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Mostrando postagens de março, 2013

80 kilometros? Pois sim… (23 de março de 1977)

Porta voz do Presidente Geisel já advertiu: A medida de depósito compulsório de dois cruzeiros na compra de cada litro de gasolina poderá ser implantada, caso não se configure, em definitivo, a colaboração de todos e não se configure, em definitivo, a colaboração de todos e não se verifiquem os efeitos cogitados na faixa de economia do combustível. --:-- Isto vale dizer que está ainda em pendência a idéia inicial do anunciado depósito, cuja desobrigação posterior ocasionou euforia geral entre os brasileiros. Todavia, percebe-se que havendo maior compreensão ao apelo governamental e consolidando-se o maior índice de economia de consumo de gasolina, ficaremos livres desse depósito resituível. Como dos males o menor, por certo a situação assim ainda é preferível ao racionamento. Especialmente para aqueles que recordam ainda dos efeitos desse espectro, por todos experimentado e sofrido, quando da última Grande Guerra Mundial. Então, tudo bem. --:-- Mas h

Transmissões parlamentares (22 de março de 1977)

Cogitam alguns políticos locais do estabelecimento das transmissões radiofônicas das sessões de nosso Legislativo. O truncamento de tal estado de coisas, no ano passado, decorreu da medida imposto pela Polícia Federal, que se estribou em dispositivo legal. Sendo assim, subtendende-se que não será decisão da Câmara e nem da Presidência, que poderá provocar a volta do referido expediente. Só a Polícia Federal é que poderá revogar sua própria decisão. Se engano não houver, quando da medida em apreço, parece que a Polícia Federal não adotou a providência em caráter genérico e sim específico. E a medida atingiu diretamente cidades-chaves e grandes centros. Lins, frequentemente citada por aqui, não é cidade-chave e nem grande centro e não foi atingida pela medida em tempo hábil. --:-- As transmissões radiofônicas dos trabalhos camarários representam uma faca de gumes. Pelo menos em Marília isso ficou provado. Se, por um lado, enseja ao eleitor, a faculdade

Coisas que os outros estudaram (19 de março de 1977)

Coisas que os outros estudaram, que antigos pesquisaram, que estudiosos da hera herediana queimam pestanas e gastam fosfatos, constituem-se em subsídios inestimáveis para as gentes de nossos dias. Para o saber e para a curiosidade. Por exemplo: Apesar dos estudos, pesquisas, investigações e esforços, desconhece-se a origem geográfica do algodão. Existem provas arqueológicas, de que o algodão se usava em forma de tecido, 3.000 anos antes do nascimento de Cristo. O algodão é uma planta do gênero Gossypium, com as espécies asiática e americana. Por outro lado, as investigações dão conta de que Alexandre Magno havia levado algodão cultivado na Índia, para o Egito, no século IV, antes de Cristo. No ano 1000 o algodão começou a ser cultivado na China e no Japão. Cristóvão Colombo, segundo os historiadores, encontrou cultivo de algodão nas Antilhas. No México e no Peru, sabe-se que já naquele tempo existia uma indústria têxtil relativamente bem desenvolvida, qu

Mudando de conversa… (18 de março de 1977)

Sim, mudando de conversa, esta é a piada. Madalena era mineira de Montes Claros, mas residia no Estado de São Paulo desde a infância. O marido, que havia falecido há mais de 20 anos, fôra Coronel da Guarda Nacional e lhe havia deixado como herança três grandes fazendas formadas, alguns milhares de terras em Mato Grosso, além de outras propriedades, apartamentos em São Paulo, Guarujá e Rio de Janeiro e muito dinheiro vivo. --:-- Madalena tinha dois filhos. Melhor dizendo, um casal. Marcos, que casara-se com uma moça muito rica no Rio de Janeiro, que instalara uma butique moderna e sofisticada no Lido e que recebia uma polpuda renda de uma das fazendas da mãe. E Marcia, que casara com um boêmio metido a intelectual, que trabalhava pouco e absorvia a renda total de outra das fazendas de Madalena. Com o passar do tempo, Madalena habitou-se ao estado de viuvez. Os rendimentos aumentavam as propriedades valorizavam-se. E foi aí que uma amiga de chá e de fuxicos, a

Coisas loucas ou de loucos (17 de março de 1977)

Não, se não trata de coisas de pescadores hoje. Sim, de loucos, ou de coisas loucas. Mas coisas de loucos que não são desvariados, nem desmiolados, nem desequilibrados, nem loucos mesmo. É isso aí. O Dr. Badra, no passado, quando se referia a um fato impressionante, notório, extravagante ou diferente, não titubiava em afirmar: - É uma coisa de louco! --:-- Quando um grupo de homens está reunido por acaso numa esquina, ou na frente de um bar, ou defronte um banco, palestrando despreocupadamente e passa uma moça, ou uma mulher, bonita, atraente, bem vestida, de corpo bem feito, podem estar certo de que um deles se referirá à mesma dizendo aos outros: - Veja que coisa louca! --:-- Meu amigo Anselmo (Scarano) , aquí do jornal, é dotado de um espírito incomum de improvisações alegres e autêntico “expert” em pregar peças. Certa feita, um cidadão passou a assediá-lo, tentando convencê-lo a comprar um sítio. O Anselmo foi “cozinhando” o outro, le

