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Nem sempre nobreza é título (31 de dezembro de 1974)

Sem endereço pessoal e com o devido distanciamento da pessoa física do cidadão, inúmeras vezes critiquei atos, atitudes e gestos do vereador Nasib Cury. Nessas censuras de jornalista e observador político, cingi-me aos procedimentos do cidadão, investido em seus poderes e funções legislativas. Não só Nasib Cury, como igualmente outros vereadores e políticos. Fi-lo sempre limitado ao mais comezinho princípio de independência  e como porta-voz de uma parcela da população mariliense. E o farei quantas vezes isto for necessário. --:-- Com a mesma independência que tenho tecido críticas, também expendi louvores, todas as vezes que estes sejam conscientemente reclamados e notadamente necessários. E isto também farei todas as ocasiões que preciso for. --:-- Vou abordar aqui o desfecho do entrevero há pouco surgido, envolvendo os poderes Executivo e Legislativo, nas pessoas do prefeito Pedro Sola e do vereador Nasib Cury. O final, embora para alguns t

MARÍLIA – analogia sincera de seu dinamismo

Passado de glórias, presente de orgulho e futuro promissor O povoado audacioso de ontem e a metrópole de hoje – Um milagre construído por bandeirantes anônimos – Terra exuberante, clima excelente e águas salubérrimas – Tudo transpira progresso no “Intermezzo” dos rios Peixe e Feio – Uma pincelada sobre a história e a vida da “Cidade Menina” Marília é uma fotosféra de progresso. Sua própria história já é um capítulo brilhante. Sua vida, um oásis em torno do qual gravita o dinamismo bandeirante. Seu passado, um audacioso rosário de empreendimentos gloriosos. Seu presente, um exemplo ufano e orgulhoso. Seu futuro, imensuravelmente promissor. A própria Natureza, parece ter feito sentir seu dedo mágico nêsse “intermezzo” extraordinário onde está situada Marília, a “cidade menina”. Os espigões dos rios Peixe e Feio, encravam em seu topo, qual jóia engastada no corolário da exuberância das mais progressistas cidades do Brasil, como bandeira desfraldada no cume de um mastro, uma

O próximo ano (28 de dezembro de 1974)

Quatro dias, inclusive o de hoje, separam-nos do início do ano de 1.975. Quarta-feira próxima estará marcando o alvorecer do ano novo. Setenta e quatro expirará a zero hora de terça-feira. --:-- Para muitos, 1.974 foi um “ano bom”. Para outros, o ano a findar-se “correu mal”. Os que tiveram em 74 um ano bom, esperam para 75 a repetição de todas as alegrias e felicidades e os que não se satisfizarem com o desenrolar do ano que expira, almejam a esperança de melhores dias em 75. --:-- O ano de 1.975 irá corresponder a… Ano 6.688 do Período Juliano. 2.880 da Fundação de Cartago. 2..728 da Fundação de Roma. 2.635 da Era Japonesa. 483º. Ano do descobrimento da América. 458 da Reforma de Lutero. 186º. da Revolução Francesa. 153º. Ano da Independência do Brasil. 86º. ano da Proclamação da República. 98 da invenção do telefone. 78º. ano da invenção da aviação. 40º. ano da invenção da televisão. 13 de voos espaciais

Assuntos vários (27 de dezembro de 1974)

Passadas as comemorações natalinas, a certeza de que tudo tenha transcorrido, conforme pensamentos e desejos de todos. Neste curto “intermezzo” do Natal findo e do alvorecer do Novo Ano, o recrudecimento das operações normais de todos, da responsabilidade comum e elementar, da luta cotidiana e do ganha pão normal e diário de cada um. --:-- Sem ornamentação especial, a cidade não conseguiu oferecer aquela sensação de alegria das festividades natalinas, durante o período oficial de abertura noturna de nosso comércio. --:-- Dois jovens, um dirigindo um Opala e outro pilotando um Corcel, sem qualquer ligação aparente entre si, usaram e abusaram do direito de guiar loucamente na cidade. Demonstrando a mais absoluta falta de respnsabilidade, esses dois “Fittipaldis” puzeram em jogo suas próprias vidas e em perigo a de muitas pessoas. --:-- O Sr. Moisés Teixeira Véspera, prefeito de Rubiácea, município sito na Noroeste, vem de ser selecionado pelo Centro Int

