O cavalo vai negar o estribo (06 de junho de 1974)



Após o chamado período de democratização do país, a maioria das cidades brasileiras realizou até aqui séte eleições para a formação de suas Câmaras de Vereadores.

A primeira legislatura foi de 48 a 51 e a sétima enfixa o período de de 73 a 76.

Votei essas séte vezes.

Uma vez em Nelson Carvalho, duas vezes em Aniz Badra, duas em Rangel Pietraróia e uma em Guimarães Toni.

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Esses cinco nomes, que eu participei de suas eleiçõe à Câmara Municipal de Marília, corresponderam integralmente ao que dos mesmos esperava e esperei.

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No último pleito, em 1972, tinha intenções de votar em Camarinha e não o fiz. Votei em outro nome, que acabou sendo eleito com expressiva contagem de votos.

Tive a suficiente lealdade, certa feita, de dizer pessoalmente ao Dr. Camarinha, que pretendia votar no mesmo e não fiz.

Expliquei os motivos, que classifiquei como consequência de uma “identidade de consumação de um ideal”.

Camarinha soube entender, assimilar e compreender o motivo de minha fala pessoal. Aliás, outra não poderia mesmo ser a atitude desse cidadão que tem dado inúmeras provas de ponderação de atos e de interesse pelas causas e coisas de Marília.

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Votando também se erra.

Eu errei, pensando acertar, ao votar em outro nome no último pleito.

Se não estou arrependido, confesso estar grandemente decepcionado.

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Estou decepcionado com a atitude desse “meu” vereador na Câmara Municipal.

“Ninguém sabe o que se esconde nos corações humanos”.

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Em um ano e meio de atividades parlamentares, “meu” vereador só participou da maioria das intrigas que se geraram na Câmara, em plenário e bastidores.

Analisando suas atuações, venho encontrar um passivo enormemente maior do que o ativo de suas realizações.

Detendo-me na rememoração de suas ações parlamentares, não consigo encontrar muita coisa que mereça destaque e louvores. Em contrário, encontro um ról imenso de condutas negativas, de razões simplistas, eivadas de pejorativismo.

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Para ser mais franco e desassombrado ainda, senti por vezes inúmeras, no comportamento desse “meu” vereador, desamor e deserviços à Marília. Mais do que isso, caturrice e caprichos políticos, empavonamento e vaidade pessoal, que permito-me condenar.

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Oxalá esse “meu” vereador póssa fazer-me mudar de opinião. E isso é fácil, embora seja difícil para ele. Basta que o mesmo se compenetre de que está trilhando um caminho errado, um terreno falso, embora o faça, por estar encontrando um éco e uma ressonância igualmente errada e igualmente falsa.

“Quem vê cara, não vê coração”.

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Estou profundamente decepcionado com o “meu” vereador.

Acontece que não somente eu. Várias dezenas de marilienses que também votaram nesse mesmo homem estão grandemente arrependidos.

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Das próximas vêzes, “o cavalo vai negar o estribo”…

Extraído do Correio de Marília de 06 de junho de 1974

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