Petróleo em Guarantã (17 de dezembro de 1974)
Oxalá se positive a notícia
que já principiou a despertar atenções gerais.
E que, inclusive, já deverá
estar dando motivação para o ensaio de explorações veladas – como sempre.
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É esta a notícia:
Há indícios da existência de
petróleo no pequeno município de Guarantã, cidade vizinha de Cafelândia.
A euforia dominou os
guarantãenses e a equipe de técnicos da Petrobrás que ali se encontravam,
realizando estudos e pesquisas do solo.
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Há algum tempo, turmas da
Petrobrás estiveram analisando diversos locais do município. Como aconteceu,
inclusive aqui em Marília, onde o terreno desde a Serra do Rio do Peixe, até o
município de Echaporã.
Quatro meses antes essas
equipes passaram por Guarantã e ultimamente estavam trabalhando em Coxim, no
Estado de Mato Grosso, retirando amostras do solo e recentemente, recebendo
determinações de departamento especializado do Rio de Janeiro, voltaram a
Guarantã, incentivando os trabalhos.
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Os técnicos que executam tais
serviços, instados pela população e até por elementos de imprensa de outros
centros, nada confirmaram, alegando tão somente que executam serviços de
rotina. Mas a população de Guarantã acredita na existência de veios pretolíferos
no sub-solo guarantãense.
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A esta altura já deverá
existir muita gente fazendo conjecturas e cálculos de valorização imobiliária.
Ou gente engedrando medidas promocionais para a cidade – o que é válido.
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O Sr. Paulo Henrique Soares
Pereira, prefeito municipal de Guarantã, vem acompanhando com interesse as
pesquisas levadas a efeito pelos técnicos da Petrobrás.
Ele é um dos que mais
acreditam na existência do “óleo negro” em terras de seu município, pois
dispõe, segundo consta, de apreciáveis conhecimentos sobre geologia.
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Mas o pensamento positivo do
prefeito de Guarantã louva-se ainda numa outra consequência:
Afirmou o Sr. Paulo Henrique
Soares Pereira ter ciência e conhecimento de que, de algum tempo para cá,
muitos habitantes da zona rural, ao perfurar sisternas para uso doméstico, têm
perdido tempo e trabalho. É que fazendeiros abriram poços e não puderam
utilizá-los porque dele exalava forte cheiro de querosene e outros gases.
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De nossa parte, fazemos votos
para que aconteça em Guarantã a repetição do episódio de Campos, no Estado do
Rio de Janeiro, jorrando petróleo.
Confirmando-se e isto
realmente acontecendo, Guarantã terá a primasia de primeira cidade paulista a
encontrar petróleo, a exemplo de Candeias, na Bahia, onde se encontrou, pela
primeira vez, petróleo em solo brasileiro.
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Por outro lado, comenta-se
que possivelmente os técnicos da Petrobrás voltem novamente ao município de
Paraguaçu Paulista, onde, segundo se prognostica, também há a possibilidade de
existência de veios petrolíferos.
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O assunto, como motivação de
croniqueta, poderá parecer de pouca importância.
Todavia, isso não ocorre. Em
termos de economia nacional e tônica de brasilidade e de patriotismo, é razão
de euforia e de formulação de desejos, para que venha a tornar-se realidade.
Oxalá isto aconteça.
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