38º. aniversário do fim da II Guerra (10 de maio de 1983)

Por determinação do General Walter Pires, Ministro do Exército, as comemorações militares referentes ao transcurso do 38º. Aniversário do final da II Guerra na Europa, ocorrido domingo último (8 de maio de 1983), foram antecipadas para sexta-feira passada, afim de deixar livres as comemorações do Dia das Mães.

O ato, ressaltado em Ordem do Dia Especial do referido Ministro, foi marcado em todos os Quartéis e na maioria deles, os ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira se fizeram representados.

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Uma delegação de pracinhas marilienses, atendendo convite especial, formulado pelo Tenente Coronel Guedes, comandante do 37º. Batalhão de Infantaria Motorizado, sediado em Lins, ali compareceu, sob o comando do Major Lyra.

Eu participei, como de vezes anteriores, desse acontecimento.

Embora muito falte ainda, para que os Governos amparem condignamente seus heróis da FEB, mesmo de passados 38 anos do final da guerra, são confortadoras essas homenagens que os pracinhas recebem dos militares ativos do Exército.

A cordialidade, o carinho, a afetividade, o respeito e a admiração se traduzem diretas e tocantes. A justificativa é concreta, pois o soldado do Exército e o praça ou oficial que são militares por profissão, estão mais capazes de interpretar, de entender, de compreender, de assimilar o que seja um soldado em combate, do que determinados outros cidadãos civis, que, por forças circunstanciais, são indiferentes e alheios à vivência militar.

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Pracinhas de Marília, Araçatuba, Bauru e São José do Rio Preto, enquadrados na região abrangida pelo comando do 37º. BIMtz, ali compareceram. Participaram, não como visitantes, mas sim como soldados, de todas solenidades internas e oficiais.

Formaram-se em pelotões, assistiram a leitura da Ordem do Dia Especial, participaram do hasteamento da Bandeira, das demonstrações do efetivo da tropa, desfilaram e foram passados em revista pelo Comandante do Batalhão, presente e recebendo continências pois é taxativamente obrigatório essa saudação oficial e hierárquica, pelos ex-combatentes, quando cobertos, isto é, com o uso das boinas verdes, que, de direito, representam o uniforme verde-oliva do Exército Nacional.

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O espetáculo foi maravilhoso. Especialmente para os ex-combatentes, que se sentem bem, desfrutando aquela tradicional camaradagem de caserna. Há o lado emocional que são os reencontros com amigos que por vezes não se contactam há dezenas passadas, nas agruras da famigerada guerra. As recordações de amigos desaparecidos e o recordar de comprovadas provas de solidariedade humana e fidelidade patriótica.

Com esse registro, a renovação da gratidão do Comando, Estado Maior, Oficiais e Praças do 37º. BIMtz, uma admirável plêiade de militares-cavalheiros.

E também – como não poderia deixar de ser – ao oficial e praças do “rancho” pela deliciosa e suculenta feijoada que proporcionaram a todos nós, pracinhas e familiares.


Extraído do Correio de Marília de 10 de maio de 1983

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