Você sabia que o sabiá sabe assobiar? (11 de fevereiro de 1977)



Questão da abertura dos supermercados aos domingos e feriados representa necessidade mariliense. Significa dinamismo, modernismo, conforto e avanço progressista de um centro.

O interesse da maioria deve sobrepor-se ao interesse da minoria. E a lei das coisas e ditame do senso, da razão e da racionalização.

Marília está errada com seus supermercados fechados aos domingos. Estamos em época de avanço e não de retrocesso.

Assunto vai voltar à Câmara, não com roupagem nova, mas com roupa reformada. Vereador Santo Raineri vai propor a questão no meio termo. Um paliativo que não interessa aos consumidores – plantão de supermercados.

Não refrescará, porque os fregueses têm suas preferências e conveniências.

Morador da Vila São Miguel, que não tenha condução própria, não terá nenhum interesse em comprar no supermercado Pastorinho, se o Superbom não estiver de plantão.

Morador do bairro Cascata, freguês do Pastorinho, não tem interesse em comprar no plantão do Superbom. E, assim, com relação aos outros.

Marília não é um lugarejo, para continuar sem esses serviços utilissimos, aos domingos e feriados, no mínimo até o meio dia.

A pretensão do edil é o mesmo que pano quente.

O certo, certo mesmo, é a abertura desses estabelecimentos. O povo é servido, a cidade tem vida, o dinheiro gira, os próprios interesses do erário público se atendem.

Rógo ao Santo (Raineri).

A lei deverá apenas revogar a anterior.

Ou então, outra, tornando facultativa a abertura dos supermercados aos domingos e feriados.

Fim de papo.

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Noite outra.

Quase meia noite.

Uma família – casal e dois filhos menores – ia tomar um ônibus do Expresso de Prata, para São Paulo.

Procedia pela Rua 9 de Julho, em sentido bairro-centro (conforme gostam de escrever os repórteres policiais.

Ao chegar junto às “bicheiras da Fepasa”, teve que parar.

E esperar.

E a espera ocasionou desespero.

As cancelas fechadas.

As manobras em andamento.

O relógio correndo.

Os minutos passado.

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O casal e seus dois filhos abandonaram o taxi e cruzaram os trilhos correndo, com malas e pressa e as cancelas abaixadas.

Os quatro chegaram (quase sem folego) a tempo de apanhar o ônibus.

E o ônibus saiu, mas as cancelas continuaram fechadas.

Se fora um caso de parto, ou de emergencia de vida, o aspecto teria apresentado outra faceta. E outras consequências.

Viva!

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Na Avenida Mauá, desde a Sampaio Vidal para o lado da 9 de Julho. Nas mesma Mauá, da Delegacia para a mesma 9 de Julho. Na Rua 4 de Abril, da Anchieta para a  Castro Alves. Na Avenida Carlos Gomes, da 9 de Julho para a Maranhão.

Na Vicente Ferreira, da 9 de Julho para a Salgado Filho…

Chega!

Bicicleteiros transitando. Motoristas xingando. Gente correndo perigo.

Bibicleteiros contra-mão.

Passando debaixo dos narizes dos agentes fiscalizadores.

Mas ninguém vê.

Quando acontecer o acidente, muita gente verá.

Verá.

Então, resta conversar:

Você sabia que o sabiá sabe assobiar?

Extraído do Correio de Marília de 11 de fevereiro de 1977

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