Notinhas (02 de outubro de 1974)


Esta notinha deveria ter sido por mim escrita na semana passada. Não pode sê-lo, por motivo óbvios, vez que tive que ausentar-me por alguns dias da cidade.

Mas, por justiça, ela aqui se publica, mesmo com o relativo e justificado atrazo.

Gostei da conduta da edilidade mariliense, com respeito às duas últimas sessões ordinárias e especialmente da realizada no dia 26 (de setembro de 1974).

Os senhores vereadores mostrara que sabem trabalhar. Discutiram em termos parlamentares elevados, apreciando com muita altivez os processos pautados, emitindo opiniões ou pontos de vista respeitosos e respeitáveis.

Foi um passo bem dado para a reconquista do prestígio público ao próprio Poder Legislativo. Foi uma demonstração de técnica e de ética, digna de ser registrada.

E o estou fazendo com justiça, sem intenção de ser amável. Com a mesma dignidade que tenho censurado certas atitudes da Câmara Municipal, aqui estou louvando o comportamento da Casa de Leis, através de seus integrantes, com registro às duas últimas reuniões normais.

Parodiando certo ator de tevê, digo com meus aplausos: “ótimo, muito ótimo”.

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Notícia desagradável, esta outra:

Nem bem a população saiu daquele estado de angústia, resultante da última escasses e “sumiço” do óleo comestível, já se está anunciando a nova crise desse produto alimentício imprescindível e indispensável.

Comenta-se que as indústrias de óleo comestível a falta do produto para muito em breve, caso não surja uma providência ou medida destinada a contornar a falta de folha de flandres para a fabricação das latas de embalagens do produto.

Afirmam os industriais de óleo que a situação momentânea está causando preocupações, pois contactos estabelecidos com países produtores de folhas de flandres, está demonstrando que ninguém tem o referido produto em condições e quantidades necessárias para ser exportado para nosso País.

Por certo, o próprio Governo deverá já a estas horas ter sido informado da perspectiva desse autêntico colapso, a-fim de tomar as providências urgidas a respeito.

Senão, a vaca vai vai prô brejo e desta vez o boi não vai atraz…

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O deputado César Nascimento, segundo se noticiou, vem de reclamar providências junto às autoridades competentes, no sentido de combater a invasão de músicas estrangeiras, notadamente as de origem norte-americana, que, no dizer do parlamentar, “constitui uma fórma de desmoralização e destruição de nossa formação espiritual”.

Afirma o parlamentar que a “penetração ilegal e abusiva da música estrangeira no Brasil, principalmente a norte-americana, ganha cotações de um atentado aos padrões de dignidade nacional, além de subverter os valores da ética e da arte em nossos talentosos compositores”.

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Sobre a notinha acima, eu que não conheço o referido deputado, mesmo que possa analisar a medida como “anti-americana”, concordo com o mesmo, no que diz respeito ao sentido de melhor prestigiar a valorizar a belíssima música de nossa gente.

Extraído do Correio de Marília de 02 de outubro de 1974

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