

Bar do Ascelino, ali na Avenida. Gente tomando seu cafezinho e batendo papo, numa parte do balcão. Na outra parte, gente outra, tomando seus aperitivos. Cervejas, “caipirinhas” e caninhas, nos cópos, à disposição dos fregueses que solicitaram. Enquanto um freguês acende seu cigarro, uma mão atrevida surgiu por traz do mesmo, agarrou sorrateiramente o copo de pinga, bebeu-o de um só trago e saiu imediatamente. Quase não deu tempo do “dono” perceber. Era outro desses ditos “mendigos”. --:-- Defronte a Brasseria: Muita gente parada, transitando, entrando e saindo do estabelecimento. Duas pessoas encontram-se ali. E param, conversando, após o cumprimento. Uma delas, meteu a mão no bolso, sacando uma carteira de cigarros. Na mesma hora, surgiu uma mão atrevida, agarrou inesperada e surpreendentemente um cigarro do maço, dependurou-o entre os lábios e saiu tranquilamente, deixando boquiaberto o cidadão. Era outro desses ditos “mendigos”.

Nem todos são mendigos (13 de setembro de 1973)

No imenso exército dos pedintes que perambulam pelas ruas da cidade, poucos são os que, como mendigos de fato, incapacitados para o trabalho, estendem a mão à  caridade pública. --:-- A maioria (absoluta), é constituída de desocupados, vadios, pinguços, ladrões e maus elementos. Todo mundo sabe disso. Toda a cidade e todos os marilienses estão sentindo nas carnes, o problema angustiante, que foi até explorado com efeitos negativos para Marília. --:-- Embora alguns vereadores tenham tomado partido da situação, na tentativa de uma inglória defesa dessa casta, que os edis, teimosamente classificaram de “mendigos”, o povo mariliense, em maioria (absoluta), sabe discernir, sem a mínima dificuldade, a verdade e os fatos. --:-- A família mariliense está intranquilizada. A polícia, quiçá para provar o contrário aos “defensores” dos falsos mendigos, cruzou os braços. Está a polícia, dando ensejo à família mariliense, para que analise bem a situação, em to

Candidato Único (12 de setembro de 1973)

Três coisas, que cristão algum do mundo consegue impedir: 1.    A avalanche de água, morro abaixo. 2.    A velocidade e voracidade do fogo, morro acima. 3.    A mulher que quer ser infiel. --:-- Nada adianta chorar depois que Inês é morta. Nem botar taramela na porta, depois do roubo da casa. Nem tentar medir, a água que já passou por baixo da ponte. --:-- Em reprise: Num município perto daqui, aproximadamente há uns trinta anos, na entrada da cidade, destacava-se uma grande taboleta. Demonstrava um letreiro rustico, executado à pixe e num afronto ao vernáculo, mais ou menos assim: --:-- “É prohibido andar armado quem quizer andar armado que deixe a arma em casa para não ser aprehendida pelo ispetor de quarterão e depois não vai dizer ah eu que não sabia”. --:-- Essa legenda, em terreno completamente diverso, poderá recair sôbre os costados de nossos dirigentes políticos atuais. Pelo menos, os efeitos finais da taboleta. No qu