O negócio é ir à montanha (27 de abril de 1974)



“Já que a montanha não vem a Maomé, Maomé vai à montanha”.

Tempo, inexorável e místico, passando seguidamente. Segundos, minutos, horas, dias e noites, formando semanas, semanas que se transformam em meses, meses que somam anos.

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Política municipal, em termos de partido situacionista, no marco zero, fria como um “iceberg”, indefinida como uma equação algébrica. Pior, sem perspectivas animadoras, em que pese interesses confessos, de alguns dos muitos arenistas marilienses.

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Há puslianimidade no caso.

Negá-lo é afirmar a existência da faca sem cabo e sem lâmina.

Por certo, muitos estariam dispostos a entrar no páreo, faltando-lhes, provavelmente, convicção de penetração e permanência no seio do colegiado eleitoral.

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Então, vamos à montanha.

Vamos a Brasília buscar o homem que tem condições, possibilidades, competência, gabarito e lastro político-eleitoral suficiente para ser deputado estadual por nossa cidade.

Busquemos o mariliense Aniz Badra.

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Nomura para federal e Badra para estadual, eis aí a “dobradinha” que poderá indiscutivelmente ser vitoriosa.

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Badra, consultado, mostrou-se arredio.

Mas, se novamente convocado, não deixará de atender o apêlo de Marília.

Como jamais deixou de atender as reivindicações da cidade que adotou como sua.

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Badra é um político, em termos de política-arte, não de política politicalha.

Foi deputado federal, “derrubado” por volta de 1935, por ocasião do Governo Getúlio Vargas.

Foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Marília.

Foi presidente da Associação Paulista de Municípios.

Foi e continua sendo um líder municipalista e aos seus trabalhos e ideais devem muito as comunas de hoje em dia.

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Foi suplente de deputado federal e foi mais tarde eleito deputado federal, chegando a galgar a terceira secretaria da Câmara dos Deputados.

É cidadão-honorário de vários municípios do Estado e do Brasil, em reconhecimento ao muito que fêz pelas comunas interioranas.

É pessoa de prestígio em todas as hostes políticas e administrativas dos Governos Central e Estadual, sendo representante deste, inclusive, junto ao governo do General Geisel.

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Badra muito fez por Marília.

Sempre foi um cidadão simples. Sobretudo honesto, jamais tirando prooveito próprio de circunstâncias políticas.

Tanto isso é verdade que militando há mais de 40 anos na política, Aniz Badra é um cidadão pobre.

Badra tem sua casa própria em Marília, adquirida que foi através de financiamento do IPESP. Em Brasília, paga aluguel. Não tem fazendas, casas de veraneio, automóvel de último tipo.

Sempre foi mariliense.

Mariliense simples, leal, humano, sincero.

Por que se não vai à montanha?

Extraído do Correio de Marília de 27 de abril de 1974

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