O candidato impacto (8 de dezembro de 1973)



Não é um sintoma.

É o fruto, a consciência, a decorrência, o resultado.

Teria que ser mesmo assim.

Em 1947, levantei pela primeira vez na história de Marília, a campanha pró eleição de um deputado mariliense. Antes da coesão, compreensão, união, assimilação, aceitação, acatamento ou acolhimento da Câmara Municipal. E das forças vivas de Marília. E das forças políticas.

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Fernando Mauro, Diogo Nomura, Aniz Badra.

Foram deputados marilienses.

Quiça, de meu ideal, tinha sido acionada alguma pequena parcela de contribuição para isso.

Se, de minha despretenciosa colaboração, algo de positivo reundou, feliz me considero.

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Anos passando.

Eu continuando na mesma trincheira, batendo no mesmo prego: candidatos marilienses. Clarinando o eleitorado, qual o corneteiro do quartel, que faz soar o toque da alvorada do novo dia. Alertando para que se vote em gente nossa, para que se não vote em forasteiros, aventureiros, alienigenas, falsos amigos da cidade.

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Comecei cedo a trabalhar na campanha que avizinha.

Desta vez, batendo-me pela indicação de um candidato único, como única forma e momento uno da conjuração de nossa orfandade política no Palácio 9 de Julho.

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Há uma atmosfera de confusão, de incerteza, de insegurança, de inliderança.

Nem o pretendido único, nem muitos.

O que vale dizer, não iremos eleger ninguém, mas força do eleitorado irá contribuir para eleger gentes de fóra.

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Continuo fiel e coerente ao meu ponto de vista a indicação, homologação e votação em torno de um só nome. De um só mariliense.

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Posição definida, terreno tomado, trincheira estabelecida.

Plano sólido, pensamento idem, ideal mariliense ibidem.

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Instam-me os leitores.

Assediam-se populares.

Sondam-me políticos.

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Instação, assédio e sondagem, rodeiam, abordam, ricocheteiam, voltando a um mesmo ponto: desejam saber qual o “meu” candidato.

O “meu” candidato será o candidato único de Marília.

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O caudaloso e confuso rio da política mariliense tem uma profundidade insondável. Nasib, auto-candidata-se. Sola quer Olímpio. Nadyr pretende ser. O mesmo com Orlando. Felipe não quer. Venâncio não aceita. Doretto poderá ser. Quico não fala, mas aceitaria.

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Eu vou apresentar um candidato.

O candidato impacto.

Um homem.

Um mariliense.

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Que ninguém poderá botar defeito.

Porque é honesto. Trabalhador. Competente. Simples. Idôneo. Capaz. Apolítico. Idealista. Mariliense. Insuspeito. De caráter inatingível. De vida escorreita. Chefe de família exemplar. Digno sobre todos os pontos e sentidos. Um poço de bons exemplos.

Poderá ser o oasis da salvação e da harmonização da política mariliense.

Poderá ser o candidato único de Marília.

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Indico às forças políticas de nossa cidade, pelo bem de Marília, pelo futuro de nossa cidade, pela coerência ao meu ideal e pelo amor à cidade, que adotei como minha, o nome honrado, insuspeito e digno, do ilustre mariliense Sr. Arduino Luis Dal Pian.

É o candidato impacto.

Extraído do Correio de Marília de 8 de dezembro de 1973

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