Como trabalhar contra Marília (10 de novembro de 1973)



1 – Os partidos políticos apresentam vários candidatos à deputação estadual.

2 – Um candidato, para ter assegurada a sua eleição, deverá obter a “mixaria” de 25.000 votos.

3 – Marilienses já iniciaram seus trabalhos de cabalo de votos para candidatos forasteiros.

4 – O eleitor mariliense, em grande escala, continua a ser apático contra Marília.

5 – Como apático e indiferente, não fica lá muito preocupado em eleger ou não um representante da cidade.

6 – No dia do pleito, o eleitor procura ir cedo à secção eleitoral, vóta em qualquer um e vai fazer sua pescaria.

7 – Os candidatos de fóra ficam tranquilos, porque sabem que aqui existe puxa-sacos e trouxas.

8 – Há eleitores que votam na esperança de alguma vantagem – vantagem que é utopia e embuste.

9 – Há quem nunca trabalhou por candidato de Marília, só por políticos de fóra.

10 – As vêzes, o cão bernento e faminto, investe contra a mão que lhe deu alimento e lhe expremeu os bernes.

11 – O eleitor irresponsável, vota em quem fala mais e em quem mente mais, não se dando ao trabalho de analisar as condições pessoais ou morais de muitos candidatos.

12 – Partidos políticos não manifestaram nenhum interesse em unir forças para apresentar um candidato único, mesmo sabendo que assim agindo, estarão servindo Marília.

13 – Cabos eleitorais de gente de fóra, já estão pedindo votos para aventureiros, que nunca moveram uma palha em favor da cidade ou em beneficio do povo mariliense.

14 – Caçadores de votos, de outras cidades, muitos que nem siquer conhecem Marília, estão fantasiando-se de “amigos” e de “trabalhadores” por nossa cidade, mas só enganarão os trouxas e mal intencionados, os maus marilienses.

15 – Interesses próprios, de amisades, de indiferença, de desamor por Marília irão pujar as legitimas intenções e necessidades da cidade líder da Alta Paulista, em detrimento de 120 mil almas.

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“IPSO FACTO”:

a)    – O eleitorado mariliense que votar para valer, estará repartindo, bondosa e ingenuamente, os sufrágios entre os candidatos locais e de fora.
b)   – Marília não irá conseguir eleger um seu lidimo representante.
c)    – Vale dizer, continuará órfã e desamparada na Assembléia Legislativa.
d)   – Os de fora que daqui levarem votos e que serão auxiliados por Marília a elegerem-se ou reelegerem-se, nunca mais lembrarão Marília, a não ser na ocasião dos próximos pleitos.
e)    – A cidade ficará sem advogado próprio, junto ao Palácio dos Bandeirantes e Secretarias do Estado e assim, terá maiores dificuldades em conseguir aquilo que por direito lhe é devido.
f)     – Restará ao eleitor irresponsável e mau mariliense, e, também indiretamente aos partidos políticos, um único consôlo: “meter o pau no prefeito” porque o mesmo terá dificuldade em trazer para Marília, maiores benefícios e bafejos oficiais.

Extraído do Correio de Marília de 10 de novembro de 1973

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