Marília precisa de carro-guincho (08 de fevereiro de 1977)



O crescimento de uma cidade, o avanço da cifra de densidade demográfica de um centro, o índice de vertiginosidade progressista carreiam consigo várias exigências e necessidades.

São os onus do progresso.

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Apesar da expansão comercial começa a ressentir-se, em setores vários, necessidade ou defeciências. Ou, no mínimo, uma espécie de insatisfação, quando ao anelo e o pretendido, porque se tudo se expande e cresce, igualmente se elasticica o desejo e a exigência, por vezes, pendendo até para o exagero ou a pretensão desmedida.

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Então, acha-se ruim ou que serve mal um ônibus, ou um outro meio de transporte. Ou até um hospital. Mas o certo é que mesmo aceitando-se a hipótese antes aventada, há de considerar-se também que, em alguns casos, a poeira do relaxamento e da pressa, ou de lucros fáceis, ou de meio ou subterfúgios outros, chegam a justificar casos que tais.

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Em condições essas, não se concebe, por exemplo, que uma cidade como Marília – em tamanho e  representação – dotada de um excelente e completo complexo policial, não disponha, em sua Delegacia de Trânsito, de dotação de um carro-guincho.

Marília não tem guincho da polícia.

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Tal veículo é imprescindível e além de facilitar as operações do policiamento de trânsito, serve também para providenciar socorros de veículos avariados, enguiçados, trombados ou estacionados por tempo demasiado ou ilegal, em locais não permitidos.

Carro-guincho da polícia, como sabem todos, destina-se a casos especiais e específicos. Não é um veículo destinado a facilitar ou permitir abusos e sim, exatamente, a evitar que se cometam excessos.

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Se não fora a existência de um carro desse tipo, de propriedade de determinada oficina mecânica da cidade, muitas confusões e problemas teriam sido criados na cidade, em decorrência da carência de tal viatura policial.

Mas o certo é que os carros guinchos particulares têm missões e funções de cunho limitado e de objetivos comerciais e, suas funções e atividades especificam-se nesse diâmetro, sem nenhuma correlação com as viaturas policiais, que tem caráter oficial.

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Ninguém desconhece ou reprova os serviços já prestados por guinchos de oficinas particulares, ao povo e à polícia.

Mas o certo é que a polícia mariliense ressente-se da dotação de um veículo dessa natureza, estranhando-se até que a nossa Ciretran não disponha de tal, uma vez que existia no passado e que sempre prestou excelentes serviços, de há muito não se tem notícia.

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Noite outra, um veículo particular foi estacionado, inadvertidamente, defronte a entrada de uma residência, impedindo a saída do veículo de proprietário dessa mesma residência.

Por uma questão de doença, o cidadão que morava no prédio referido, precisava sair urgentemente com seu veículo próprio. Procurou saber e localizar o motorista imprudente e descuidado, sem resultado. Telefonou para o plantão policial, expondo o caso e pedindo a presença do guincho para remover da frente dde sua entrada o carro que impedia que ele saísse. Da polícia informaram que não havia carro-guincho e que o reclamante poderia recorrer à Oficina Tal.

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Desesperado, o morador apelou para diversas pessoas que se encontravam num bar próximo e vários homens juntos removeram o carro “na raça”, para que o homem pudesse conduzir um doente ao hospital.

Extraído do Correio de Marília de 08 de fevereiro de 1977

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