A Empresa Circular (04 de maio de 1974)



Em todos os setores das atividades de pessoas, grupos ou gentes, quando se configura a demanda de procura, de preferência de serviços, é um bom sinal.

É o que está presentemente acontecendo com a nossa Empresa Circular Cidade de Marília.

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Waldemar Benz foi o introdutor do sistema de transporte coletivo urbano na cidade, inaugurando uma linha de ônibus urbano, ligando o centro à Vila de São Miguel.

O ponto de partida era na rua 9 de Julho, local onde hoje está a Mobiliadora S. José, se não me falha a memória.

O preço da passagem era 500 réis.

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Parece que os planos do sr. Waldemar Benz não conseguiram o êxito esperado e a “linha de ônibus” não chegou a ter duração longa.

Pedro Sola e José Louzano, homens de visão, viram alí um bom negócio. E fundaram a Empresa Circular de Marília. Essa que aí está.

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Mais tarde, já com a firma organizada, com a cidade servida por várias linhas de ônibus urbanos, os dois irmãos venderam a empresa para o Dr. Ferreirinha, atual proprietário-presidente da ECCM.

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De início, a Circular, sob nova direção, deparou-se com uma série de dificuldades. Nessa altura, (deu-se) a implantação de novas linhas.

O Dr. Ferreirinha sentiu um verdadeiro oceano de reclamações da população. A impresa mesmo não poupava críticas aos serviços iniciais da Circular.

Mas o tempo foi passando, novos ônibus foram sendo adquiridos, a prática foi sendo aperfeiçoada e a Circular acabou ganhando a confiança do público e a preferência de toda uma população.

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Hoje a Circular dispõe de uma excelente frota de veículos, escritório bem montado e organizado, oficinas mecânicas especializadas e bem aparelhadas e os necessários carros-reservas.

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Mas a cidade cresceu muito nestes últimos anos. A sua densidade demográfica aumentou consideravelmente. Elevou-se o número de construções residenciais. Surgiram novos bairros no município. O progresso extendeu suas raízes, tomando proporções desmedidas.

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Isso passou a exigir a implantação e prolongamento de várias linhas da Circular.

E continua a exigir.

E não vai parar, não.

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O dr. Ferreirinha deve estar sentindo isso.

A utilização de sua empresa, mesmo com o elevado aumento de veículos particulares da cidade, vem aumentando dia a dia.

A demanda da utilização dos veículos da Circular está apresentando um índice nunca mais visto. Os ônibus que ligam o centro aos bairros, estão sempre lotados, fazendo com que se providenciem mais horários.

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O povo está reclamando. Não contra os serviços, mas contra o excesso de passageiros nos coletivos.

É bom sinal.

Mas o dr. Ferreirinha precisa, com urgência, aumentar o número de coletivos e de novos horários.

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E ir também esquentando a cuca, porque logo logo a Av. Santo Antonio e a Sampaio Vidal, estarão “rasgadas” de ponta a ponta.

Vão ser necessárias novas linhas.

Certo, dr. Ferreirinha.

Extraído do Correio de Marília de 04 de maio de 1974

Comentários

Anônimo disse…
Apenas uma ressalv - o nome do dono da primeira linha era Waldemar Beznos. Utilizava ônibus cor de prata, buldogue, isto é motor achatado.
E como sempre dá uma saudade lendo o Antena e Binóculo do meu querido amigo José Padilla Bravos.

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