Assuntos oportunos (18 de dezembro de 1974)


Várias Câmaras Municipais de diversas cidades da região da Alta Paulista já elegeram seus novos presidentes e os demais componentes da Mesa.

No que tange a Marília parece reinar a mesma obscuridade e incerteza do episódio de protelação e infirmeza verificado quando da época da decisão do lançamento do nome que representaria a Arena, como candidato à deputação estadual, no pleito ferido em 15 de novembro último.

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Jurema – Juventude Renovadora Mariliense, deve dar uma de jacaré: fingir de dormindo, mas continuar acordada, acompanhando as marchas e contra-marchas da política interna.

Com a adoção desse espírito observador irá acondicionando subsídios para destituir das atividades políticas nas próximas eleições os elementos improdutivos ou negativos. Ao mesmo tempo, deve ir realizando o trabalho de sapa, visando ao despertamento de interesses e burilamento de valores novos para a substituição dos maus políticos.

Povo mariliense confia na Jurema, fazendo com isso que a mesma mais se conscientize da responsabilidade enorme que lhe recairá sobre os costados.

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Caixa Econômica do Estado de São Paulo, adotando providências de dois pesos e duas medidas, arranhando frontalmente a Constituição Federal, em seu artigo específico, que preceitua que “todos são iguais perante a lei”.

Pela primeira vez em sua existência, a Ceesp decidiu efetuar o agamento do 13º. Salário aos seus servidores, tanto os amparados pelo regime da CLT como CLF, deixando de fora os funcionários inativos – exatamente os que percebem menos e que já deram suas cotas de trabalho e sacrifícios à repartição, que é uma mescla de autarquia, empresa de economia mista e sociedade anônima.

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O Instituto Nacional de Previdência Social para o 13º. Salário aos seus aposentados e pensionistas, inclusive viúvas, inexplicando-se a atitude de discriminação e menosprezo constituicional ora operada pela Caixa Econômica do Estado de São Paulo aos seus servidores inativos.

O presidente da Ceesp soma mais um saco de antipatias a seu favor.

O honrado Governador Laudo Natel deve obrigatoriamente tomar ciência dessa autêntica lesão moral e financeira que a Caixa Econômica do Estado de São Paulo vem de praticar contra seus servidores aposentados.

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A propósito, o advogado jornalista bauruense Oswaldo Penna, juntamente com seus dois filhos, os estagiários Oswaldo e Márcio, vem de obter brilhante vitória trabalhista em ação que moveu na cidade de Pirajuí, contra Arnandl de Andrade Junqueira.

A referida batalha judicial vem se arrastando há vários anos e agora foi decidida, tendo o referido bacharel ganha a causa e beneficiado com isto 90 famílias, que reclamavam do patrão o pagamento do salário-mínimo, indenizações, atrazados, férias e o 13º. Salário mínimo.

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O Governador Laudo Natel deve interessar-se pelo caso do descaso proposital da Ceesp contra seus funcionários aposentados, não olvidando que a Constituição Federal e o próprio Estatuto dos Servidores, bem como a Consolidação das Leis dos Funcionários não discriminam nem isolam as classes que a Ceesp acaba de discriminar. Que bom que o INPS permanece dentro da lei federal, enquanto a Ceesp a arranha. Que a justiça, no exemplo citado, reconheceu direitos de pessoas prejudicadas.

Extraído do Correio de Marília de 18 de dezembro de 1974

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