Porque matei (Natal de dezembro de 1973)

Conto de José Arnaldo, especial para Edição de Natal – 1954   Na lufa lufa comum e cotidiana da grande cidade, o povaréu corre apressado em direções diversas. Apático e indiferente ao borborinho de vidas que tenho em redor, como um perdido na mole humana, caminho eu, qual um autômato errante. Modestamente vestido, com uma fatiota um tanto fóra de uso, um surrado chapéu na cabeça, sapatos sem cordões e u’a mala pendurada na mão direita, vou andando, aereamente, à esmo, sem destino pré-fixado, sem a mínima preocupação para com a agitação das gentes que domina as ruas. Quase não me apercebo do trânsito barulhento e incessante. Meu olhar é morto, transpirando exaustidão. Minhas afeições são pálidas, sulcadas de rugas indeléveis, semi-ocultas por uma barba de dois dias, documentam uma vida de sofrimentos precoces. Meu andar é incerto, atabalhoado, inseguro. Meu destino parece claudicar, sem ponto certo de direção aparente. Até em minha mão, crispada como uma garra sôbre a alça da mal

Esse inventor pernambucano… (24 de dezembro de 1974)

Conheço um mariliense. O que não é nenhuma novidade, pois conheço milhares de marilienses. Esse mariliense hoje não mais aqui reside. Até há alguns anos era ele bancário em nossa cidade. Tinha um hábito diário, infalível e imutável. Quando saia do banco, para o almoço, passava num bar da cidade e fazia questão fechada de jogar uma partida de bocha, antes de ir “pegar o rango”. Quando, por vezes, alguém perguntava se ele estava em férias, dizia que não, que ia almoçar e voltar a tempo para o trabalho do Banco. E o fazia, mesmo. Mas, seus amigos, na base da “gozação”, diziam: - Mas quando o fulano vai chegando em casa, a mulher dele põe o feijão-com-arroz no liquidificador, bate, despeja num copo, ele “engole” o almoço e volta para o banco… --:-- Lembro-me desse episódio porque o presenciei muitas vezes. Mas a razão que me faz sua revelação vem residir num outro fato, ligado por analogia. Esse outro fato não aconteceu em Marília, mas sim lá

O advento do petróleo (22 de dezembro de 1974)

Em fins de 1945 – há 29 anos passados – através desta mesma coluna, que na ocasião identificava-se como “Mensagem do Observatório”, ao envés de “De Antena e Binóculo”, como se mantém há mais de 20 anos, escrevi consubstancioso artigo enfocando a descoberta do petróleo brasileiro. --:-- Foi um artigo impregnado de otimismo – lembro-me bem. Justificava-se perfeitamente, a razão da euforia íntima, que transferi em letras de forma, para os leitores deste jornal. Era eu, recém-chegado do fragor dos combates da guerra da Itália, recém-desligado do Exército. Trazia, vivíssimos no sub-consciente, os episódios e as imagens dantescas dos embates armados, a lembrança tenebrosa das passagens funestas das mortes e ferimentos de muitos “pracinhas”. Experimentava a natural dificuldade de readaptação no organismo da vida civil. Vivia a sensação inenarrável da liberdade e da distância da guerra e vibrava ininterruptamente pela felicidade do retorno à Pátria. Esses fatos, adic

Assuntos vários (20 de dezembro de 1974)

Este ano (1974) não haverá castanhas para o Natal. Os pobres não iram mesmo comprar, mas nem os ricos, nem os remediados poderão adquirir o referido produto. É que o carregamento da referida fruta, proveniente da Europa, chegou ao porto de Santos já deteriorado, em virtude de uma avaria nas câmaras frigoríficas do navio que fazia o transporte das castanhas. --:-- Não há muito, através do “Correio”, os marilienses tomaram conhecimento de que a firma japonesa “Honda Motor Company”, produtora das motocas Honda, estava “campeando” um local em nosso Estado, para a instalação de uma filial de sua empresa. No aludido comentário, dissemos que Bauru havia entrado no páreo, mas que tínhamos ciência de que a Honda já havia adquirido uma grande área de terreno para o mesmo fim, no município de Sumaré, próximo a Campinas. Mesmo assim, o vereador Quico apressou-se em propor à Câmara a constituição de uma comissão de vereadores, para ir pessoalmente coloquiar com os dirige