Dia mundial de Ex-Combatentes (20 de junho de 1974)


Hoje, 20 de junho, registra a data consagrada à reverência e respeito aos ex-integrantes das I e II Grandes Guerras Mundiais.

A I Grande Guerra Mundial desenvolveu-se durante quatro anos (1914-18) e a II de 1939 a 1945 e ambas as citadas beligerâncias envolveram quase todas as nações do mundo.

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No segundo palco de operações bélicas, o Brasil se fêz presente com a participação efetiva através de mais de 25.000 soldados integrantes da gloriosa Fôrça Expedicionária Brasileira.

Os pracinhas brasileiros lutaram ativamente na Itália, cerca de um ano, enfrentando os quatro diferentes estações climáticas, ombreando-se aos experimentados soldados norte-americanos, ingleses, franceses e russos, combatendo as forças alemãs e tropas remanescentes do Exército Fascita.

Coube aos pracinhas brasileiros o maior feito militar na Itália, quando a FEB aprisionou sozinha, todos os efetivos das tropas inimigas, calculados em mais de 13.000 homens.

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Os pracinhas brasileiros estão congregados na Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, entidade de caráter nacional, regida por um só único Estatuto Social, com séde do Conselho Nacional em Brasília, secções estaduais e secções municipais.

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Marília tem a sua Secção da AECB, criada e reconhecida em 1.952, filiada ao Conselho Nacional e registrada junto à “Societè Mondiale des Anciens Combattants”, com séde em Paris, França, entidade que representa os ex-combatentes de todas as nações do mundo.

A Secção de Marília, como não poderia deixar de ser e como ocorre com centenas de outras espalhadas em todo o Brasil, vive de teimosa, permanentemente submersa num estado de franciscana pobresa, não contando com amparo ou bafejo oficial de quaisquer governos.

O que não ocorre com as entidades e os ex-combatentes de outras nações.

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Veteranos ingleses, norte-americanos e franceses radicados no Rio de Janeiro e em cidades dos Estados Unidos, mesmo velhos heróis da Guerra do Paraguai, recebem amparo de seus governos, num exemplo louvável de que suas próprias Pátrias lhes serão sempre reconhecidas.

No Brasil, desgraçadamente, apesar da existência de mais de uma centena de leis de amparo aos ex-combatentes, nenhuma providência governamental efetiva foi até aqui feita para atingir, de modo geral, todos os seus filhos, seus pracinhas, que defenderam suas tradições de Liberdade e Democracia nos campos de batalha.

Os pracinhas brasileiros deram à Pátria o mais sagrado dos tributos: O Tributo do Sangue.

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Todas as vezes que se vê um pracinha da FEB, percebe-se no mesmo a existência de um desgosto e de uma angústia dominar-lhe a alma. É que ele sente nas carnes o descaso da própria Pátria, hoje em tão elevado efeito, que se sobrepõe aos seus átos de heróico patriotismo e bravura, que ele tão bem soube demonstrar, provar e comprovar nos campos de luta.

Todo pracinha é triste, nervoso, aborrecido, não por haver cumprido seu dever para com a Pátria, mas por sentir, em seu próprio Ego, que a Pátria, que deveria ser Mãe, para ele assemelha-se à Madastra!

Extraído do Correio de Marília de 20 de junho de 1974

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