Marília vai continuar órfã? (5 de outubro de 1973)



Um engenheiro mariliense palestrando casualmente comigo, disse-me que jamais havia tido qualquer preocupação com respeito à eleição de um deputado. Mas que, lendo um dos meus escritos, a respeito do assunto, havia tomada uma decisão inalterável.

Afirmando que a luta encetada ele a considerava como válida, concluiu:

- Póde ser até o Consuelo Castilho mas desde que seja candidato único de Marília, a ele darei o meu voto.

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Um comerciante muito conceituado e muito popular na nossa cidade.

- Zé, continue batendo nessa tecla de candidato único, que há muita gente endossando seu pensamento, porque ele é uma demonstração de amor por Marília.

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Existe uma equação, para ser resolvida pelas fações politicas locais.

A elas, caberá decidir, indicando ou não, um candidato único de Marília, para concorrer à uma poltrona vermelha e macia do Palácio 9 de Julho.

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Mas a nós, o público eleitor, cabe também uma outra parcela da responsabilidade, que será bem a demonstração inequívoca de amor à terra: cerrar fileiras e eleger esse candidato.

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Quais borboletinhas esvoaçantes daqui prá ali, começam a polular os candidatos de fora, em busca de preciosos votos marilieneses.

São os que nunca fizeram nada por nossa cidade.

E que, se reeleitos continuarão a nada fazer.

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O pior é que temos em Marília, marilienses que aqui vivem, integrados ao organismo de nossa sociedade, que já despontam, mesmo veladamente, como cabos eleitorais de gentes de fora.

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Temos, portanto, que incrementar essa “guerra” pró eleição de um candidato mariliense.

Para isso, a fórmula mais plausível, será lançarmos e apoiarmos um candidato único.

De outra forma, continuaremos a chupar o dedo.

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Seja Pedro, ou seja Paulo. Mesmo que alguém não goste de alguém, olvide-se isso, para pensar-se só em termos de Marília.

Elegendo um deputado nosso, ao mesmo teremos direito irreversível de exigir-lhe trabalhos como nosso representante.

Aos outros, alienígenas e caçadores de votos, quando muito teremos que mendigar favores, para no final não sermos atendidos.

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Todo mundo sabe disso.

Já erramos muitas vezes.

Será que continuaremos a dar provas de burrice e de desamor à Marília?

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Se não lançarmos um candidato único e se não cerrarmos fileiras em torno de seu nome, não iremos eleger nenhum deputado. No caso, a quantidade será prejudicial e mal ética.

Mais de um candidato local, representará uma expressiva dispersão de votos, dispersão essa, que, somada aos votos que maus marilienses darão à candidatos de fora, redundará no fracasso total e completo nesse particular.

E isso, só terá uma consequência:

A continuidade da orfandade, desamparo e abandono de Marília na Assembléia Legislativa.

Extraído do Correio de Marília de 5 de outubro de 1973

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