Desrespeito humano? (16 de março de 1977)

Sim, de desrespeito humano poderia tachar-se certos cometimentos que aqui se operam e que questiunculas políticas fazem mover. Há um número – pequeno, é certo – de marilienses, preocupado em desmoralizar, desprestigiar, antipatizar e escarnecer o nome do ex-prefeito Pedro Sola. Mas, existe um número grandioso – felizmente – de bons amantes de Marília, que será sempre grato à administração municipal que se findou, pela fecundidade que a mesma provou, em números e dados, em termos de desenvolvimento da cidade e do município. --:-- Durante quatro anos a Câmara da ocasião, pela maioria de seus membros e pela maioria de seus átos, constitui-se na intentona de uma barreira aos alvos do ex-prefeito. E, ao envés de desmoralizar o antigo alcalde, ela própria, a Câmara, acabou por expor-se ao ridículo, ao descrédito público, atraindo para si antipatias, ogerizas, ridicularizações. Vereadores foram xingados e até ovos podres foram atirados em plenário – o que de nossa

Coisas de pescadores (15 de março de 1977)

Pescar é um lazer. Uma higienização mental – para os ricos. Ou uma lavagem mental – para os pobres. --:-- A pesca geralmente é representada por dois bobos: um na ponta da vara e outro na ponta da linha. --:-- Muito mais idiota que o pescador, é um sujeito que fica horas e horas, olhando para o outro pescador não pescar coisa nenhuma. --:-- Uma coisa, todavia, é certa: a trouxa que se fotografa com os pés sobre uma caça abatida, só pode ser ultrapassado, pelo idiota, que manda tirar sua fotografia, segurando o peixe que percou. --:-- O cabo PM Rubens Piccelli foi o único mariliense, que, até agora, conseguiu pescar uma bola de mortadela inteirinha – zero quilômetros e em bom estado de mastigação. Perguntem a ele. --:-- Por razão essa, quando um distinto voltou a zero da pescaria e procurou a peixaria para comprar um pintado, só encontrou peixe em tamanho grande. E ante a insistência do comerciante para que levasse aquele peixe, que era o único

Gírias e tatuagens (12 de março de 1977)

Dia outro, em palestra com um amigo, veio à tona do colóquio, o assunto relacionado com a gíria de nosso vernáculo. Efetivamente, o brasileiro é pródigo em inventar novas expressões, novas definições, palavras de sentido antagonico. Todavia, há dois generos desse mesmo campo. As gírias espontaneas, especialmente cariocas e as gírias de malandros e cadeieiros. --:-- Eu mesmo costumo usar gírias em meus escritos. Gírias sadias, bem entendido. Gírias naturais, dessas que enriquecem, senão o vocabulário oficial, pelo menos o sentido usual da identificação e discriminação das coisas. Não aprecio as gírias de cadeia e de malocas e algumas não entendo bem. --:-- Um distinto contava sobre um romance improvisado, em que mal havia visto uma dama, com esta havia trocado olhares e iniciado uma palestra, para acabar indo visitar a casa da mesma. Contou assim: - Eu tava de beleza, cismando as coisas, fazendo tempo para rango. Desdaí vinha acontecendo um mulher

Falando sobre gasolina… (11 de março de 1977)

O presidente Geisel vem de anunciar a revogação da medida que dispunha sobre o depósito compulsório e restituível, na aquisição de gasolina. A decisão causou excelente impressão no seio da opinião pública, como uma prova de que o povo havia recebido a medida inicial, com pouca satisfação. Se, acredita-se, continuar a sistemática da economia do referido combustível, com a não abertura de postos de serviço aos domingos, possivelmente a angustiante crise do petróleo, muito ficará amenisada. Pelo que se deu a perceber, neste pequeno espaço-tempo de vigência dessa medida de economia de petróleo, reforçada em seus efeitos, pela proibição de velocidades acima de 80 quilômetros horários, a situação melhorou bastante. Por outro lado, muitos motoristas continuam ainda a desobedecer as determinações superiores e estão sendo multados sem complascência. O Governo não anunciou ou talvez não se preocupou em saber, o “quantum” de arrecadação extra, advem dessas autuações. Mas s

Precisamos de uma delegacia da Sunab (10 de março de 1977)

Marília precisa de uma delegacia da Sunab. Mas a própria Sunab precisa auto-enquadrar-se, para reconquistar sua confiança e funções precípuas, de importante órgão federal. Ultimamente, a Sunab tem sidop desacreditada perante a opinião pública, por ter cometido pecados, senão omissões, no exercício específico de sua missão: tabelar preços, fiscalizar e fazer cumprir as tabelas cotativas, punindo infratores, quando forem os casos que tais. --:-- Divulgamos em nossa edição de ontem (9 de março de 1977) , parcial tabela de preços de alguns dos mais consumidos produtos de bares e lanchonetes. É a tabela vigente. Para todo o Estado de São Paulo. --:-- Porque, a verdade mesm, é que ninguém protege os consumidores. Numa comparação grosseira, nem mesmo o Exército ou a Polícia, protegem os consumidores, das garras e das ganas de alguns comerciantes desalmados. Tem gente que gosta de brincar com fogo. Tem, também, quem procura fazer disto aqui, uma